Numa apresentação prévia do Etios no Japão, em junho de 2012, a Toyota disse que queria levar a fábrica de Sorocaba à produção de 400 mil unidades até 2020. Para isso, ela expandiria a linha de modelos derivada da plataforma EFC (Entry Family Car, ou carro familiar de entrada) para muito além de Etios hatch e sedã. O Yaris chinês era dado como certo, por exemplo. Assim como um SUV. Mas os planos mudaram. Tudo para finalmente cumprir a promessa de vender aqui o Yaris. A Toyota nega, mas duas fontes da nossa mais alta confiança trouxeram nesta quinta (15) a informação de que ele virá em 2018. Talvez até antes.
Os primeiros a falar do assunto foram nossos colegas do Autoo. Eles apuraram que a Toyota deverá vender no Brasil o novo Yaris a partir do ano que vem e que um SUV acompanhará os novos produtos. Só não havia certeza sobre as versões que ele ofereceria, se hatch, sedã ou ambas, e qual seria sua plataforma. Mas essa dúvida caiu com o trabalho da turma do Autos Segredos, que trouxe até os nomes dos projetos. E dados que nos deixaram encafifados: o novo Yaris será feito em Indaiatuba. E usará a nova plataforma modular TNGA.
Segundo o Autos Segredos, a Toyota trabalha nos projetos 230B (sedã) e 231B (hatchback). Eles usarão o motor 1.8 do Corolla, com 144 cv no etanol e 139 cv na gasolina, sempre a 6.000 rpm, e 18,6 kgfm (E) e 17,7 kgfm (G) a 4.800 rpm. As transmissões serão manual de 5 marchas ou o CVT, também do Corolla. O sedã pode, inclusive, ser lançado ainda este ano, por volta de outubro, tirando o Corolla 1.8 do circuito. Mas por que a TNGA? E por que em Indaiatuba?
Quando o Etios nasceu, a ideia é que ele daria origem a uma nova família. Tanto que Sorocaba teria a capacidade de até 400 mil unidades até 2020. Todos os modelos seriam derivados da plataforma EFC. Mas Sorocaba entrega hoje cerca de 74 mil unidades por ano, em boa medida por conta dos problemas que o Etios apresentava desde seu lançamento até a recente reestilização. E também pela crise econômica enfrentada pelo Brasil, que pegou mais pesado justamente os segmentos mais sensíveis a preço, como o do Etios.
Neste meio tempo também nasceu a plataforma TNGA, modular, que visa dar à Toyota um ganho de escala brutal. Como o que a Volkswagen espera atingir com a MQB. Sobre ela já são produzidos o Camry, o Prius e o C-HR. A nova geração do Corolla também a utilizará. Diante deste quadro, a Toyota deve ter mudado de ideia sobre a EFC, que era voltada a países em desenvolvimento. E que já se pagou com as vendas na Índia e na China. Se o próximo Yaris não será mais feito sobre ela, é bem possível que a próxima geração do Etios também se torne TNGA.
No que diz respeito à fábrica, Indaiatuba trabalha em dois turnos em sua capacidade máxima, de 70 mil unidades por ano. O Corolla vendeu em 2016, só no Brasil, 64.740 unidades. Como a marca poderia produzir ali mais dois modelos que terão, por baixo, uma demanda de mais de 50 mil unidades cada um, considerando o quanto seus concorrentes mais bem sucedidos conseguem vender?
Em maio de 2016, a revista Autodata disse que a Toyota estudava investir na expansão de Indaiatuba. E trouxe, na época, uma dica do produto que poderia ser feito ali, dada por Luiz Carlos Andrade Jr., coordenador regional da Toyota para América Latina e Caribe: "A Toyota sabe que poderia fazer melhor do que faz hoje com o Etios". Aparentemente, o estudo foi adiante.
Nossa aposta é que o Yaris será o modelo a introduzir a plataforma TNGA no Brasil. E que ela será usada tanto em Indaiatuba quanto em Sorocaba. Com isso, ela abrirá caminho para a nova geração do Corolla, mas também para um produto que é fundamental para ampliar as vendas da Toyota por aqui: o C-HR. Ele já é o modelo mais vendido no Japão, anda vendendo feito água na Europa e promete ir bem nos EUA. Será este o SUV/crossover que a turma do Autoo mencionou que também deve vir? Tudo indica que sim.
De quebra, o Yaris, tanto na versão sedã quanto na hatchback, preenche a lacuna que existe entre o Etios e o Corolla. Com o tempo, a produção dos modelos poderá ser feita tanto em Sorocaba quanto em Indaiatuba. Faz todo o sentido. Resta saber se a Toyota seguiu este mesmo raciocínio.
Fontes: Autoo e Autos Segredos
Fotos: divulgação
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