Um dos poucos modelos capazes de rivalizar com o Bugatti Chiron não é lá muito conhecido do público brasileiro. Mas merece atenção. Afinal, o Koenigsegg Regera é uma obra respeitável de engenharia, custa uma fortuna, tem 1.509 cv de potência e máxima limitada a 410 km/h. Terá apenas 80 unidades, que se esgotaram oficialmente nesta terça (13).
O Regera tem 4,56 m de comprimento, 2,05 m de largura, 1,11 m de altura e um entre-eixos de 2,66 m. O porta-malas leva apenas 150 l de bagagem, o que certamente não será impeditivo para nenhum dos 80 felizes proprietários. Com 1.590 kg de peso em ordem de marcha e a potência que já mencionamos, ele deve ter uma das melhores relações peso/potência do mundo. O que explica que ele leve apenas 20 s para atingir os 400 km/h (e 10,9 s para os 300 km/h, 6,6 s para os 200 km/h e 2,7 s para os 100 km/h).
O Regera é um modelo híbrido, mas isso já é carne de vaca entre os hipercarros. O que é realmente surpreendente neste sueco é que ele não tem transmissão. Seu motor V8 5.0 biturbo de 1.115 cv conta com o que a empresa chama de Koenigsegg Direct Drive, ou KDD, para eliminar o componente.
Explicando de modo rápido, o V8 é conectado a três motores elétricos, desenvolvidos pela Yasa. Um para cada uma das rodas traseiras e um ligado ao virabrequim, que funciona como motor de arranque. Segundo a Koenigsegg, eles seriam os motores elétricos mais poderosos em uso no mundo.
A ideia de usá-los é genial: para sair da imobilidade, são eles que atuam, com seu torque brutal, permitindo que o motor a combustão entre em cena em sua faixa de giros mais adequada. Em outras palavras, é como se os motores elétricos fossem as marchas do Regera. Mas eles vão muito além do papel das engrenagens: recuperam a energia das frenagens, convertem a energia térmica do V8 em eletricidade e permitem que o hipercarro tenha vetorização de torque.
O acoplamento do V8 com o eixo traseiro não é, obviamente, direto ou contínuo. Ele é feito por um sistema hidráulico, com relação de 2,73:1, que administra como e quando motor térmico deve entrar em ação. O volante traz borboletas na parte de trás, mas com funções diferentes das de carros com marchas. A da esquerda aumenta o poder de regeneração de energia em frenagens. A da direita cria um efeito parecido com o de redução de marchas por meio do sistema hidráulico de acoplamento.
Tudo isso faz a Koenigsegg chamar seu Regera de um tipo diferente de híbrido. Primeiro porque, sem transmissão, ele elimina uma importante fonte de perdas de energia. E não só por conta da massa, que é bastante reduzida, mas porque o KDD é 50% mais eficiente do que um câmbio CVT, por exemplo.
A Koenigsegg apresenta o Regera como o primeiro modelo de fabricação em série (limitada, verdade) com um sistema de 800V. Algo que o futuro Porsche Mission E quer adotar. A voltagem mais alta do que o de modelos elétricos comuns, normalmente de 400V, é um esforço para reduzir peso, já que os cabos necessários com uma voltagem baixa, mas amperagem alta, seriam muito grossos, com mais possibilidade de perdas de energia.
Outro esforço neste sentido foi transformar o Regera no primeiro carro completamente robotizado do mundo. Todos os painéis móveis de carroceria, como portas, capô, tampa de porta malas e até os vidros se movem com a ajuda do mesmo sistema hidráulico que levanta a frente do carro (para ele não raspar), a suspensão e a asa traseira. Com mangueiras extremamente finas, a empresa substituiu amortecedores e sistemas elétricos pelo que ela chama de Autoskin. E o peso total de todo o sistema é de apenas 5 kg. Veja no vídeo abaixo como ele funciona.
Com tantas coisas interessantes, o desempenho que oferece e a exclusividade, o preço do Regera não é surpresa nenhuma: cada uma de suas 80 unidades foi vendida a cerca de US$ 1,9 milhão. E tende a ser revendida por muito mais do que isso. Mais do que um carro, este Koenigsegg deve se tornar investimento. Um dos mais divertidos do mundo.
Fotos: divulgação e arquivo Motor1.com
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