A holding chinesa Geely, que controla as empresas Geely Automotive e Volvo Cars, se tornará sócia da empresa malaia Proton, com 49,9% de suas ações, e comprará dela o controle acionário da marca britânica de carros esportivos Lotus. A concretização do negócio foi confirmada nesta quarta-feira (24).
Após várias especulações, rumores e informações desmentidas, a gigante chinesa deve comprou 51% das ações da Lotus que pertenciam à DRB-Hicom, deixando para trás a rival PSA Peugeot-Citroën, que também estava interessada no negócio. O restante das ações pertence à Etika Automotive, um outro braço da DRB-HIcom.
Com a aquisição, a Geely promete ajudar a Proton a melhorar seus números, assim como a ajudar a Lotus a criar novos produtos. "O acordo lança as bases para um grande plano de négócios tanto para a Geely Holding quanto para a Proton e a Lotus, que poderão explorar sinergias em áreas como pesquisa e desenvolvimento, manufatura e presença de mercado", disse a Geely em comunicado. Em outras palavras, a Geely poderá vender seus produtos em locais em que a Proton está presente e vice-versa.
Quanto à Lotus, seu papel é mais estratégico: ajudar a desenvolver veículos mais leves e eficientes para todas as empresas, assim como dar à Volvo mais impulso em sua linha de esportivos, a Polestar. "A Geely levará a Lotus a uma nova fase de desenvolvimento, expandindo e acelerando a chegada de novos produtos e tecnologias", disse o CFO da Geely, Daniel Donghui Li, que também falou em "liberar o potencial pleno da Lotus Cars.
Fundada em 1983 pelo ex-premier malaio Mahathir Mohamad, a Proton criou uma joint venture com a Mitsubishi Motors, lançado seu primeiro carro, o Proton Saga, em 1985. Desde então, a empresa ampliou o seu portfólio e ganhou projeção global, marcando presença em mercados como Austrália, Turquia, Taiwan, Chile, Tailândia, Indonésia e Egito, entre outros.
Atualmente, a Proton possui duas fábricas na Malásia, com capacidade anual para produzir 400.000 carros, mas vem fabricando muito menos do que isso. Também recebeu US$ 338,2 milhões em ajuda do governo no ano passado para um plano de recuperação e para procurar um novo parceiro estrangeiro.
Adquirida pelo grupo malaio em 1996, a Lotus passou recentemente por um período crítico, inclusive com pedido de falência, mas se recuperou e registrou lucro pela primeira vez em sua história no ano passado.
Colaborou Gustavo Henrique Ruffo
Fotos: divulgação
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