Nesta sexta-feira (20), Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, a maior economia do mundo e o segundo maior mercado automotivo global, com mais de 17 milhões de veículos emplacados no ano passado. Mas as ideias que ele defende com relação ao setor, de maior produção em território americano, podem ter um efeito contrário ao que ele imagina: o de criar mais empregos para americanos.
Quem acompanhou o noticiário nos últimos meses sabe que o novo presidente ascendeu ao cargo apostando num discurso mais nacionalista e antiglobalização. Atacou principalmente o vizinho México, não só no que se refere à imigração, mas também nas questões comerciais.
Considerando todas as opiniões controversas do novo presidente em torno do setor automotivo e a questão das exportações/importações, a imprensa norte-americana acompanha com atenção o fato de Trump trabalhar para criar uma tarifa de importação de 35%, igual à do Brasil, diga-se de passagem, e de aplicar essa tarifa até aos vizinhos, o que, na prática, equivale a retirar os Estados Unidos do NAFTA.
O NAFTA (North American Free Trade Agreement) é um tratado de livre comércio entre Estados Unidos, Canadá e México. Assim como outros acordos regionais, como o Mercosul, por exemplo, ele prevê a eliminação de barreiras alfandegárias com o objetivo de estimular o comércio entre os países membros.
Nas últimas semanas, grandes fabricantes anunciaram investimentos bilionários nos Estados Unidos, se negando a dizer que isso tenha qualquer relação com o novo presidente e suas medidas de substituição de importações. Mas o que aconteceria se Trump retirasse os EUA do NAFTA?
Um estudo realizado pelo Michigan Center for Automotive Research e financiado pela Aliança de Fabricantes de Automóveis disse que a saída do NAFTA e a implementação da tarifa de importação de 35%, elevaria os preços dos veículos nos Estados Unidos, causando o fechamento de mais de 31 mil vagas de emprego.
Há diversos outros estudos sobre os impactos da adoção de uma tarifa de importação. Uma análise da Original Equipment Suppliers Association afirma que a taxação poderia elevar em até US$ 5 mil o valor de um carro compacto, como o Fiesta, por exemplo, subindo o preço de entrada de US$ 15 mil para US$ 20 mil (algo em torno de R$ 60 mil).
"Qualquer movimento dos Estados Unidos para se retirar do NAFTA ou restringir de outra forma o comércio de veículos automotores, peças e componentes na América do Norte resultará em custos mais altos para os produtores, menores retornos para os investidores, menos opções para os consumidores e um automóvel menos competitivo na indústria norte-americana", diz a conclusão do estudo, divulgada pelo site Automotive News.
Fotos: divulgação
RECOMENDADO PARA VOCÊ
"Vinte porcento das pessoas que experimentam a Amarok a compram"
Yamaha oferece Fluo 2025 com taxa zero até o final do ano
Nova AUDI não competirá pelos mesmos clientes da Audi; marca explica
Em transição, Jaguar revela teaser de inédito elétrico rival do Taycan
Audi desistiu de fazer carros divertidos porque SUVs dão mais dinheiro
Mitsubishi lança nova Triton 2026 no Brasil mais refinada e tecnológica
Toyota Hilux Champ, versão barata da picape, já virou carro de corrida