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Tesla é inocentada (e até elogiada) em acidente com o Autopilot

A NHTSA encerrou a investigação de seis meses sobre a morte do proprietário de um Tesla Model S

Tesla Model S já está sendo vendido no Brasil por R$ 650 mil

Quem se lembra do primeiro acidente fatal envolvendo um carro semiautônomo? Em 7 de maio de 2016, um Tesla Model S com o sistema Autopilot ativado colidiu com um caminhão na Flórida, EUA, matando o seu dono, Joshua Brown. Seis meses após o ocorrido, a agência norte-americana National Highway Traffic Safety Administration divulgou o seu veredito. E isentou a Tesla de responsabilidade.  

A principal causa foi um caminhão com reboque que fez uma conversão à esquerda na frente do carro. Confundindo a cor do compartimento de carga com o céu, o piloto automático não aplicou os freios e o carro entrou embaixo da carroceria, perdendo o teto e sendo arrastado por vários metros.

Em seu relatório, a NHTSA surpreendentemente elogia a tecnologia semiautônoma usada pela Tesla, que, por si só, responde por uma redução de 40% nos acidentes de trânsito. O órgão isentou o sistema de qualquer responsabilidade no acidente. A investigação não encontrou falhas na concepção ou implementação dos sistemas de frenagem de emergência automática da Tesla ou na funcionalidade do controle de cruzeiro adaptativo. 

A imprensa norte-americana já esperava que não houvesse recall dos veículos da marca, mas os elogios da NHTSA era inesperados. Várias entidades de defesa do consumidor têm sido abertamente céticas quanto ao sistema semiautônomo e ao fato de a Tesla ter feito sua diligência antes de liberá-lo. Não é assim, segundo o relatório.

A Tesla até antecipou o potencial de manipulação do operador do sistema. Em outras palavras, que o motorista poderia usar artifícios para evitar ter de manter as mãos o tempo todo ao volante, como o Autopilot exige. Por isso, incorporou fatores que coibissem essas malandragens no design do software. A empresa lançou uma atualização para esse software em setembro, acrescentando novos limites na condução com mãos livres, tons de advertência audíveis e outras melhorias que o CEO da empresa, Elon Musk, alegou que poderiam ter evitado a fatalidade.

O Autopilot foi introduzido em outubro de 2015 e se tornou o foco de escrutínio pesado quando veio à luz o acidente com Brown. Antes da liberação da NHTSA sobre suas descobertas, um advogado da família de Brown disse que a família pretende avaliar todas as informações da investigação "antes de tomar quaisquer decisões ou tomar qualquer posição sobre estas questões".

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Fotos: divulgação

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