Um dos principais males do trânsito atualmente, a condução distraída, principalmente pelo uso de celular, está sendo alvo de medidas drásticas pelo governo britânico. Não muito diferente do que ocorre no Brasil, as campanhas educativas têm se mostrado ineficientes para coibir essa prática tão maléfica.
A situação é tão grave que, nos últimos dois anos, o número de motoristas que admitem usar celulares ou smartphones enquanto dirige quadruplicou. Como as campanhas não surtiram o efeito esperado, o governo local endureceu e agora está apostando suas fichas nos fabricantes de celulares e lojistas.
Para tratar do assunto, os ministros do Reino Unido se reunirão com fabricantes de dispositivos móveis e provedores de serviços no começo de 2017 para insistir que um software "direção segura" deve ser incluído em todos os aparelhos novos. Quando ativado, o novo software desativaria funções de voz e texto, embora houvesse exceções para situações de emergência.
Caso esta solução seja recusada pelos fabricantes e fornecedores, pessoas ligadas a esta causa sugerem que o governo obrigue as empresas a incluir um dispositivo "direção segura" no próprio carro, uma solução cara para se fazer em "casa", o que poderia "motivá-las" a encomendarem softwares de terceiros.
Mas, como nada nesse campo tem solução fácil, muitos consideram que tal saída poderia representar uma invasão aos direitos individuais e à privacidade. Como exemplo, imagine uma situação em que um motorista não consiga pedir socorro em uma emergência porque seu celular está bloqueado.
Multa mais cara no Brasil
Vítima do mesmo problema, o Brasil também adota medidas para conter esse mal. Apesar do uso do telefone celular ser uma infração já prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) desde 1997, outras funções acrescentadas ao aparelho e seu constante uso pelos motoristas enquanto dirigem fizeram com que aumentasse o número de autuações dessa natureza.
De acordo com pesquisas realizadas pela Universidade de Utah, nos Estados Unidos, manusear o celular enquanto dirige aumenta em até 400% a possibilidade de o condutor se envolver em algum acidente. Por isso, desde o mês passado, o motorista flagrado manuseando o celular deixará de cometer uma infração média e passará a ser enquadrado como autor de falta gravíssima, segundo o CTB.
Agora são sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa de R$ 293,47 - contra R$ 85,13 até outubro. “Para digitar uma mensagem de texto, o motorista desvia a atenção da condução por diversos segundos. Ao desviar a atenção para ler uma mensagem serão, no mínimo, cinco segundos. Se ele estiver a 80 km/h, terá percorrido aproximadamente 100 metros sem ver o que está acontecendo do lado de fora do carro”, alerta Roberta Mantovani, especialista em segurança no trânsito e responsável pela área de educação do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).
Foto: divulgação
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