Avaliamos durante uma semana o Nissan Versa na versão top de linha, a SL, equipada com motor 1.6 16v flex. Durante o período de testes foi possível confirmar as impressões bem como as qualidades do sedã compacto que tem como os principais oponentes o Chevrolet Cobalt, Renault Logan e Fiat Siena. Confira a avaliação.
Visual
O Nissan Versa adota um design bem peculiar que não é exatamente uma unanimidade mas não chega a ser feio. Ele tem comprimento de 4,47 metros, quase o tamanho de um sedã médio, porém com largura de 1,69m, ou seja, está dentro da média dos compactos.
A frente tem estilo agradável com a grande grade cromada se destacando e faróis arrendondados invadindo um pouco os para-lamas, característica da nova identidade global da Nissan. Na lateral tem estilo moderno com vincos e terceira janela com desenho invertido.
Na parte traseira as lanternas de tamanho médio invadem a lateral, que juntamente com a queda abrupta do teto, confere um aspecto não muito agradável à traseira, sendo este o ponto fraco do sedã em nossa opinião.
Acabamento interno e equipamentos
O interior do Versa adota acabamento na cor preta tanto nas portas, quanto nos bancos e painel. De uma forma geral o aspecto é simples e não transmite luxo, o que nem é exatamente a proposta do carro. As peças possuem encaixes corretos e os materiais de boa qualidade, embora o painel adote plásticos rígidos, mas que não se refletiram em ruídos internos.
Os bancos acomodam bem e são confortáveis. O espaço no banco traseiro surpreende mesmo com os bancos dianteiros totalmente recuados. Os interruptores dos vidros elétricos e destravamento central ficam na porta e não possuem iluminação, o que incomoda um pouco a noite tornando o destravamento uma tarefa complicada.
Os comandos dos retrovisores elétricos ficam à esquerda do volante em uma posição escondida e de visualização difícil no escuro. O painel de instrumentos tem ótima iluminação nesta versão SL, o que contribui para leitura e não cansa à noite. As informações de temperatura do motor e nível de combustível aparecem em barras de fácil visualização além disso em visor central, assim como as informações do computador de bordo. Falta a indicação de temperatura externa.
O console abriga o sistema de som que, embora não tenha entrada USB e Bluetooth, oferece som de boa qualidade. Ele possui destravamento à distância mas os vidros não possuem função um toque para subida e descida (apenas o do motorista para descida) e nem temporizador (tempo extra que possibilita fechar os vidros após desligar o motor) mesmo na versão top, algo que já está se tornando comum até em alguns carros médios.
Dirigindo o Nissan Versa
O banco com regulagem de altura acomoda muito bem o motorista e o volante tem regulagem apenas de altura e não de profundidade, mas que mesmo assim permite encontrar boa posição para dirigir.
Ao dar a partida nota-se o funcionamento suave do motor 1.6 16v de 111 cv com etanol. O isolamento acústico está dentro da média e no uso até 3.000 rpm está bem adequado. O sedã tem saídas rápidas e o propulsor empurra o modelo sem esforço. Levando em conta o peso de apenas 1.069 kg, a relação peso/potência é bem favorável.
Dirigir o Versa na cidade é tarefa fácil, auxiliada pela direção elétrica extremamente leve e de boa precisão, além da leveza da alavanca de câmbio que conta com engates fáceis e justos e da embreagem de acionamento suave e com bom curso do pedal.
A suspensão tem ajuste no meio termo entre conforto e firmeza que para dirigir tranquilamente é ideal. Quem aprecia uma condução mais nervosa vai perceber que a carroceria rola um pouco em curvas, mas não vai incomodar a grande maioria dos motoristas.
Na estrada, o Versa apresenta boa desenvoltura para um propulsor 1.6 com boas acelerações e retomadas. A estabilidade é boa, porém como dissemos, em curvas acentuadas a carroceria rola um pouco. Incomoda um pouco a direção que permanece demasiadamente leve mesmo acima de 100 km/h, não passando tanta firmeza quanto seria desejável. Passando dos 100 km/h o nível de ruído dentro da cabine avança pela cabina, mas não chega a desabonar.
Consumo
Nos primeiros dias, rodamos com o Versa predominantemente na cidade, com trânsito pesado e trajetos curtos. Nesta situação, as três primeiras marchas eram utilizadas em 90% do tempo, o que resultou em um consumo de apenas 6,5 km/litro utilizando etanol. Porém, como o Versa tem a fama de ser um carro econômico, principalmente entre os proprietários, nos esforçamos com um estilo de condução muito mais comedido, mesmo dentro da cidade, tentando sempre colocar a maior marcha possível. Com vias mais livres, e em corredores expressos com velocidade média de 60 km/h, chegamos a surpreendente marca de 14,0 km/litro também com etanol. Com o Versa, ficou ainda mais nítido que o estilo de condução e o tipo de trajeto faz toda a diferença para se obter um bom consumo. Na estrada, com velocidade média de 120 km/litro, apuramos a média de 11,5 km/litro utilizando etanol.
Conclusões
Em nossa opinião, o Versa tem atributos para enfrentar muito bem a concorrência no segmento, apesar de não ser luxuoso e não possuir alguns detalhes que poderiam melhorar um pouco a vida a bordo. Ao dirigir o modelo principalmente na cidade ele mostra suas qualidades graças a eficiência do conjunto mecânico aliado a suavidade dos comandos, baixo consumo, qualidade de construção e bom custo-benefício.
Pontos positivos:
- Direção elétrica
- Conjunto mecânico
- Desempenho
- Consumo
- Custo x benefício
Pontos negativos:
- Acabamento simples
- Design
Galeria de Fotos: Nissan Versa SLFicha Técnica