Agora que o Grupo FCA (Fiat-Chrysler) começou a produzir carros maiores no Brasil, como o Jeep Renegade e a picape média codinome 226, ficou clara a necessidade de um motor maior que o atual 1.8 E-TorQ - que, embora tenha sido modificado para estes modelos, já era usado em carros como Punto e Bravo há alguns anos.
A Fiat então tinha duas saídas: investir no 1.4 turbo dos Punto e Bravo T-Jet ou no 2.4 Tigershark que equipa o Renegade nos EUA (veja avaliação). O problema, nos dois casos, era custo - o primeiro pelo turbo e o segundo pela nossa legislação, que cobra IPI maior para motores acima de 2.0 litros. A solução, segundo apuramos com exclusividade, será o uso do 2.0 Tigershark, que inclusive já está em testes na fábrica de Betim.
Obviamente desenvolvido para ser bicombustível em nosso mercado, o novo 2.0 está rendendo mais de 180 cv com etanol no banco de provas. Mas isso antes de passar pelos testes de emissão, que podem capar essa potência para algo em torno dos 165 cv na versão final, pelo que ouvimos. Atualmente, o Tigershark 2.0 é oferecido em modelos como o Jeep Patriot e Dodge Dart nos EUA.
Trata-se de um motor 4-cilindros de 1.998 cm3 com 86 mm tanto de curso quanto de diâmetro (o chamado motor "quadrado"), trazendo bloco e cabeçote de alumínio, sendo o comando duplo com variador MultiAir nas válvulas de admissão. Trabalhando com taxa de compressão de 10,5:1 na versão norte-americana somente a gasolina, entrega 158 cv de potência e 19,5 kgfm de torque.
No Brasil, o novo propulsor deverá ser ofertado inicialmente no próprio Renegade como opção intermediária entre o 1.8 flex e o 2.0 diesel, mas também deve migrar para a picape 226 e para o futuro SUV médio da Jeep, que será lançado em 2016 como terceiro produto da fábrica da FCA em Pernambuco.
Galeria: Exclusivo: Grupo Fiat terá inédito motor 2.0 Tigershark flex no Brasil