Volta rápida: novo BMW X1 fica menos perua e mais SUV - e isso é bom!
Volta rápida: novo BMW X1 fica menos perua e mais SUV - e isso é bom!
Por mais que tenha feito relativo sucesso, com mais de 740 mil unidades vendidas, o primeiro X1 nunca teve alma de SUV. Criado em 2009, era um elo perdido entre a perua do Série 3 e o irmão maior X3, com resultado visual discutível e arquitetura interna sub-aproveitada. A BMW precisava criar algo mais na linha do Audi Q3, com porte (e estilo) de jipinho. E assim nasceu a nova geração (código F48) que estreia agora no Brasil em três versões, sempre com motor 2.0 turbo e câmbio de oito marchas, sendo duas de 192 cv e tração 4x2 (dianteira) e uma com 231 cv e tração 4x4. CARPLACE acelerou o modelo e conta as novidades.
O que é?
Segundo carro da BMW desenvolvido sobre a plataforma de tração dianteira e motor transversal, que debutou no novo MINI Cooper e equipa também a minivan Série 2 Active Tourer, o X1 deixou para trás a carroceria baixa e esticada em favor de um formato mais vertical e harmonioso, com ganhos evidentes em design e espaço. Ele ficou mais largo e alto que o modelo anterior, mas também mais curto. Bonito nas fotos, o novo X1 é o filho mais bonito que a família X da BMW já teve, quando visto ao vivo. A dianteira curta, os faróis full-LED e a traseira "empinada" dão ao X1 um dinamismo não visto no Q3 e nem no Mercedes GLA, o outro rival. Quase nada distingue as versões mais simples por fora, sendo a mudança mais notável as rodas aro 19" da 25i, enquanto as 20i vêm com aros 18".
Internamente, o desenho do painel e a estrutura dos assentos lembra muito a Active Tourer, com posição de dirigir elevada e para-brisa mais distante do motorista. Os bancos têm formato esportivo e densidade firme, como nos demais BMW. Já o volante é diferente, mais fino e com desenho sóbrio, novamente igual ao da Tourer. Temos revestimento de couro (que pode ser preto ou bege), colunas revestidas de tecido e materiais de primeira linha na cabine. Mesmo as peças de plástico rígido têm aspecto refinado, sem aquele "brilho" de coisa barata. É, em suma, um autêntico BMW.
Comparado ao X1 anterior, a acomodação no banco traseiro está bem melhor, com mais espaço para as pernas, ombro e cabeça, oferecendo uma posição mais vertical ao corpo - o ocupante do meio já não encontra a mesma comodidade, pois o encosto é duro e há um túnel central saliente. Outra vantagem está no porta-malas, agora com 505 litros (maior que o da Tourer) e encosto tripartido, que aumenta a versatilidade de uso. E olha que o novo X1 passou a trazer estepe (fino de uso temporário), mesmo tendo os pneus de rodagem Runflat, que podem rodar por um período mesmo furados. Segundo a BMW, o pneu reserva era um pedido dos clientes brasileiros.
Equipamentos de série incluem ar digital de duas zonas com saída traseira, borboletas no volante para trocas manuais de marcha, bancos de couro, freio de mão eletrônico e o novo sistema de entretenimento BMW ConnectedDrive. Controlado pelo iDrive (botão giratório no console com atalhos), o sistema tem tela de 6,5" com alta resolução e oferece GPS com trânsito ao vivo, concierge, chamada de emergência, Bluetooth e tomadas USB e auxiliar. Por meio de um chip SIM instalado no próprio carro, ele não precisa da conexão do seu celular para funcionar. E mantém até uma ligação com a concessionária que já envia diretamente um recado quando há necessidade de alguma manutenção no veículo, como troca de óleo ou pastilhas de freio, por exemplo. Segundo a BMW, o recurso será gratuito nos três primeiros anos do carro, um a mais que a garantia total.
Como anda?
Começamos o test-drive pela versão s20i, passando por trechos de cidade, sinuosos e estrada aberta num circuito de aproximadamente 50 km. Minha lembrança do antigo X1, que no começo tinha um motor 2.0 aspirado de 150 cv na versão de entrada, foi execrada pelas respostas rápidas do novo 2.0 Twinpower com turbo de duplo fluxo (um para baixa e um para altas rotações) e 192 cv com 28,5 kgfm despejados logo a 1.250 rpm. Estranho sentir o torque steer num BMW, aquela puxada do volante nas acelerações fortes típicas de carros de tração dianteira potentes, mas, acostume-se, estamos num carro com a base do MINI Cooper S. O câmbio de oito marchas (da Aisin) ajuda na agilidade, com uma programação bem esperta mesmo sem usar o modo esportivo - não sentimos diferença para a caixa da ZF que equipa os BMW de motor longitudinal. A direção elétrica também é leve e deliciosamente rápida para um SUV, oferecendo ainda boa sensação do que acontece debaixo dos pneus.
Os quilômetros passam e me sinto mais num BMW e menos num "jipinho", apesar da maior altura da carroceria. A suspensão é firme e não desaponta na hora de segurar a inclinação do X1 nas curvas fortes, onde percebemos apenas uma leve tendência a escapar de frente. O preço a se pagar pelo bom comportamento também chega rápido, assim que entramos na estradinha de terra. O X1 transmite solidez, mas a suspensão sofre nos obstáculos, juntamente com os (duros) pneus Runflat, batendo seca e transmitindo os impactos para os ocupantes. Não chega a ser tão duro quanto o Active Tourer, mas poderia ser mais suave por se tratar de um SUV.
Confesso não ter percebido muita diferença ao passar o modo de condução para o Sport, já que o recurso não altera a carga dos amortecedores - apenas o câmbio e a direção. Na estrada aberta, sem surpresas: silêncio a bordo, nada de vibrações, nada de balanços incômodos e muita disposição para andar além do limite - é alemão, né? Vamos ficar devendo informações sobre o consumo, pois confesso que nem usei o modo EcoPro de condução, o que faremos num futuro teste completo.
Na volta, troquei o 20i pelo 25i. Agora temos 231 cv e 35,7 kgfm à disposição, mas também um pouco mais de peso por conta da tração integral xDrive. Integral mesmo: com divisão de 60/40 entre os eixos, o sistema não é daqueles que só aciona o eixo traseiro quando o dianteiro patina. O X1 4x4 está sempre com as quatro rodas tracionando, podendo variar a entrega de torque nos eixos de acordo com a necessidade. A diferença na dirigibilidade é sensível, não aparecendo mais o sintoma do torque steer e com a traseira ainda mais grudada nas curvas. Na terra, também notamos que o modelo 4x4 quase não usa o controle de tração, que entrava em cena às vezes no modelo 4x2.
Se o desempenho já agrada no 20i, aqui no 25i ele esbanja. Equipado com a mesma esperta transmissão, acelera e retoma com fôlego de esportivo - a BMW indica 0 a 100 km/h em apenas 6,5 segundos e máxima de 235 km/h -, sendo clara a facilidade com a qual encostávamos nos modelos de 192 cv que nos acompanhavam no comboio do test-drive. Já as rodas aro 19" tornam o rodar algo ainda mais firme, o que exige cautela em pisos esburacados, bem como com as pedras em estradinhas de sítio.
Quanto custa?
Quem se acostumou a ver o X1 atuando ao redor dos R$ 120 mil na versão de entrada vai tomar um susto com os preços da nova geração. Mas não é culpa só da BMW, mas também do dólar a R$ 4. Tabelado a partir de R$ 166.950, o X1 sDrive20i está bem próximo dos irmãos 120i hatch (R$ 157.950) e 320i sedan (R$ 163.950), que também subiram assustadoramente nos últimos meses.
Itens de série incluem sistema start-stop, modos de condução com função Eco Pro, sensor de estacionamento traseiro, chuva e luz, seis airbags, controles de estabilidade e tração, bancos de couro e faróis full-LED, além da sofisticada central multimídia. A versão sDrive20i X-Line (R$ 184.950) adiciona teto-solar, bancos dianteiros elétricos, espelhos rebatíveis e tampa do porta-malas elétrica, enquanto a xDrive25i (R$ 199.950) finaliza o pacote da X-Line com rodas aro 19" e sistema de som HiFi.
Para os que resolverem bancar a novidade, a boa notícia é que agora o X1 coloca a BMW em condições bem mais favoráveis de brigar com o Audi Q3 e o Mercedes GLA, em termos de produto. Tanto que a marca já acelera a montagem do novo SUV na fábrica de Araquari (SC) para março, quando ele também ganhará injeção flex em todas as versões. Mas por que trazer o modelo importado a gasolina para logo depois trocar? Segundo a BMW, seus clientes não fazem questão do motor bicombustível, sendo mais importante oferecer desde já o modelo atualizado.
Por Daniel Messeder, de Barueri (SP)
Fotos: Fábio Aro/BMW
Ficha Técnica – BMW X1 xDrive25i
Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.997 cm³, turbo de duplo fluxo, injeção direta, gasolina; Potência: 231 cv de 4.750 rpm a 6.000 rpm; Torque: 35,7 kgfm de 1.250 a 4.500 rpm; Transmissão: câmbio automático de oito marchas, tração integral; Direção: elétrica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e independente multibraço na traseira; Freios: discos nas quatro rodas com ABS e EBD; Rodas: aro 19" com pneus 225/45 R19; Peso: 1.615 kg; Capacidades: porta-malas 505 litros, tanque 61 litros;Dimensões: comprimento 4.454 mm, largura 1.821 mm, altura 1.598 mm, entre-eixos 2.670 mm Galeria de fotos:Galeria: Volta rápida: novo BMW X1 fica menos perua e mais SUV - e isso é bom!
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