Teste CARPLACE: renovados, Fluence e Cruze brigam pelo G4 dos sedãs
Teste CARPLACE: renovados, Fluence e Cruze brigam pelo G4 dos sedãs
Apesar da liderança incontestável da dupla Toyota Corolla e Honda Civic, aos poucos o leque de opções no segmento dos sedãs médios vai ficando mais amplo e competitivo. Mesmo sem pretensão de assumir a liderança, no pelotão formado por Cruze, Sentra, C4 Lounge, Focus, Fluence e Jetta, a briga é acirrada para se manter ao menos entre os quatro mais vendidos - o que já é um grande feito. No meio dessa turma, Cruze e Fluence, que possuem DNAs completamente distintos, chegam renovados à linha 2015: receberam retoques visuais (o Renault foi mais abrangente) e ganharam novidades importantes em termos de equipamentos. Confira qual dos dois está mais preparado para ficar no grupo de elite.
Considerado sucesso de vendas, o Cruze está bem consolidado no mercado e mudou muito pouco no estilo. Quem olha o sedã pela traseira provavelmente nem vai notar que se trata do modelo 2015. De fato a GM mexeu muito pouco na aparência - afinal, em time que está ganhando não se mexe. Considerações à parte, o sedã da Chevrolet ainda desfruta de um visual equilibrado. A mudança mais evidente aparece na dianteira, que ficou mais refinada com novos para-choques, grade frontal, suporte do farol de neblina cromado e os bem-vindos LED's diurnos. De resto, segue o visual já consagrado, com destaque também para as novas rodas de liga-leve.
Muito elogiado pela mídia, mas nem sempre considerado como compra pelo consumidor, o Fluence foi mais além na renovação visual. Assim como o Cruze, ganhou uma frente reestilizada, porém com mudanças mais profundas. Novo para-choque, novos faróis e grade alinharam o sedã à identidade visual atual da Renault. Destaque para os grandes suportes cromados dos faróis de neblina e LED's diurnos. Na lateral há novas rodas de liga leve, e na traseira tudo permanece como antes. O resultado final agradou, bem como a cor do modelo escolhido para o teste. Uma espécie de vermelho escuro, mas que à noite parece preto.
Ambos têm interiores agradáveis e bem montados. No Cruze, o revestimento de couro dos bancos, portas e painel passa a ser bicolor (marrom e preto) com costura pespontada na versão LTZ. A GM também aproveitou para corrigir uma pequena falha. Agora, ao travar as portas pelo controle remoto os vidros elétricos são acionados automaticamente - antes era necessário adicionar um módulo para esta função. Outra novidade inédita para o segmento é o acionamento do motor pelo chaveiro do veículo, útil para ligar o ar-condicionado antes de entrar no carro quando estiver estacionado sob o sol.
O Fluence usa revestimento de couro em tom claro, que transmite refinamento e amplia a sensação de espaço. Além de usar materiais macios no painel, a Renault foi bastante cuidadosa no acabamento das portas, porta-objetos e demais detalhes internos. Exclusivo no Fluence é a saída do ar-condicionado para o banco traseiro. O modelo reestilizado também ganhou o painel de instrumentos da versão esportiva GT, que possui velocímetro digital e oferece leitura mais rápida.
Ambos trazem sistema multimídia com as funções mais requisitadas, como rádio, navegação GPS, conexões USB, Bluetooth e na prática cumprem bem seu papel. Todavia, a tela do Fluence fica numa posição alta e bastante recuada, obrigando a esticar o braço para mexer nos comandos. Neste, quando se ativa o controle de velocidade acende uma luz em circulo no painel que fica verde quando se está dentro do limite, e vermelho acima deste. Outros itens comuns aos dois são o botão de partida, retrovisores com rebatimento elétrico e teto-solar elétrico.
Para quem compra um sedã médio, espaço interno e capacidade do porta-malas também são quesitos importantes. E nesse ponto nenhum dos dois decepciona. Tanto para quem vai na frente ou nos bancos traseiros, o espaço é bastante amplo - o Fluence vai um pouco além. A capacidade do porta-malas é de 530 litros e no Renault e 450 litros no Chevrolet.
Quando os dois são postos em movimento, fica evidente as diferenças de personalidade. Logo de cara o Cruze agrada com a ótima direção elétrica: leve, muito precisa e rápida, um dos destaques do carro. No Fluence ela também é leve e tem boa precisão, mas é algo mais lenta e não se comunica tanto com o motorista quanto no Chevrolet.
Seguindo a linha de DNAs diferentes, o Fluence roda mais macio e enfrenta melhor as imperfeições do asfalto. Seu ajuste de suspensão privilegia o conforto, mas não prejudica o desempenho em curvas ou velocidades mais altas. Precisão é palavra que define o Cruze: a suspensão tem ajuste mais firme e, aliado à direção precisa, deixa a tocada mais interessante para quem gosta de ter o carro "na mão".
Falando sobre o conjunto mecânico, as soluções também são distintas. O Cruze aposta no motor 1.8 16V de 144 cv associado ao câmbio automático de seis marchas (que estreia a segunda geração da caixa GF6). Mais ágil nas saídas (a aceleração de 0 a 100 km/h melhorou em cerca de 0,5 segundo) e com trocas de marcha mais rápidas e suaves, o sedã da Chevrolet também ficou mais econômico, melhorando os poucos pontos fracos do modelo anterior. O Fluence segue com a mesma receita de antes: motor 2.0 16V de até 143 cv e 20,3 kgfm de torque máximo associado ao câmbio CVT com opção de seis marchas simuladas.
Em termos de desempenho, o Fluence acelera melhor e anda com mais desenvoltura graças ao motor de maior capacidade e torque superior, mas perde apelo com o câmbio CVT, que tira um pouco da empolgação nas arrancadas, embora ajude no consumo. O Cruze não surpreende, mas está longe de ser ruim. Aliás, no Chevrolet a interação com o motorista é bem maior, enquanto o Renault preza por uma tocada mais relaxada.
Andando numa boa os dois são bastante silenciosos e têm isolamento acústico eficiente. Mas, no Cruze, devido ao motor mais áspero, quando se estica um pouco as marchas o ronco "ardido" é notado. Ao menos dá pra trocar as marchas e aproveitar melhor o rendimento do motor. No caso do Fluence, como em todo o CVT, o giro fica quase sempre lá embaixo e o ruído é bastante contido.
Veredito
Bem aceito no mercado, o Cruze custa R$ 84.100 e se destaca pelo bom conjunto motor/câmbio/direção, que embora não seja o melhor em desempenho trabalha afinado. Para quem gosta mais de dirigir e sentir o carro, o sedã a Chevrolet é o mais indicado - sem contar a posição de dirigir, que encaixa melhor o motorista. Peca pelo painel de instrumentos mais simples, não ter saída de ar no banco traseiro e desempenho inferior ao Renault. Ainda assim, evoluiu com as mudanças no câmbio automático e está num nível aceitável para um motor 1.8.
Agora, se a prioridade for conforto, o Fluence atende melhor. O sedã da Renault roda mais macio e silencioso, oferecendo uma condução mais relaxada e bom desempenho, porém, entregue de forma mais linear. Também agrada com o acabamento superior na cabine, com destaque para os tons claros desta versão Privilège. O nível de refinamento está um pouco acima do Cruze, com preço na mesma faixa: R$ 85.590.
A escolha entre eles será feita em função do estilo de dirigir e prioridades. Ambos se equivalem na lista de equipamentos e estão bem recheados para o segmento. No quesito segurança, por exemplo, a dupla oferece controles de tração e estabilidade, que o Corolla não possui em nenhuma versão e o Civic só passou a oferecer recentemente nas versões 2.0. São duas boas alternativas em relação aos líderes de vendas, estando credenciados a brigar no competitivo "G4" do sedãs médios. O Cruze prevalece pela maior rede e tradição da marca Chevrolet, enquanto o Fluence é prejudicado pela resistência do consumidor brasileiro aos sedãs de marcas francesas - a própria Renault tem como meta o 5º lugar em vendas no segmento.
Por Julio Cesar
Fotos: Julio Cesar e Alexandre Ciszewski
Ficha técnica – Chevrolet Cruze LTZ 1.8 A/T 2015
Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.796 cm3, comando duplo variável, flex; Potência: 140/144 cv a 6.300 rpm; Torque: 17,8/18,9 kgfm a 3.800 rpm; Transmissão: câmbio automático de seis marchas, tração dianteira; Direção: elétrica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira; Freios: discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS; Rodas: aro 17″ com pneus 225/50 R17; Peso: 1.399 kg; Capacidades: porta-malas 402 litros, tanque 60 litros; Dimensões: comprimento 4.600 mm, largura 1.790 mm, altura 1.477 mm, entre-eixos 2.685 mmMedições
Aceleração 0 a 60 km/h: 5,1 s 0 a 80 km/h: 7,9 s 0 a 100 km/h: 11,5 s Retomada 40 a 100 km/h em D: 8,7 s 80 a 120 km/h em D: 8,6 s Frenagem 100 km/h a 0: 40,2 m 80 km/h a 0: 25,1 m 60 km/h a 0: 14,0 m Consumo Ciclo cidade: 6,3 km/l Ciclo estrada: 10,1 km/lFicha Técnica - Renault Fluence Privilège 2015
Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 1.997 cm3, 16 válvulas, comando de válvulas variável; Potência: 143cv(E)/140cv(G) a 6.000 rpm; Torque: 20,3 kgfm(E)/19,9 kgfm(G) a 3.750 rpm; Transmissão: câmbio manual de seis marchas / automático do tipo CVT com seis marchas virtuais, tração dianteira; Direção: elétrica; Suspensão: Independente MacPherson na dianteira e molas helicoidais com barra estabilizadora na traseira; Freios: discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS, EBD e AFU; Rodas: aro 17 com pneus 205/55 R17; Peso: 1.372 kg; Porta-malas: 530 litros; Tanque: 60 litros; Dimensões: comprimento 4.620 mm, largura 1.810 mm, altura 1.470 mm, entreeixos 2.700 mm;Medições
Aceleração 0 a 60 km/h: 4,9 s 0 a 80 km/h: 7,4 s 0 a 100 km/h: 10,6 s Retomada 40 a 100 km/h em D: 8,2 s 80 a 120 km/h em D: 7,9 s Frenagem 100 km/h a 0: 39,0 m 80 km/h a 0: 25,2 m 60 km/h a 0: 14,1 m Consumo Ciclo cidade: 6,5 km/l Ciclo estrada: 10,3 km/lGaleria: Renault Fluence Privilège 2.0 CVT/Chevrolet Cruze LTZ 1.8 A/T
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