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Avaliação: Renault Duster Oroch tem fôlego limitado na versão 1.6

Avaliação: Renault Duster Oroch tem fôlego limitado na versão 1.6

Avaliação: Renault Duster Oroch tem fôlego limitado na versão 1.6
Avaliação: Renault Duster Oroch tem fôlego limitado na versão 1.6
Quase uma exclusividade brasileira, as picapes derivadas de carros de passeio entraram em outro patamar com o lançamento da Oroch no ano passado. Subindo um degrau em relação à Strada, Saveiro e cia, a picape desenvolvida a partir do Duster chegou com atributos que vão além da capacidade real para cinco pessoas. A boa receptividade do mercado não demorou: a Oroch já figura entre os cinco comerciais leves mais vendidos do país, deixando para trás modelos como a Ford Ranger e até a Chevrolet Montana, menor e mais barata. Depois do teste do modelo com motor 2.0, o qual consideramos adequado à proposta, ficamos curiosos sobre o comportamento da picape na versão 1.6. Pois aqui está a versão intermediária Dynamique com motor "mileseis".
Avaliação: Renault Duster Oroch tem fôlego limitado na versão 1.6
Produzida na fábrica de São José dos Pinhais (PR) e desenvolvida pela equipe latino-americana da Renault, a picape usa a plataforma do Duster com entre-eixos alongado: são 2.829 mm contra 2.674 mm do SUV, 155 mm a mais, o que garante o espaço necessário para a caçamba sem sacrificar a cabine. Se o visual externo é bastante equilibrado (a picape parece ter sido projetada do zero, com destaque para a harmonia da parte traseira), a cabine é suficiente para cinco pessoas sem o aperto das pseudo-cabines-duplas compactas. Na mesma faixa de capacidade das pequenas, a caçamba possui 683 litros (1,17 metro de largura e 1,35 metro de profundidade), mas pode receber o extensor e ganhar 300 litros. Além disso, ainda está disponível o rack de teto, que suporta 80 kg. Falta, porém, a grade de proteção do vidro traseiro.
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A versão avaliada (Dynamique) estava equipada com ar-condicionado, direção hidráulica, conjunto elétrico (vidros, travas e retrovisores), sistema multimídia, sensor de ré e bancos de couro, entre outros itens. A cabine é a mesma do Duster - para o bem e para o mal. Como vantagem, quem viaja atrás desfruta de bom espaço para pernas e cabeça, ainda que a inclinação da banco seja mais vertical em relação ao Duster. Cintos de três pontos e apoio de cabeça para todos estão presentes desde a versão de entrada. Assim como no SUV, o ponto negativo fica por conta da simplicidade no acabamento, que usa plásticos rígidos de aspecto barato e com rebarbas aparentes.
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Rodando na cidade na maior parte do tempo, a Oroch 1.6 não decepcionou. Apesar da direção hidráulica ser um pouco pesada, não é lenta nos desvios. Considerando a proposta, a suspensão foi muito bem acertada para equilibrar conforto e comportamento dinâmico. O rodar é macio, a carroceria não balança muito e a picape ainda segura muito bem nas curvas - melhor até que o próprio Duster. Parte do mérito vem da configuração de suspensão, que é independente multilink com molas helicoidais na traseira (conceito superior ao eixo de torção com feixe de molas) e da estrutura mais reforçada, que resulta em menor torção da carroceria. É ótima na buraqueira nacional e mostra robustez em pisos ruins ou mesmo estradinhas vicinais.
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Fácil de dirigir, a picape só requer um pouco mais de atenção nas manobras em marcha a ré, algo normal em veículos desse tipo. No caso do modelo testado, que estava equipado com sensor de ré, isso não foi um problema. Falando de desempenho, o motor 1.6 litro é contido. Lançado em meados da década de 1990, este propulsor ganhou tecnologia flex e foi rebatizado como K4M Hi-Flex. Possui bloco em ferro fundido, comando duplo, 16 válvulas e entrega 115 cv de potência e 15,9 kgfm de torque a 3.750 rpm com etanol.
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Em uso urbano não chega a irritar, mas ela demora a embalar nas retas e sofre nos aclives - lembra a tocada de um sedã 1.0. Com quatro ocupantes a falta de força já fica evidente (sem levar em conta a carga extra que pode ser levada na caçamba). Ao encarar subidas com o ar ligado (não precisa ser uma ladeira íngreme) a primeira marcha é frequentemente requisitada. Apesar disso, o câmbio de cinco marchas está bem escalonado. O que não ajuda são os engates mais secos e imprecisos (principalmente na marcha a ré) que na boa caixa manual de seis marchas que equipa as versões 2.0.
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Na estrada, a Oroch fica um pouco mais disposta, pois o propulsor 1.6 16V rende melhor em altas rotações. Repetindo o bom comportamento dinâmico da cidade, a picape também agradou pelo baixo nível de ruído na cabine. Mesmo a 120 km/h, o ronco do motor e os ruídos de rodagem são bem contidos. Durante nossa avaliação, o consumo urbano ficou na marca dos 7,2 km/l com etanol. Em rodovia a média foi a 10,5 km/l. Como de costume, números um pouco melhores que os divulgados pelo Inmetro: cidade, 9,6 km/6,6 km/l e estrada, 10,9/7,5 km/l, com gasolina/etanol, respectivamente. 
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Em termos de preço, a configuração 1.6 16V Dynamique (R$ 66.790) briga com as versões mais equipadas das picapes pequenas, como a Fiat Strada Adventure 1.8 16V (R$ 68.020) e Volkswagen Saveiro Cross 1.6 16V (R$ 68.590). Perde no desempenho, mas no geral é bem mais versátil e confortável que as rivais.
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Vale dizer, porém, que a Oroch 1.6 deve ser considerada apenas para cargas leves, como levar as bicicletas da molecada até o parque ou as pranchas até a praia. Se a ideia for levar "brinquedos" mais pesados, como motos ou jet-skis (usando o extensor), considere os R$ 4 mil extras (R$ 70.790) cobrados pela versão 2.0 - modelo que, aliás, terá novidades como câmbio automático e tração 4x4 em 2016 para responder à chegada da Fiat Toro, próxima atração deste segmento promissor. Texto e fotos: Julio César

Ficha Técnica: Duster Oroch 1.6 16V Dynamique 2016

Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.598 cm3, gasolina/etanol; Potência: 110/115 cv a 5.750 rpm; Torque: 15,1/15,9 kgfm a 3.750 rpm; Transmissão: manual de cinco marchas; Direção: hidráulica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e independente MultLink na traseira; Freios: discos ventilados na dianteira e tabmores na traseira, ABS; Rodas: liga-leve aro 16″ de liga leve; Pneus: Michelin LTX Force 215/65 R16; Peso: 1.292 kg; Capacidades: volume da caçamba 683 litros, carga útil 650 kg, tanque 50 litros; Dimensões: comprimento 4.693 mm; largura 1.821 mm; altura 1.695 mm; entre-eixos 2.829 mm; ângulo de entrada 26º, ângulo de saída 19,9º, altura livre do solo 2.016 mm.

Galeria de fotos:

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Foto de: Julio Cesar
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