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Carros para sempre: Lada Niva, o jipe russo que atravessou mais de três décadas

Carros para sempre: Lada Niva, o jipe russo que atravessou mais de três décadas

Carros para sempre: Lada Niva, o jipe russo que atravessou mais de três décadas
Carros para sempre: Lada Niva, o jipe russo que atravessou mais de três décadas
Criado pela AutoVAZ, empresa que surgiu em 1966 por meio de uma parceria com a Fiat para produzir carros populares, o Lada Niva nasceu em 1977 na União Soviética. Surgiram os Ladas 1200, 1300 e 1500, que rapidamente se espalharam pelas cidades. Mas o território da URSS era enorme, e grande parte dele formado por regiões inóspitas e que necessitavam de um carro mais robusto. Foi aí que nasceu o projeto do jipe Niva. Era o primeiro modelo desenvolvimento totalmente pela marca, ao contrário dos anteriores que usavam a plataforma do Fiat 124.
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Inicialmente, o projeto que começou em 1971 (chamado de UAZ2121) daria origem a um jipão utilitário, mas a marca queria um veículo que pudesse ser mais versátil: além do uso off-road, também levar a família. A partir daí, o desenvolvimento tomou o rumo que deu origem ao modelo como conhecemos hoje. Decidiu-se por um modelo fechado e equipado com motor 1.6. Entre as qualidades, além da tração integral, estava o diferencial central, um sistema avançado na época e usado somente pelos modelos da inglesa Land Rover. Fora isso, era um dos primeiros fora-de-estrada a utilizar carroceria monobloco. Compacto, o jipe media 3,72 metros de comprimento e tinha 2,20 m de entre-eixos. Utilizava rodas de aço aro 16", pesava 1.190 kg e tinha capacidade de carga de 360 kg.
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O motor 1.6 trazia carburação dupla, gerando potência de 72 cv e 12,8 kgfm de torque máximo, associado a um câmbio manual de quatro marchas. O consumo médio era de 12 km/l, número muito bom para um utilitário da época. O chamado "Land Rover russo", ficou pronto em 1976 e começou a ser produzido em 1977. Foi apresentado ao mercado europeu no Salão de Paris de 1978. Nos anos 1980, o modelo se consolidaria em diversos mercados mundiais, mas a evolução era lenta e o Niva só ganharia câmbio de cinco marchas em 1985.
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Com a dissolução da União Soviética e uma maior integração com o ocidente, a falta de inovações do jipe da década de 1970 ficava mais evidente. Apesar de robusto, o Niva tinha seus pontos fracos: componentes internos frágeis, volante muito fino e trilhos que não prendiam bem os bancos. As mudanças chegaram em 1995: o Niva ganhou um novo painel, nova tampa traseira (que descia até o para-choque) e lanternas verticais - logo depois as portas perderiam os defasados quebra-ventos. O 4x4 da Lada também recebeu um motor inédito, de 1.7 litro que rendia 81 cv e 12,9 kgfm de torque, projetado pela própria marca.
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Ainda em meados da década de 1990, foi lançada uma versão estendida (2131), com quatro portas e entre-eixos de 2,70 metros. Nos anos seguintes, o Niva ganhou mais opções de motores na Europa, inclusive uma a diesel, e pouco a pouco a injeção eletrônica ia substituindo o velho carburador. No início dos anos 2000, o utilitário estreava direção hidráulica e injeção eletrônica mais moderna, da Bosch. Em 2009, a marca afirma ter feito mais de 250 modificações no modelo, com destaque para ajustes na suspensão, freios, embreagem e bancos mais modernos, entre outras alterações. O estilo, porém, se mantinha praticamente o mesmo que consagrou o modelo ao longo dos anos.
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Nessa época, a rivalidade da guerra fria estava ficando para trás e a AutoVAZ passava a trabalhava em um novo projeto, feito em parceria com a alemã Opel. Lançado em 2002 com o nome de Chevrolet Niva (acima), o novo utilitário não aposentava o velho Niva, com o qual passou a conviver no mercado. No Brasil Assim que o então presidente Fernando Collor acabou com a reserva de mercado para automóveis, em 1990, a primeira marca estrangeira a chegar ao Brasil foi a Lada. Depois de um jejum de cerca de 20 anos vivendo com a proibição total de importações, o brasileiro via com bons olhos o jipe russo, que era robusto e vinha com tração integral permanente. Até então, o que tínhamos eram os jipes como Toyota Bandeirante e os nacionais da Gurgel, que saíram do mercado pouco tempo depois com a falência da empresa. Importado da Rússia a partir de 1991, o Niva chegava ao Brasil com motor 1.6 de 70 cv. Chegou primeiro na versão 4x4 e logo depois na versão CD, que era mais completa e trazia volante esportivo e caixa desmultiplicada Gemmer. O jipe também ganhou a versão Pantanal, modificada pela própria marca aqui mesmo e que trazia quebra-mato, bagageiro de teto, frisos laterais e guincho Warn. A primeira ficou no mercado até 1995, e as duas seguintes foram descontinuadas um pouco antes, em 1994. A versão reestilizada na Europa, de 1995, veio em poucas unidades na versão RC (Road Cruiser). Entre as razões para o encerramento das atividades da Lada no Brasil estão a alteração na cobrança de imposto de importação, problemas de qualidade na montagem, tropicalização e adaptação ao nosso combustível, além da forte concorrência de outras marcas, com produtos mais modernos. Havia também problemas de reposição de peças e estoques.
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Assim, a partir de 1995, a Lada foi gradativamente saindo do mercado nacional. Mesmo após a saída da marca, algumas unidades do Niva foram importadas entre 1997 e 1998. Devido às suas características únicas, o jipe russo conquistou uma legião de fãs. Não é exagero afirmar que se trata de um dos automóveis mais importantes já feitos na Rússia.
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Fabricado até hoje em sua terra natal, atualmente o modelo é chamado de Lada 4x4 e segue firme no mercado russo. Na Europa não há mais espaço para o modelo, que embora possua muitas qualidades e tenha sanado seus problemas ao longo de sua trajetória, não preza pela segurança ao não oferecer freios ABS, airbags ou controle de estabilidade. <h3>Galeria: Lada Niva</h3>

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Foto de: Julio Cesar
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