Algumas versões de carros nacionais conseguiram se projetar de tal forma que adquiram status e prestígio como se fossem um modelo à parte. Este é o caso do Opala Diplomata, que habitualmente nos referimos apenas como "o Diplomata". Responsável por elevar o patamar do Opala (que já gozava de grande prestígio) a um nível ainda mais alto entre os nacionais, esta versão e o famoso motor 250-S ficariam marcados na trajetória do modelo.
Sua história começa em 1979, pouco antes da primeira grande reestilização da linha Opala (as modificações anteriores não foram tão abrangentes quanto esta), que chegaria em 1980. Seguindo a tendência do mercado no fim dos anos 1970, o modelo ganhava faróis e lanternas retangulares e para-choques mais envolventes.
O Diplomata veio ocupar o lugar da versão de topo Comodoro, e trazia como itens de série ar-condicionado, direção hidráulica, rodas de alumínio, antena elétrica, retrovisor do lado direito, rádio com toca-fitas e detalhes externos como borrachas de proteção nas laterais e para-choques. Estava disponível nas carrocerias cupê e sedã, com motores 2.4 litros de 98/90 cv (álcool e gasolina, respectivamente) e 4.1 litros de 148 cv, ou ainda o mais bravo 250-S com 171 cv - todos associados ao câmbio manual de quatro marchas. Entre os opcionais estavam câmbio automático, teto de vinil e pneus radiais.
Com a reestilização de 1985, o Diplomata ganha molduras laterais mais largas, faróis de longo alcance integrados aos principais, ponteiras plásticas nos para-choques, maçanetas externas das portas embutidas e molduras na terceira coluna integradas com as saídas de ar. Internamente recebia itens como vidros elétricos e travas elétricas acionadas pelas maçanetas (solução mais moderna também aplicada no Monza), nova grafia no painel de instrumentos, retrovisores elétricos e bancos com encostos de cabeça separados.
No mesmo ano a Chevrolet lançava a aguardada Caravan Diplomata, que adicionava rack no teto e tinha até opção de pintura em dois tons. Com o novo motor de seis cilindros a álcool, rendia 134 cv.
Depois de três anos, em 1988, a versão de topo era renomeada para Diplomata SE e ganhava nova grade dianteira em formato trapezoidal, além de lanternas integradas em uma única peça vermelha, que ocultavam o bocal de abastecimento do combustível (passariam a ser fumê no ano seguinte). A lista de equipamentos incorporava novidades como temporizador dos vidros elétricos, volante com regulagem de altura, saída de ar-condicionado para o banco traseiro, alarme e alerta sonoro de faróis ligados.
No mesmo ano, o topo de linha ganha câmbio automático de quatro marchas com overdrive e mudanças na suspensão, trazendo novos amortecedores, barra estabilizadora mais grossa e novas buchas. Outro fato marcante era o fim de linha para a carroceria cupê, restando apenas o quatro portas.
Na linha 1990, a principal novidade era o motor 4.1 atualizado. Havia novo coletor de admissão, taxa de compressão mais alta, novo carburador e mudanças internas no bloco. Com isto, a potência passava a 141/121 cv (álcool e gasolina) - antes eram 135/118 cv.
Prestigiado no mercado apesar do peso da idade, o Diplomata passaria por mais uma reformulação visual em 1991. Novos para-choques envolventes, ausência de quebra ventos nos vidros dianteiros, retrovisores externos mais modernos e novas rodas eram as principais novidades. Além disso, havia freios a discos nas quatro rodas, direção hidráulica progressiva e, poucos meses depois, o câmbio manual de cinco marchas.
O lançamento da série especial Collectors já prenunciava o que o fim do Opala estava chegando. Dessa forma, em abril de 1992, após 1 milhão de unidades produzidas, o clássico da Chevrolet lançado quase 24 anos atrás fechava sua trajetória com chave de ouro e abria espaço para o Omega, que a marca já vinha preparando para nosso mercado desde 1990. Sua longevidade e carisma são casos raros na história da indústria local, fazendo do Opala um dos carros com maior contingente de fãs entre os nacionais.
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Galeria: Carros para Sempre: prestigiado, Opala Diplomata reinou nos anos 1980