Garagem CARPLACE #1: Corolla GLi 1.8 faz 15 km/l, mas é despojado
Garagem CARPLACE #1: Corolla GLi 1.8 faz 15 km/l, mas é despojado
O mais novo integrante do Garagem CARPLACE já está à postos para a avaliação de 30 dias. Vamos testar a 11ª geração do Toyota Corolla em duas versões: a de entrada GLi 1.8 automática e a topo de linha Altis 2.0 (esta obrigatoriamente automática), durante 15 dias cada. Vale informar que optamos por esses modelos porque havíamos detalhado o XEi 2.0 anteriormente, comparando-o contra o arquirrival Honda Civic LXR na época do lançamento do novo Toyota.
O GLi é o modelo de acesso da gama Corolla, tabelado a R$ 69.990 quando equipado com a nova transmissão automática CVT que simula sete marchas - mesma das versões 2.0. De série, vem com cinco airbags (sendo um para os joelhos do motorista), ABS, sistema de som com entrada USB e Bluetooth, ar-condicionado analógico e direção elétrica, entre os itens principais. A principal diferença mecânica fica por conta do motor 1.8 16V flex VVTi (com comando de válvulas variável na admissão e no escape), que gera 144 cv e 18,4 kgfm de torque. Trata-se de um propulsor reconhecido por equilibrar muito bem a equação desempenho x consumo. Para quem preferir, o GLi é também o único Corolla a oferecer câmbio manual (R$ R$ 66.570), com uma moderna caixa de seis marchas.
"Nosso" Corolla é da cor prata, uma pintura sem cobrança adicional (apenas a branco pérola custa mais R$ 900), e saiu da sede da Toyota em São Bernardo do Campo (SP) com exatos 3.312 km rodados. O tanque veio abastecido com 100% de gasolina, o que já nos permitiu notar que a economia de combustível é um dos pontos fortes do carro. Viajando a 120 km/h na rodovia, sem ar-condicionado (condição padrão do nosso teste de consumo), o câmbio CVT deixa o motor girando a mansas 2.400 rpm e o GLi registra bons 15 km/l de média. Na cidade, ainda em medições preliminares, estamos na casa dos 10 km/l.
Mesmo gastando pouco, o Corolla 1.8 tem desempenho bastante agradável. No campo das sensações, eu diria até que a versão 2.0 nem faz falta, mas prefiro esperar mais tempo (e os nossos testes) para uma conclusão precisa. A primeira impressão, no entanto, foi muito positiva. O sedã parece leve e embala com muita facilidade, mesmo com leve pressão no acelerador. O novo câmbio CVT, que a gente tanto elogiou acoplado ao motor 2.0, também vive um casamento feliz com o propulsor 1.8. Ele é justinho, não deixa o carro "bobo" e ainda responde com rapidez quando exigido. Faz o motor subir de giro sem nenhum atraso e, com as trocas simuladas, não deixa aquela impressão de metrô acelerando. Confesso que estou ansioso para fazer as medições de desempenho com este GLi.
Outra benesse do câmbio CVT é fazer o motor operar em giros baixos não só na estrada. Na cidade, quase sempre a agulha do conta-giros está abaixo de 1.500 rpm. Daí pode vir uma das explicações para o baixo consumo, e também para o baixíssimo ruído interno. Além do motor trabalhando manso, o isolamento acústico do Corolla deixa o barulho de vento e rodagem distante dos ocupantes, mesmo em velocidades de estrada. Para completar o conforto, a suspensão reconhecidamente macia ganha a colaboração das rodas aro 16" vestidas por pneus 205/55 (em vez de 17" como em alguns rivais). Para a buraqueira paulistana, ficou joia! O GLi passa suave sobre pisos ruins, valetas, quebra-molas e ainda mostra compostura nas curvas e frenagens (embora até agora eu não tenha forçado a dinâmica do sedã).
Mecanicamente muito bom, o Corolla GLi pode decepcionar quando o observamos com mais calma. Por fora, somente a falta dos faróis de neblina (algo injustificável num carro de R$ 70 mil!) denota a maior simplicidade da versão. O novo estilo do sedã ficou muito mais jovem e, nas ruas, a maioria dos comentários é positivo. O desenho das rodas 16" não é tão bacana quanto o das demais versões, mas também não compromete. É na cabine, porém, que a coisa pega. Nada a reclamar do excelente espaço interno, ampliado e muito para os passageiros com os 10 cm extras de entre-eixos. O problema está no ambiente um tanto simplório.
Para começar, o tecido cinza dos bancos não convence. Quem reclamou de falta de sofisticação no Focus SE 2.0 que estava no Garagem anterior é melhor nem entrar nesse Corolla. A forração é simples de ver e não muito agradável ao toque. O quadro de instrumentos também é mais pobre que o das demais versões, com o velocímetro em destaque no centro e um medidor do nível de combustível bem grande à direita, o que lembra alguns carros populares. A impressão de se estar num carro mais barato é reforçada pela aparência das maçanetas e pela ausência do espelhinho no para-sol do motorista, além das tirinhas de metal retorcido para abrir o tanque e o porta-malas. Na chuva, também senti falta do ajuste de tempo do intermitente do limpador, coisa que também não existe por aqui apesar de equipar alguns carros compactos.
Não que o acabamento do Corolla seja ruim, pois os comandos transmitem robustez e os encaixes das peças plásticas são justos. Além disso, a parte superior do painel e das laterais de porta são emborrachadas. Mas, visualmente, o GLi está longe de transmitir algum requinte. E o painel com desenho totalmente chapado não condiz com a beleza exterior do sedã. Uma pena.
Texto e fotos: Daniel Messeder
Fotos: Novo Toyota Corolla GLi 1.8
Galeria: Garagem CARPLACE #1: Corolla GLi 1.8 faz 15 km/l, mas é despojado
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