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Garagem MOTO#5: Honda CBR 650F pega Yamaha XJ6 F pela frente

Garagem MOTO#5: Honda CBR 650F pega Yamaha XJ6 F pela frente

Garagem MOTO#5: Honda CBR 650F pega Yamaha XJ6 F pela frente
Já perdemos a conta das vezes em que dissemos, num comparativo, que uma moto da Honda era mais amigável e fácil de pilotar que a oponente. Em compensação, o modelo da marca da asa em geral não emocionava tanto quanto a rival. Isso até que chegamos ao combate desta vez: a nova Honda CBR 650F, que está passando uma temporada com a gente no Garagem MOTO, tem pela frente a arquirival Yamaha XJ6 F. Duas motos de quatro cilindros e cilindrada média, visual esportivo e tocada divertida. Qual a mais empolgante? Lá fomos então eu e o nosso consultor técnico Eduardo Silveira pegar a estrada. Como andei bastante na CB 650F, versão naked da CBR aqui presente, comecei pela XJ6. E ela é muito gostosa de pilotar. Posto de comando confortável (com guidão acima da mesa), banco cômodo, comandos leves, câmbio macio e um motor "lisinho" fazem a alegria do condutor, seja ele inciante ou mais experiente.
Garagem MOTO#5: Honda CBR 650F pega Yamaha XJ6 F pela frente
Para os novatos, o comportamento suave do tetracilíndrico da Yamaha cai como uma luva: é fácil conduzir sem trancos ou acelerações bruscas - as repostas só começam a ficar fortes acima das 6 mil rpm. Na cidade, as suspensões macias e a posição mais ereta de pilotagem proporcionam conforto acima da média para este tipo de moto - tem até cavalete central para a hora de estacionar. Fora isso, ela é estreita e os retrovisores são elevados, de modo que passar no corredor formado entre os carros não é problema. Incomoda, apenas, o bafo do motor na perna, que se manifesta depois de algum tempo pilotando. Pegamos a estrada e a XJ sem mantém fogosa. Passo a esticar as marchas e percebo que a vibração é mínima mesmo perto da rotação de corte do motor. O ronco é instigante, fazendo com que seja bastante prazeroso fazer as trocas de marcha com o motor cheio. O desempenho não chega a tirar o fôlego, mas também não há do que reclamar: o motor de exatas 599 cc entrega 77,5 cv de potência a 10 mil rpm e 6,08 kgfm de torque a 8,5 mil giros. É o suficiente para mover com alegria os não muito esbeltos 220 kg desta Yamaha.
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Quando pintam as curvas, a XJ6 também não se faz de rogada. Apesar de macia, ela é bem estável e os freios (agora com ABS) respondem com eficiência e boa sensação na manopla e pedal. Ou seja, é uma moto redondinha: todo o conjunto parece muito bem dimensionado ao desempenho do motor, sendo fácil de tocar esta Yamaha num ritmo divertido - sem muita exigência do piloto. Um senão fica para a falta de um computador de bordo no painel, já que uma moto de mais de R$ 30 mil merecia pelo menos um mostrador de consumo médio. O acabamento agrada e os comandos são simples, mas bem feitos. E, apesar de já ter alguns anos de carreira, a XJ6 F continua com visual bacana, que ganhou ainda mais destaque com o novo grafismo recebido na linha 2014.
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Lado a lado com a CBR, você não diz que a Yamaha é mais antiga. A Honda é bonita, mas, como tem acontecido com os últimos lançamentos da marca, a CB 650F tem desenho discreto. A exceção fica para a parte de baixo da moto, que tem pegada mais esportiva com os discos de freio do tipo margarida (de maiores dimensões que os da XJ6 na frente) e o pneu mais largo na traseira (180/55 contra 160/60, sendo que na dianteira as duas usam 120/60). As rodas são aro 17" nos dois casos. Outras semelhanças ficam por conta do desenho frontal, que traz farol único com formato de escudo, e pela saída de escape curtinha, quase embutida no quadro. Já as diferenças aparecem mais na traseira, com vantagem para a Yamaha: ela conta com banco dividido e uma alça para o garupa, de modo que o carona viaja mais bem acomodado. Na Honda, o banco é único e inclinado para a frente, além de não haver lugar para segurar - os únicos pinos disponíveis servem apenas para amarrar carga. A gata vai reclamar!
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Logo ao montar na CBR nota-se seu perfil mais esportivo. Os semiguidões ficam baixos e são estreitos, obrigando a uma postura mais agressiva que na XJ. O painel é bonito, com dois mostradores digitais, e conta com computador de bordo. Os comandos têm aspecto mais moderno que os da Yamaha, mas, para complicar, a Honda insiste na inversão de seta e buzina - algo que ainda demoro a acostumar quando venho de outra moto. Não é preciso nem começar a esticar as marchas para perceber o maior fôlego da CBR. Principal argumento da Honda com esta moto é a ampla oferta de torque desde baixos giros, e isso ela tem mesmo: são 6,8 kgfm a 8 mil rpm, uma vantagem de 0,7 kgfm em relação a Yamaha - e ainda entregue 500 giros mais cedo. Enrole o cabo e a CBR continuará na frente, com uma diferença de quase 10 cv de potência para um total de 87 cv a 11 mil giros. Ponto negativo é que a partir de 9 mil rpm o motor Honda não gira tão suave quanto o Yamaha, e parece trabalhar forçado. Se você não olhar o conta-giros, acaba subindo a marcha por achar que a rotação de corte está chegando, quando na verdade ainda há margem para avançar.
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Temos então, pela postura e desempenho, uma moto mais focada em esportividade na CBR do que na XJ6. E essa impressão (verdadeira) se mantém nos demais aspectos da pilotagem. As suspensões, por exemplo, são mais firmes na Honda. Ela é dura no asfalto remendado, mas dá para entrar com mais precisão em curvas rápidas, sem que o conjunto balance, além de o pneu traseiro mais largo oferecer mais área de contato. O mesmo vale para os freios, que embora sem ABS nesta versão Standard avaliada, mostraram uma mordida mais forte que a da rival. De resto a CBR faz o que se espera de uma Honda. Mesmo mais "torcuda" que a XJ6, ela é fácil de pilotar, o câmbio é uma manteiga e a ginga para mudar de direção é excelente, fazendo parecer que estamos numa moto de baixa cilindrada. No trânsito, ela é ainda mais estreita que a concorrente e baila com destreza entre os carros.  Também não há do que se queixar em termos de acabamento: tudo bem montado e feito com bons materiais, ainda que sem luxos. O painel em dois visores é bacana e o conta-giros, mesmo digital, tem leitura legal.
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Por fim, mas não menos importante nesses dias de gasosa a mais de R$ 3, o consumo foi relativamente parelho entre as duas. Na Yamaha, mais econômica em uso moderado, as médias variaram de 16,5 km/l a 21,5 km/l, dependendo do modo de pilotagem. Já a Honda variou de 16,0 km/l a 18,9 km/l nas mesmas condições, lembrando que a CBR tem motor um pouco maior (650 contra 600 cc) e é mais girador - portanto é normal que "beba" mais quando exigido. Chegamos então à velha conclusão que norteia nossos comparativos: o que você deseja do seu próximo veículo? Temos na XJ6 uma moto mais confortável para uso diário, tanto na posição de pilotagem quanto na absorção de impactos, mas sem deixar de ser divertida. A Honda também será boa companheira de dia-a-dia, mas é preciso considerar a posição um pouco mais cansativa e a suspensão firme, mas ainda assim ela tem uso descomplicado mesmo para iniciantes. E o principal em se tratando de de motos desta categoria: a CBR tem DNA mais esportivo no conceito e na prática, empolgando mais na hora de acelerar.
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Caso opte pela Honda, vale ficar ligado no preço sugerido, pois como a CBR 650 é lançamento as concessionárias têm aproveitado o momento e cobrado ágio de cerca de R$ 2 mil. Na versão STD ela é tabelada a R$ 30.690, passando a R$ 32.890 na versão ABS, mas nas lojas encontramos a STD por pelo menos R$ 32.690 e a com ABS até por R$ 35 mil... No caso da Yamaha, há mais tempo no mercado, a situação é contrária: encontramos facilmente a XJ6 F com desconto sobre o preço sugerido, a partir de R$ 28.990 (a tabela começa em R$ 29.490). Já o modelo com ABS é menos ofertado, mas sai pelos R$ 32.590 anunciados pela marca. Texto e fotos: Daniel Messeder

Ficha técnica

Honda CBR 650F Motor: quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 649 cm3, duplo comando no cabeçote, injeção eletrônica, gasolina; Potência: 87 cv a 11.000 rpm; Torque: 6,4 kgfm a 8.000 rpm; Transmissão: câmbio de seis marchas, transmissão por corrente; Quadro: dupla trave de aço tipo Diamond; Suspensão: garfos telescópicos convencionais (120 mm de curso) na dianteira e balança de alumínio monoamortecida na traseira (128 mm de curso); Freios: disco na dianteira (320 mm) e na traseira (240 mm), com ABS opcional; Rodas: alumínio aro 17" com pneus 120/70 na dianteira e 180/55 na traseira; Peso: 195 kg (197 kg com ABS); Capacidades: tanque 17,3 litros; Dimensões: comprimento 2.110 mm, largura 755 mm, altura 1.145 mm, altura do assento 810 mm, entreeixos 1.450 mm

Yamaha XJ6 F

Motor: quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 599 cm3, injeção eletrônica, comando duplo no cabeçote, refrigeração líquida, gasolina; Potência: 77,5 cv a 10.000 rpm; Torque: 6,09 kgfm a 8.400 rpm; Transmissão: câmbio de seis marchas, transmissão por corrente; Quadro: estrutura tipo diamond frame de aço; Suspensão: garfo telescópico na dianteira (130 mm de curso) e monoamortecida na traseira com ajuste da pré-carga da mola (130 mm de curso); Freios: disco duplo dianteira (298 mm) e disco simples na traseira (245 mm), com ABS opcional; Pneus: 120/70 aro 17 na dianteira e 160/60 aro 17 na traseira; Peso: 220 kg (ABS); Capacidades: tanque 17,3 litros; Dimensões: comprimento 2.120 mm, largura 770 mm, altura 1.185 mm, altura do assento 785 mm, entre-eixos 1.440 mm   Galeria de fotos: 

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