Conhece o carro da foto? Sim, é a versão local do Fiat Siena de primeira geração vendido no Brasil
Enquanto a Coreia do Sul abraça o mundo com as marcas Hyundai e Kia, na vizinha do norte as coisas são bem diferentes. Assunto recorrente nos jornais nas últimas semanas, graças às declarações de seu líder Kim Jong-un e suas ameaças de invasão à Coreia do Sul e ataque militar às bases dos EUA, a Coreia do Norte é um país isolado e conta com umas das menores frotas de carros do mundo: são aproximadamente 25 mil veículos para uma população de 25 milhões de habitantes.
Desconhecido da maioria das pessoas, este é um país onde as mulheres não podem dirigir. Mas curiosamente, são elas que exercem a tarefa de guarda de trânsito na tranquila capital Pyongyang.
Lá existem os semáforos de trânsito, porém, os mesmos ficam desligados praticamente o ano todo (provavelmente para reduzir custos com energia, que é escassa), sem contar o tráfego quase inexistente com um trânsito que se resume a poucos veículos, em sua maioria carros oficiais e de estrangeiros que residem no país.
A bicicleta está muito presente no trânsito local, mas a maioria da população se locomove a pé, ou usa os superlotados ônibus - frota bem antiga, onde muitos foram herdados da antiga Alemanha Oriental. Por outro lado, também existe a boa rede de trólebus em circulação.
No mercado automotivo a situação é bem particular: existem apenas duas montadoras. Uma delas, a Pyeonghwa Motors, é uma joint-venture que produz carros compactos sob licença da Fiat e da chinesa Brilliance, além de uma picape e um SUV que são montadas em kits CKD da marca chinesa Dandong Shuguang.
Em um país no qual as mulheres não podem dirigir, é no mínimo curioso uma propaganda ter justamente uma mulher ao volante
A Pyeonghwa tem capacidade para produzir cerca de 10.000 carros por ano, e embora os dados não sejam muito precisos, sabe-se que a marca não tem produzido mais do que algo em torno de 400 a 500 carros por ano. Esta montadora é a única que pode veicular propaganda na mídia e comercializar carros importados usados no país.
A marca faz sua propaganda e espalha vários outdoors pelas estradas para criar a imagem de um país independente que produz seus próprios carros. Por outro lado a população não pode e nem está autorizada a comprar automóveis, algo que só pode ser feito por quem tem laços com o governo.
Os compactos Mercedes-Benz 190E também foram copiados na Coreia do Norte nos anos 1990. Com os nomes de PyongYang 4.10 e Paekdusan, eles tinham uma grade diferente e acabamento bem inferior ao modelo alemão. Como se pode ver, o isolacionismo da Coreia do Norte também chega às ruas do país.
Galeria: Coreia do Norte, um lugar onde carros são para poucos