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Volta rápida: Citroën DS4 - Desigualdade na classe

Volta rápida: Citroën DS4 - Desigualdade na classe

Volta rápida: Citroën DS4 - Desigualdade na classe
Volta rápida: Citroën DS4 - Desigualdade na classe
Comprar um hatch premium na faixa dos R$ 100 mil é uma decisão puramente emocional. Afinal, com essa grana você encontra carros maiores, mais espaçosos e versáteis. Mas poucos modelos oferecem tanto status aos seus jovens proprietários quanto um Audi A3 ou um BMW Série 1. Isso sem falar novo Mercedes Classe A, que chega em março para formar a trinca de desejos. Esse seria um jogo de cartas marcadas (todas alemãs) se não fosse um ousado francês. O Citroën DS4, terceiro membro da linha DS a vir ao Brasil, traz uma proposta diferenciada para esta categoria, com soluções arrojadas de design, lista de equipamentos recheada e interior requintado. O que é? Em oposição ao jeito sisudo alemão, o DS4 tem estilo mais descolado. O designer Olivier Vincent explica que a ideia não era fazer um modelo retrô que remetesse ao famoso Citroën DS do passado, mas sim que tivesse o mesmo espírito de vanguarda. Ou seja, embora tenha como ponto de partida o C4 hatch de nova geração, o DS4 não aparenta ser um hatch tradicional. Elementos como o teto curvado, as portas traseiras com as maçanetas ocultas nas colunas e o para-brisa alongado e bastante inclinado (45 graus) dão um ar de cupê ao modelo. E não e só: a altura do solo ligeiramente elevada e as rodas aro 18 conferem um jeitão de crossover ao novo Citroën.
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O que poderia ter virado uma salada estilística resultou num belo automóvel, com uma frente agressiva, de faróis puxados para cima e uma atitude esportiva que é complementada pela traseira curta e pelas laterais com fortes vincos. Quem diz que os "carros novos são todos iguais" certamente ainda não viu um DS4 ao vivo. Ele é ousado e criativo, sem ser estranho. Em relação ao novo C4 europeu, o DS é claramente mais agressivo, com cerca de 6 cm a menos no comprimento e 4 cm extras na altura.
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Parado ao lado do DS4, minha primeira (e instintiva) ação foi a abrir a porta-traseira. A gente quer ver como funciona aquela maçaneta embutida ali na coluna e acaba reparando que a porta faz um vinco todo especial quando aberta, só por causa da posição da maçaneta. O espaço traseiro também remete a um cupê, um pouco restrito para a cabeça e pernas de uma pessoa de 1,80 m. Isso sem falar que os vidros das portas de trás não abrem - nem adianta perder tempo procurando o botão da janela. O porta-malas tem tamanho de hatch médio, com 359 litros, e sob o forro o estepe não é do tipo fino, mas vem numa roda aro 16, contra aro 18 das rodas originais.
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Tudo na cabine conversa com o estilo arrojado do lado externo. E, como no DS5, chama a atenção o cuidado aos detalhes. O acabamento é feito em sua maioria com plástico suave ao tato, superfícies emborrachadas, cromados e alumínio. No puxador de porta, um revestimento com a trama "DS" estampada dá o toque de exclusividade. O banco é forrado de couro perfurado e tem formato bastante anatômico, daqueles em que até o apoio de cabeça é confortável. Ah, e o encosto do motorista faz massagem nas suas costas (acionada por um botão à esquerda do assento). Ao dar partida, você ainda pode escolher qual sua opção preferida para o som da seta e dos alertas em quatro tons: Classic, Crystal Symphony, Jungle Fantasy, Urban Rythmik. Para completar, a iluminação do painel pode ser regulada de branca para azul, de modo gradual.
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Como anda? Sabendo que o DS4 usa o mesmo powertrain do DS5 (motor 1.6 THP e câmbio A/T de seus marchas), eu já esperava um desempenho melhor. A diferença de peso entre eles (1.363 kg contra 1.480 kg) é o que separa um hatch esperto de um crossover pesadão. No DS4, é fácil perceber a boa oferta de torque em baixas rotações - 24,5 kgfm a 1.400 rpm -, bem como os 165 cv disponíveis quando se pisa fundo. As acelerações e retomadas são ágeis, facilitadas pela boa atuação do câmbio. A pegada do novo DS me fez lembrar do Peugeot 308 THP, o "primo" de porte similar e equipado com o mesmo conjunto mecânico. Não por acaso, a Citroën divulga números próximos aos que obtivemos com o 308 para o DS4: 0 a 100 km/h em 8,6 segundos e máxima de 212 km/h. A marca não informa dados de consumo, o que será verificado num futuro teste completo. Mais rápido que o DS5, o DS4 também continua devendo as borboletas no volante para trocas manuais, algo que cairia bem nesse carro de proposta mais esportiva. E, não custa lembrar, é coisa que todos os rivais alemães oferecem. Na estrada, o hatch transmite segurança em velocidades mais elevadas e oferece um bocado de conforto, tanto pela suavidade de rodagem quanto pelo baixo ruído interno. A 120 km/h em sexta marcha, o motor trabalha abaixo de 3 mil giros.
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A direção firme (um pouco pesada até, como no DS5) e as rodas aro 18 com pneus 225/45 contribuem para manter a boa estabilidade, mas a suspensão elevada e com acerto macio permite que a carroceria balance um pouco nas curvas mais fechadas. Nada que comprometa, só não espere uma dinâmica tão precisa quanto nos germânicos. Por outro lado, o maior vão livre do solo deixa o DS4 bem apto a superar valetas e lombadas, sem raspar o para-choque - algo comum no atual C4. E a maciez do conjunto proporcionou boa absorção dos poucos buracos que encontramos durante o test-drive.
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Quanto custa? A julgar pela falta tradição no segmento dominado pelos hatches alemães, a Citroën parece ter ido com muita sede ao pote quando definiu o preço de R$ 99.990 para o DS4. Mas se a ideia da linha DS é justamente se diferenciar pelo design, sofisticação e equipamentos, não dava para pensar num carro desses com bancos de tecido. Por isso, todo DS4 vem com couro (sem esquecer do banco com massageador para o motorista), sistema de navegação por GPS com tela no centro do painel, sistema de som com Buetooth e entrada USB, ar digital de duas zonas, rodas aro 18, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, seis airbags, ESP e mais três assistentes bacanas: de partida em rampa (que segura o freio para o carro não descer), de ponto cego (que acende um alerta caso haja um carro ou moto ultrapassando seu carro) e ainda um recurso que "lê" e mede vagas transversais para dizer se a manobra é possível, difícil ou se o carro não cabe naquele espaço. Para quem está pensando num hatch premium, o DS4 chega trazendo uma proposta diferenciada, com acabamento refinado e muito estilo, sem fazer feio na hora de acelerar. Qualidades que, espera a Citroën, façam o modelo emplacar cerca de 100 unidades por mês. Vale lembrar que o DS5 veio numa "vibe" parecida e fez o primeiro lote de 300 unidades se esgotar em um mês e meio. Por Daniel Messeder Ficha técnica - Citroën DS4 Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 1.598 cm3, 16 válvulas, injeção direta e turbo; Potência: 165 cv a 6.000 rpm; Torque: 24,5 kgfm a 1.400 rpm; Transmissão: câmbio automático de seis marchas, tração dianteira; Direção: eletro-hidráulica; Suspensão: Independente Mac Pherson na dianteira e eixo de torção na traseira; Freios: disco nas quatro rodas, com ABS; Peso: 1.363 kg; Porta-malas: 359 litros; Dimensões: comprimento 4,275 mm, largura 1,810 mm, altura 1,533 mm, entreeixos 2,612 mm; Aceleração 0 a 100 km/h: 8,6 s; Velocidade máxima: 212 km/h

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