Novo Hyundai HB20: Impressões ao dirigir todas as versões - Veja mais de 100 fotos
Novo Hyundai HB20: Impressões ao dirigir todas as versões - Veja mais de 100 fotos
"O Hyundai HB20 não foi feito para competir, mas para dominar o segmento". Esta afirmação, de Casey Hyun, Designer responsável pelo desenho interno e externo do Novo HB20, mostra claramente como a Hyundai trabalhou detalhadamente o desenvolvimento do Novo HB20. Confira a seguir as nossas impressões sobre o carro, desempenho das três versões e detalhes com mais 100 fotos em alta resolução.
Não, o HB20 não será líder de vendas, mas vai dominar o segmento com certeza. Entenda o termo "dominar o segmento" como ser a nova referência entre os compactos, o apelo visual mais atrativo, interior vistoso e com qualidade além de preço "competitivo". Os executivos da Hyundai foram taxativos nesta afirmação: "não fizemos um carro barato, mas sim um carro competitivo". Se quisessem oferecer um carro barato, como algumas montadoras fazem (ou farão em breve), bastava trazer da Índia o tímido e bem mais simples Hyundai Eon, modelo criado especificamente para o mercado indiano, com acabamento mais pobre, plataforma e mecânica mais simples além do visual bem menos atrativo.
Por que fazer um carro totalmente novo e específico para o Brasil?
O Volkswagen Gol é o carro mais vendido do Brasil há 25 anos. Fiat Palio e Uno oscilam entre segundo e terceiro lugar. São modelos estabelecidos, com marca e nome forte além de uma imensa rede de distribuição e assistência espalhada pelo Brasil. Para conseguir conquistar consumidores tanto da Fiat como da Volkswagen, não bastava trazer mais um carro e colocar um preço mais atrativo. A Hyundai trabalhou muito bem esse quesito e, por este motivo, criou um carro que supera os modelos citados.
Para entender as necessidades e desejos do consumidor brasileiro, a Hyundai enviou durante dois anos ao país os engenheiros e designers coreanos envolvidos no projeto para conversar e conhecer os potenciais compradores. Descobrir o que era importante, o que fazia a diferença. Da mesma forma, a engenharia dissecou completamente os rivais para criar algo melhor. O resultado é um carro realmente atrativo e superior aos concorrentes em todos os quesitos.
Visual
O Hyundai HB20 é um carro com visual moderno e muito atraente. Ao vivo, nota-se que se trata de um carro compacto, de porte semelhante ao do Gol e Palio. As suas linhas no estilo "escultura fluída", DNA da marca coreana, possui traços que não são cansativos e que em movimento, transmitem a impressão de ser maior do que realmente é, fato caracterizado principalmente na parte traseira que traz as lanternas em posição mais elevada e levemente saltadas.
O desenho da tampa do porta-malas, que tem um sobressalto na altura das lanternas, causa uma sensação de prolongamento das lanternas (ocasionado pela sombra), o que lembra bastante o estilo presente no Novo Azera (principalmente visto ao longe). Na traseira, também agrada o desenho do para-choque com com linhas suaves em toda a sua extensão, mas bem marcantes (e quase retas) nas laterais. Os refletores estão presentes em todas as versões.
A parte dianteira traz a tradicional grade hexagonal com acabamento em preto brilhante na parte superior e filetado na inferior. Os faróis, que invadem bastante a lateral, também seguem o mesmo estilo presente nos recentes lançamentos e possui acabamento com máscara negra em todas as versões Comfort (1.0 e 1.6) e acabamento cromado na 1.6 Premium.
Como já havíamos antecipado, a lateral possui um marcante vinco em formato de "L" que começa na altura da maçaneta traseira e conclui na base da porta dianteira. A linha de cintura traz dois vincos, sendo um que segue de forma horizontal e outro mais saltado e ascendente que conclui na lanterna traseira.
Acabamento interno
O acabamento interno também é muito interessante. O painel tem desenho muito semelhante ao do Elantra, por exemplo, porém com utilização de materiais condizentes com o segmento. O material utilizado é de plástico rígido e com rugosidade (não há pontos macios), mas que possuem bons encaixes, nada de rebarbas, bom aspecto e transmite a sensação de modernidade. As saídas de ar fogem do padrão circular presente em quase todos os compactos e apresentam formas geométricas, que permitem fechar todo o fluxo de ar nas laterais que as centrais deixam apenas direcioná-lo.
O volante tem desenho anatômico com boa pegada em todas as versões, sendo que na top de linha, é revestido em couro. Os botões de controle de som estão presentes nas versões Comfort Style e na Premium.
O quadro de instrumentos também é um dos destaques. Chamado de "Super Vision Cluster" pela Hyundai, tem desenho moderno e com iluminação nas cores branca, azul e vermelho e traz informações completas do computador de bordo em uma tela ao centro, onde também são mostrados digitalmente o nível de combustível e temperatura do motor. A sensação é de que este quadro de instrumentos é de um carro de segmento superior. O único inconveniente é o posicionamento do botão de navegação do computador de bordo que está localizado no painel, e não de forma prática na haste direita, por exemplo.
O sistema de som tem navegação clara e muito intuitiva. Diferente do que foi apresentado nos modelos camuflados que dirigimos em Piracicaba, a versão de produção adota o display em tom azul, combinando com toda a iluminação da cabine e do quadro de instrumentos. Mesmo na versão top de linha, a qualidade de som pode ser considerada apenas básica. Não fizemos nenhuma regulagem para tentar obter uma melhor qualidade. No entanto, reproduz arquivos MP3 e possui entrada auxiliar e USB/iPod no console.
Os comandos de ar condicionado são bem claros e acessíveis. No entanto, destoa muito do restante da cabine os botões extremamente simples utilizados nos controle da temperatura e de direcionamento do ar. Aqui fica claro que se trata de um carro "compacto", mas isso não tira os méritos do carro.
Os bancos são macios e confortáveis, com boa densidade de espuma. Os apoios laterais são corretos, e em nosso teste, mais de 4 horas dirigindo, não deixou cansado. Os ajustes de inclinação do encosto é feito por uma alavanca, enquanto a regulagem de altura movimenta apenas o assento e é feita por uma roldana.
O HB20 é um compacto, e por isso, o espaço interno não é uma das virtudes. Mesmo assim, graças ao entre-eixos ligeiramente maior que o do Gol, o espaço oferecido é pouca maior. Os bancos também são confortáveis e recebem bem os passageiros. Para um possível quinto passageiro, viajando ao centro, a Hyundai peca e oferece apenas o cinto de dois pontos e não oferece o terceiro encosto de cabeça em nenhuma versão. Por outro lado, todas as unidades saem de fábrica equipadas com o sistema de fixação Isofix para cadeirinhas infantis.
O porta-malas tem capacidade de 300 litros, ou seja, 10 litros a mais do que o concorrente Gol, e possui acabamento em toda a extensão. O modelo, quando equipado com rodas de liga-leve, também traz o estepe de liga-leve e no mesmo diâmetro. A marca entendeu que neste segmento um pneu mais fino de uso de emergência não é bem visto.
Impressões ao dirigir
Iniciamos nosso teste a bordo da versão equipada com motor 1.0 CVVT de 3 cilindros e 12 válvulas que entrega até 80 cv a 6.200 rpm com etanol e torque máximo de 10,2 kgfm a 4.500 rpm (com etanol). Assim como o Kia Picanto, com quem compartilha o motor, é necessário pisar na embreagem para ligar o carro. A grande dúvida do motor 1.0 de três cilindros é respondida imediatamente: não traz vibração para dentro da cabine. Ao rodar os primeiros metros com o carro nota-se boa disposição, ou seja, o bloco 1.0 de até 80 cavalos empurra o HB20 com mais eficiência do que o motor 1.0 da VW empurra o Gol. Outra boa cartada da Hyundai foi dar atenção ao isolamento acústico, que filtra muito bem o ruído do motor.
Na estrada, a impressão também é muito positiva. O motor trabalha de forma eficiente e ao atingir 120 km/h. Obviamente, sofre um pouco nas ladeiras e retomadas. Pouco se nota o ruído do motor, ficando apenas o barulho do arrasto do vento. Para andar mais forte é necessário elevar a rotação do motor para próximos dos 6.000 rpm, única ocasião que o ruído do motor fica mais intenso. O câmbio também colabora para a boa dirigibilidade, com engates curtos e suaves, mas em alguns momentos de retomada sentimos uma "enroscada" na redução da quinta para a quarta marcha.
A segunda versão avaliada foi a 1.6 manual. Como esperado, o ronco do motor é diferente. Nesta versão, o HB20 é muito mais esperto que os concorrentes, principalmente o Gol. O câmbio também parece ter um ajuste melhor do que a versão 1.0, com engates bem mais fáceis e precisos. Atingir a velocidade máxima da rodovia, 120 km/h, foi fácil. Ao entrar em curvas mais acentuadas com mais ousadia, o HB20 transmitiu segurança, oferecendo controle total ao motorista. Em velocidades mais altas, possibilitada em trechos fechados, a direção hidráulica começa a ficar leve demais, mas esta é uma situação que raramente acontecerá pelos limites legais das rodovias brasileiras.
Também testamos a versão 1.6 equipada com o câmbio automático de quatro marchas. Nesta versão, a Hyundai reforça que se trata de um legítimo câmbio automático, e não um automatizado como os concorrentes. Em nosso teste, simulando uma condução tranquila em condições de trânsito urbano, mesmo com apenas quatro marchas, o câmbio automático se demonstrou muito satisfatório. As trocas ocorrem de forma suave, sem trancos. Quando mudamos o estilo para uma condução mais agressiva, em estrada por exemplo, o câmbio automático usa todo o giro do motor disponível (sobe a rotação até 6.500 rpm) para então efetuar a troca. Em velocidades mais altas, obviamente, fica a sensação de que está faltando marcha.
Em resumo, o Novo HB20 é um carro que está acima dos atuais concorrentes, tanto nas versões 1.0 como na 1.6, oferecendo excelente dirigibilidade. Os motores são mais modernos, mais potentes e eficientes. Ambos são bicombustíveis, com bloco em alumínio e possuem comando de válvulas variável, o que contribui para a redução do consumo de combustível. Por falar em consumo, a Hyundai não divulgou estes dados e também não foi possível medir o consumo no teste pois as unidades disponíveis não estavam claramente abastecidas exclusivamente com um tipo de combustível.
Preços e versões do Hyundai HB20
HB20 1.0 Comfort: airbag duplo, fixação isofix, ar condicionado, computador de bordo, direção hidráulica, faróis de máscara negra, revestimento dos bancos em tecido preto, rodas de aço de 14 polegadas com calotas – R$ 31.995
HB20 1.0 Comfort Plus: adiciona alarme, quatros vidros elétricos, tecido nas portas, chave canivete – R$ 33.995
HB20 1.0 Comfort Style: adiciona freios ABS, volante com regulagem de altura e profundidade, retrovisores central, porta-objetos central com tampa retrátil, rodas de aluminio de 14 polegadas, sistema de som com MP3/USB/AUX com comandos no volante – R$ 37.995
HB20 1.6 Comfort: airbag duplo, fixação isofix, ar condicionado, computador de bordo, direção hidráulica, faróis de máscara negra, revestimento dos bancos em tecido preto, rodas de aço de 14 polegadas com calotas, freios ABS com EBD, acabamentos internos cromados, retrovisor na cor da carroceria – R$ 36.995
HB20 1.6 Comfort Plus: adiciona fechamento automático das portas, alarme, vidros e travas elétricas, R$ 38.995
HB20 1.6 Comfort Style: faróis de neblina, volante com regulagem de altura e profundidade, retrovisores elétricos, rodas de 15 polegadas – R$ 42.995
HB20 1.6 Comfort Style AT: R$ 45.995
HB20 1.6 Premium: painel em dois tons, tecido cinza claro nos bancos, volante revestido em couro, faróis com molduras cromadas, rodas de alumínio aro 15″, sistema de áudio, sensor de estacionamento, acendimento automático dos faróis, alarme e banco traseiro bipartido 60/40 – R$ 44.495
HB20 1.6 1.6 Premium AT: R$ 47.995
Cores
- Sólidas: Vermelho Tropic, Branco Polar e Preto Onix
- Metálicas: Prata Metal e Cinza Titanium – R$ 1.045
- Perolizada: Azul Ocean, Marrom Clay e Preto Phantom – R$ R$ 1.245
Galeria de Fotos: Hyundai HB20
Textos e Fotos: Fábio Trindade/CARPLACE
De Comandatuba, Bahia
*Proibida a reprodução das fotos sem autorização
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