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Avaliação Mercedes-Benz SLS 63 AMG: Asas do desejo

Avaliação Mercedes-Benz SLS 63 AMG: Asas do desejo

Avaliação Mercedes-Benz SLS 63 AMG: Asas do desejo
Avaliação Mercedes-Benz SLS 63 AMG: Asas do desejo
Avaliamos um dos carros mais exclusivos do mundo e a verdade é que quando se está atrás do volante de um superesportivo como este, a velocidade é o que menos importa. Confira a avaliação do Mercedes-Benz SLS 63 AMG. Por Alexandre Akashi Dias antes de o telefone tocar com a excelente notícia dada pela assessoria de imprensa da Mercedes-Benz do Brasil de que eu era o próximo felizardo a avaliar a SLS 63 AMG “Asa de Gaivota”, estava indignado no sofá de casa, após assistir o programa Top Gear Norte-Americano com a avaliação do modelo. Naquele momento pensei: “Poxa vida, precisava avaliar esse carro para saber se tudo que o comediante Adam Ferrara falou é verdade”. Bom, Adam não gostou da versão moderna da 300 SL Gullwings. Como todo bom colecionador, disse que tem mais apreço pela ‘original’, produzida entre 1954 e 1963, e que serviu de inspiração para a SLS 63 AMG. Opinião dele. Também tenho apreço pela Asa de Gaivota antiga, mas para ter na coleção, em exposição, usar no máximo para dar uma volta até o encontro de carros antigos e, se for muito aventureiro participar do Rallye Internacional 1000 Milhas Históricas Brasileiras, que está na segunda edição, teve largada no dia 21 de junho e contará com mais de 50 competidores, entre os quais o ex-piloto de Fórmula 1, Nelson Piquet. Os piores defeitos da SLS 63 AMG para Adam eram a posição para entrar no carro e o fato de a Mercedes não ter equipado o modelo com portas motorizadas, o que facilitaria o fechamento das portas. Realmente, entrar no carro é tarefa de piloto. Primeiro a perna direita, depois posiciona o quadril, ombros, cabeça, senta e por fim a perna esquerda.
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Neste exercício, não esqueça de esticar o braço esquerdo e puxar a porta para baixo enquanto senta o quadril no assento, e antes de bater a porta, não esqueça de puxar a perna direita para dentro do carro. Pronto. Achou complicado? Não é. Depois que se pega o jeito, dá até para tirar sarro dos amigos, que sempre vão esquecer de puxar a porta e vão ficar com o braço esticado golpeando o ar em uma vã tentativa de alcançá-la. A propósito, para abrir o carro pelo lado de fora é preciso se agachar, pois a maçaneta fica a uns 20 cm do chão. Um exercício e tanto, principalmente para os gordinhos e altinhos. Mulheres de saia também não se dão bem com esse sistema (Fico imaginando quanto tempo levaram para gravar as cenas em que a modelo e atriz Rosie Alice Huntington-Whiteley entra e sai do Decepticon Soundwave no filme Transformers: O lado oculto da Lua). Assim, uma porta que se abre e fecha automaticamente faria bem mesmo, mas não é assim tão indispensável. A forma única de entrar neste modelo é um dos seus atrativos. Um dos seus charmes e o charme é o grande ponto forte da SLS 63 AMG. A lista de carros superesportivos disponíveis no mercado é grande. Todos têm em comum alta tecnologia, motores potentes (V8, V10 ou V12 sempre com mais de 500 cv), e preços exorbitantes. Mas apenas um tem portas do tipo Asas de Gaivota. Outro charme é a estrela de três pontas e as letras AMG, que garantem a alta performance do modelo.
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Aliás, gostaria de agradecer o engenheiro Dennis, da AMG, que assina o motor da SLS avaliada. Sem ele esta matéria não seria possível. Fez um belo trabalho na montagem do motor. Parabéns. Em tempo: os motores da AMG são únicos, apesar de serem feitos em série. Cada um é montado por uma única pessoa, um engenheiro, responsável por encaixar cada peça, apertar cada parafuso, de acordo com o torque estabelecido pelo projeto. Ao final da montagem, ele ‘assina o motor’; uma chapa metálica com o nome dele faz parte dos componentes do propulsor. Um charme a mais de exclusividade.
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O motor montado pelo engenheiro Dennis é um V8 aspirado, de 6.3 litros, que desenvolve 571 cv de potência a 6.800 rpm e torque máximo de 650 Nm a 4.750 rpm. Acoplado ao câmbio automatizado de dupla embreagem de sete velocidades (AMG SPEEDSHIFT DCT), faz de 0 a 100 km/h em apenas 3,8 segundos, e atinge velocidade final de 317 km/h, limitada eletronicamente, claro.
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Como se potência não fosse o suficiente, esse conjunto motor-transmissão é abarrotado de eletrônica embarcada que permite fazer da SLS 63 AMG um carro amigável ao trânsito ou um superesportivo endiabrado, quase incontrolável. Assim é possível escolher entre quatro diferentes tipos de condução: modo C (de Conforto ou Controle de Eficiência), S (Esportivo), S+ (Mais esportivo) ou M (Manual). Como todo esportivo de puro sangue, a suspensão é do tipo duplo wishbone independente nas quatro rodas, toda feita em alumínio forjado. O sistema de controle de estabilidade (ESP) possui três estágios: ligado, esportivo e desligado. Um para cada tipo de piloto. E por falar em alumínio, todo chassis e carroceria do modelo é feito neste material, que proporciona ao modelo excelentes 1.695 kg de peso, com distribuição de 48% na dianteira e 52% na traseira. A tração é traseira, claro, e o contato com o solo é feito por pneus 265/35 R19 na dianteira e 295/30 R 20 na traseira. Sim, as rodas traseiras são 20 polegadas e as dianteiras, 19. Essas características construtivas fazem da SLS 63 AMG uma fera a ser domada, quando a proposta é pisar fundo. Mesmo com os sistemas eletrônicos de estabilidade e controle ligados, é possível sair de traseira com certa facilidade em curvas mais fechadas, pois apesar de toda tecnologia, quem manda é o pé do motorista. Assim, não é conveniente buscar os limites de um carro como esse nas ruas, avenidas nem estradas.
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Com 4.638 mm de comprimento, 2.075 mm de largura e 1.262 mm de altura, a SLS 63 AMG cabe em qualquer garagem, mas é preciso ficar atento ao ângulo de abertura das portas, que precisam de certo espaço (pelo menos uns 40 cm da parede) para abrir, do contrário, sem chances. Para ultrapassar 200 km/h bastam alguns segundos (em ambiente fechado e controlado), e o pior é que nem se dá conta que está a esta velocidade. Os 250 km/h chegam fácil também.
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Mas velocidade não é o mais importante em um carro desses. Claro que ninguém compraria um sabendo que toda esta obra de arte não ultrapassa os 300 km/h. Afinal, poucos mortais brasileiros dispõem de US$ 490.900 para comprar um carro que será usado no máximo um ou dois dias por semana (só sendo muito insano para ter um carro desses como carro de uso no dia a dia).
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O status da estrela de três pontas em um emblema gigantesco na grade frontal que põe fim ao longo capô diz tudo sobre o carro e seu proprietário. O estrondoso ronco do motor ao dar a primeira ignição do dia, em que o sistema de injeção faz questão de anunciar a presença da SLS 63 AMG na área, faz corações pulsarem mais forte, pois os ouvidos alertam o cérebro de que o que está por vir é adrenalina pura, mesmo que seja um dia de trânsito intenso, como geralmente ocorre nas sextas-feiras. Uma vez a bordo, todos querem ser seu amigo. Todos de olham, fazem sinais de positivo, filmam, fotografam e fica claro o que todos sentem neste momento: um misto de alegria-inveja-tristeza-satisfação. A posição de dirigir é invejável, quase deitado, como em um Fórmula 1. Típico de superesportivo. O jeito certo de sentar para acelerar e se divertir muito. Pena que estrada não é pista de corrida e mais pena ainda que eventos em que proprietários de supermáquinas como esta podem acelerar a vontade são raros. Fica a dica para as montadoras.
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A chave é do tipo presencial. Basta tê-la no bolso e pronto. As maçanetas das portas aparecem e é preciso agachar para alcançá-las. Depois da ginástica para subir a bordo descrita acima, o que vemos no posto de condução é algo raro, e chama atenção principalmente a alavanca de câmbio, que não existe neste modelo, é apenas um joystick que faz papel de chave seletora para as marchas, R (ré), N (neutro) e D (drive). Para ligar o motor, basta pressionar o botão Engine Start Stop.
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Ao contrário da maioria das Mercedes-Benz, que tem botões de ajuste do banco na porta, na SLS eles estão no próprio banco, do lado da porta, o que dificulta de certa forma o uso, mas nada que impeça encontrar a posição perfeita. Como entrar e sair do carro é complicado, esse botão é usado sempre. No meu caso, afastava o banco e o volante (que também conta com controles de ajustes elétricos) até a posição máxima. Os famosos botões de memória dos ajustes dos bancos estão bem escondidos, e para entendê-los é preciso descer do carro, analisá-los, memorizá-los e ai sim. Se os tivesse percebido antes, com certeza facilitariam. No console central, além do botão de ignição e joystick de marchas temos chave seletora do tipo de condução (C, S, S+ ou M), seletora do ESP, acionamento manual do aerofólio traseiro (que sobe automaticamente aos 120 km/h) e botão AMG, que nada mais é do que um botão de atalho para alternar o tipo de condução (vai sempre para um acima, se está em C, ao apertar vai para S, e assim por diante).
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Há ainda um joystick de controle de sistema multimídia, que conta com uma tela LCD de 7 polegadas, com opções de GPS (que estava desabilitado no modelo testado, uma pena), DVD Player, câmera de ré, rádio AM-FM com tocador de MP3 e Bluetooth. No porta-luvas há um cabo para adaptar porta USB e entrada de iPod/iPhone, mas não há porta USB exclusiva, o que decepcionou muito. Um carro de R$ 1 milhão que não tem porta USB de fácil acesso! Mas, porém, o sistema de áudio é assinado pela Bose é de alta fidelidade extremamente interessante. O sistema de ar-condicionado é automático, dual zone. Os bancos contam com aquecimento elétrico e sistema pneumático de ajuste das abas laterais dos acentos e encostos, e da lombar. Neste modelo, o freio de estacionamento é elétrico, acionado por um botão do lado esquerdo, onde há também botão para abertura do porta-malas (sim, tem e cabe 179 litros de bagagem). Acima, ficam os controles de iluminação. Claro que o modelo conta com acendimento automático dos faróis.
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O volante tem diversos botões, para controlar o áudio e o comutador de bordo, que surge em tela no painel de instrumentos, que conta também com velocímetro, conta-giros, indicador do nível de combustível e temperatura do motor. O computador de bordo tem as funções básicas e marca quilometragem percorrida, tempo, consumo etc., porém há uma modalidade AMG, que indica na tela informações úteis em uma corrida, como temperatura do óleo, água e transmissão, além de possuir um cronometro de voltas (Racetimer), que permite analisar diversos parâmetros de desempenho de cada volta em uma corrida. Do lado direito da coluna de direção há apenas a borboleta de mudança de marchas (marcha acima), já do lado esquerdo, todos os comandos de seta, ligar e desligar o limpador de para-brisas (que também tem uma posição automático) e piloto automático. Deu para perceber que tem um monte de botões, mas no decorrer do tempo, descobre-se que nem são tantos assim, poderia ter mais. A verdade é que não é carro para quem busca mimos, mas sim, potência e aparência. Tem tudo para tornar quem o dirige a pessoa mais popular do local. E o melhor de tudo é que se trata de um carro muito, mas muito divertido de dirigir. Galeria de Fotos: Mercedes SLS AMG 2012

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Foto de: Redação
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