Visando atender à crescente demanda por carros automáticos, a Renault passou a oferecer o câmbio automático para o Logan. Essa versão acertou na proposta confortável em dispensar a troca manual de marchas, mas o consumo de combustível foi a contrapartida. O preço sugerido é de R$ 41.320 podendo chegar a R$ 44.970 com todos os opcionais. Confira a avaliação do Renault Logan Automático.
A única versão a contar com este recurso é a topo de linha Expression com motor 1.6 16V Flex de 107cv (gasolina) e 112 cv (etanol). O carro proporciona certa dose de conforto aos passageiros, com bom espaço interno e um estofamento agradável ao olhar e ao toque. O motorista conta com um painel bem apresentado, rádio e comandos no console de boa ergonomia.
O modelo avaliado era equipado com os itens de série: computador de bordo, ar-condicionado, banco do motorista com regulagem de altura, vidros dianteiros elétricos, direção hidráulica, volante com regulagem de altura, vidros verdes, iluminação no porta-malas. comando de abertura das portas por radiofrequência e trava elétrica, tomada 12 volts, porta-copos / objetos no console central dianteiro, alarme sonoro de advertência de luzes acesas, bolsa do tipo "canguru" atrás dos bancos dianteiros, pára-sol do passageiro com espelho de cortesia, porta-copos / objetos no console central traseiro, acelerador eletrônico, conta-giros, luz interna na dianteira do teto, luz de leitura para o passageirom porta-objetos nas portas dianteiras, temporizador do limpador do pára-brisa, porta-objetos no painel e pára-sol do motorista com espelho de cortesia oculto.
A alavanca de câmbio tem seus prós e contras: Possui boa empunhadura, mas um acabamento muito simples, que destoa do restante do interior. As posições no câmbio não são iluminadas, podendo confundir os motoristas iniciantes durante a noite. Na dúvida, consulte o painel.
Superadas as falhas estéticas do acabamento e do câmbio, a sensação de dirigir é quem faz a diferença nesse sedã "compacto". A troca das quatro marchas é feita com suavidade e com eficiência, proporcionando certo prazer ao conduzir. O motorista não sente trancos fortes e viaja com conforto e silêncio. Essa sensação é reforçada pela excelente acústica, que bloqueia os ruídos do motor, que eventualmente trabalha em altas rotações. Uma pisada funda no acelerador faz com que o sistema reduza uma marcha para entregar mais potência, operação chamada de "kick down", comum nos câmbios automáticos. A Renault informou que uma central eletrônica "estuda" o estilo do motorista para adaptar a forma como as trocas serão feitas, auxiliando no consumo e nas acelerações.
Movendo a alavanca para o lado esquerdo a partir da opção "D" (Drive), o câmbio nos oferece a possibilidade de trocas sequenciais. O prazer de dirigir permanece, pois a intervenção feita pelo motorista não gera mudança em relação à suavidade do trabalho feito pelo câmbio.
O botão com o ícone de floco de neve, localizado acima da alavanca de câmbio, é utilizado para sair da inércia em piso escorregadio, coisa rara de se usar em nosso clima quente e seco. Como não houve chuva ou algum piso nessa condição durante o teste, não podemos avaliar sua eficiência.
Trafegando pelo asfalto da cidade do Rio de Janeiro, a suspensão completa o conjunto que torna este Logan agradável de dirigir. Em ruas desniveladas, buracos e outras imperfeições, o sistema responde bem aos impactos e mantém o conforto aos passageiros. Nas curvas essa sensação de segurança é confirmada pela suspensão bem acertada mantendo a trajetória o tempo todo, e não deixa o carro escapar nas curvas em nenhum momento.
A atenção deve ser dada ao consumo de combustível. O painel marcava uma média de 7,5 km/l (gasolina) e para quem nunca teve um carro automático, vai notar que o tanque esvazia mais rápido. Há quem diga que "aprendendo" a pisar no acelerador de certa forma, o conjunto motor/câmbio opera de forma mais econômica. Isso, porém pode tirar a premissa do conforto, que deve ser a principal, pois vamos dirigir sem controlar o câmbio, mas controlando o pé.
Se o consumo de combustível não for condição essencial na hora da compra, o Logan Expression automático se torna uma opção interessante, com amplo espaço interno, relativo conforto, e lembrando, o bom porta-malas de 510 litros. A iniciativa da Renault é louvável, colaborando para a tendência do câmbio automático deixar de ser um item de luxo.
FICHA TÉCNICAMotor: A etanol e gasolina, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio automático de quatro marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 112 cv e 107 cv a 5.750 rpm com etanol e gasolina.
Aceleração 0-100 km/h: 11,7 segundos com etanol e 11,9 segundos com gasolina.
Velocidade máxima: 171 km/h e 169 km/h com etanol e gasolina.
Torque máximo: 15,5 kgfm e 15,1 kgfm a 3.750 rpm com etanol e gasolina.
Diâmetro e curso: 79,5 mm X 80,5 mm. Taxa de compressão: 10:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com triângulos inferiores, amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira com rodas semi-independentes, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais com barra estabilizadora
Pneus: 185/65 R15.
Freios: Dianteiros com discos sólidos de 259 mm de diâmetro e traseiros com tambores de 203 mm de diâmetro. Oferece ABS como opcional.
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,28 metros de comprimento, 1,74 m de largura, 1,53 m de altura e 2,63 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais como opcional.
Peso: 1.132 kg.
Capacidade do porta-malas: 510 litros.
Tanque de combustível: 50 litros.
*Dados de fábrica
Por Leandro Eiró
Fotos: Marcus LauriaGaleria de Fotos: Renault Logan Expression 1.6 16v Hi-Flex Automático 2012