Assim como fizemos com a avaliação do Fluence, vamos concentrar nesta matéria as principais informações de nossa avaliação do Peugeot 408 1.6 THP nesta matéria, passando pelos itens de série e acabamento interno e concluindo com as impressões ao dirigir. Confira.
Sedan médio top de linha esportivo: diversão em famíliaAté pouco tempo atrás, carro com motor turbo era coisa de jovem maluco, mas agora, tem também para tiozão que quer mais prazer em dirigir mesmo com a família a bordo.
Por: Alexandre Akashi
Motor 1.6 litro, 16 válvulas, de injeção direta, turbo. Rende 165 cv de potência a 6.000 rpm, com torque máximo de 24,5 kgfm a 1.400 rpm. Bloco, cabeçote e carter de alumínio, acoplado a uma transmissão automática de seis velocidades com opção de mudanças manuais, sequenciais. Estes são alguns dos atributos mais distintos do sedan médio top de linha da Peugeot, o 408 THP, e a lista não para por ai.
Mais distintos pois apesar de ser pequeno, o motor 1.6 litro tem performance muito boa para um sedan de mais de 1.500 kg (mais precisamente 1.527 kg, segundo a Peugeot). A caixa de transmissão automática de seis velocidades é ágil e não patina como as de quatro, o que proporciona um bom nível de ‘fun to drive’, como as montadoras gostam de dizer. Mas, como tudo, podia ser melhor.
No processo de downsizing de motores (uma tendência que está na moda, principamente na Europa), a Peugeot foi bastante agressiva neste modelo ao adotar o 1.6 litro. Tudo bem, o motor desenvolve mais de 100 cv por litro, mas se tivesse optado por um 2.0 litros de 210 cv, não haveria críticas (talvez o custo...).
Vale lembrar que o downsizing de motores é quando a montadora substitui propulsores de elevada capacidade volumétrica por outros menores, mas normalmente equipados com injeção direta de combustível sob alta pressão (acima de 100 bar – nos carros normais, a pressão é de 4 bar) e turbocompressor, muitos ainda acompanhados de sistemas de variação de abertura de válvulas e coletores de admissão e também turbos de geometria variável.
Assim, dirigir o Peugeot 408 THP é tão emocionante quanto o antigo 407 V6, de 3.0 litros, que rendia 211 cv a 6.000 rpm e torque máximo de 29 kgfm a 3.750 rpm, porém com maior economia de combustível. Em velocidade constante, a 120 km/h, na estrada, a média foi de 12km/l. Já a 90 km/h, esse número subiu para 16km/l. Na cidade, a média de consumo fica na faixa de 8,5 km/litro, o que pode ser considerada muito boa pela potência e torque que oferece.
Equipamentos
O 408 THP tem o mesmo nível de acabamento e equipamentos do 408 Griffe 2.0 Automático (e o mesmo preço também, R$ 81.490), mas com a vantagem do conjunto powertrain mais sofisticado. Só perde por não ser flex, como o motor 2.0 litros, mas em muitos lugares do Brasil nem compensa usar etanol, assim, os ganhos são mais vantajosos do que essa perda.
Há versões mais simples, todos com motor 2.0 litros flex, com 16 válvulas, de 151 cv a 6.000 rpm (etanol) e 143 cv a 6.250 rpm (gasolina) com torque máximo de 22 kgfm/20 kgfm a 4.000 rpm (etanol/gasolina), a partir de R$ 59.990 (versão de entrada – Allure, com câmbio manual). Há ainda três versões com câmbio automático de quatro velocidades (Allure, por R$ 64.990, Feline, por R$ 74.900, e Griffe, por R$ 81.490).
Assim, quem pensa na versão topo de linha, melhor escolher a THP. Além do melhor motor e câmbio, leva junto a lista mais completa de equipamentos, como faróis de xenon autodirecionais, sensor dianteiro de ajuda para estacionamento, banco do motorista com regulagens elétricas, GPS integrado ao painel com tela colorida multifunções de 7'' rebatível eletricamente. Estes são exclusivos para as versões Griffe e THP.
Clique aqui para confira todos os itens de série do Peugeot 408 1.6 THPVida a bordo
Já foi possível notar que a vida a bordo do Peugeot 408 THP é bacana. A maior crítica fica por conta da posição de dirigir, que diferentemente da maioria dos sedans, em que se ao entrar no veículo as pernas ficam levemente flexionadas e a linha de cintura bem elevada, neste Peugeot se dirige quase sentado, como em uma cadeira.
Causou mais estranheza do que desconforto. Portanto, é uma questão de gosto e costume. Cheguei a ter a sensação de estar em uma minivan, como a 3008, ou ainda em alguns modelos Fiat (o Stilo era pior que isso, apesar de ter estilo, era estranho de dirigir, por conta da posição). Bom, ficou claro que gosto de carro com posição de dirigir mais baixa, mais esportivo. Assim, nem todos precisam concordar comigo.
Os controles estão todos à mão. Do lado direito o satélite do sistema de áudio e comandos do limpador de parabrisas, e do esquerdo o piloto automático e as chaves de setas e acionamento dos faróis. Nada de botões no volante.
A tela de 7 polegadas retrátil é bem bacana, e imediatamente encontra o sinal do GPS, sem precisar apertar nenhum botão. É possível desligar a tela ou ainda abaixá-la, mas ai perde-se contato com algumas informações interessantes, como temperatura externa e sintonia do áudio. O Bluetooth tem um bom áudio streaming e é fácil de configurar, tanto que foi necessário apenas uma tentativa.
O painel conta com fundo branco e computador de bordo no centro, com informações básicas, em três telas: duas de valores médios (consumo e velocidade) e uma de valores instantâneos (consumo e autonomia). Marca ainda a posição do câmbio e os valores do piloto automático ou limitador de velocidade.
A Peugeot podia atualizar o software de valor instantâneo de consumo, pois só começa a marcar acima de 30 km/h. Em muitas situações, fica-se horas rodando abaixo disso, e nestas situações o equipamento se torna inútil. Interessante são alguns sistemas que apresentam consumo instantâneo em litros por hora, quando a velocidade cai próximo do zero, como o Ford Focus, por exemplo. Porém, gosto muito do sistema da Peugeot, que permite visualizar em uma única tela, três parâmetros (consumo médio, velocidade média e distância percorrida).
Quem viaja atrás conta com saídas de ar no console central e apoio de braços no centro, com porta copos. É fácil também o acesso às tomadas de energia (12 V) e entradas auxiliares. O espaço de porta-malas é bom, com 526 litros, livres, pois a Peugeot acertou em cheio ao colocar dobradiças pantográficas, que não roubam espaço. Só faltaram os amortecedores no capô ao invés da varetinha, para ficar mais fácil mostrar o belo conjunto de powertrain. O carro é grande, mede 4,69 metros de comprimento, 1,815 m de largura e 1,52 m de altura, com 2,71 de entre-eixos.
Com tanque de gasolina de 60 litros, o 408 1.6 Turbo tem autonomia para uma viagem de mais de 600 km, se não abusar muito do acelerador, algo difícil em um modelo que pede cada vez mais velocidade. Em um breve teste de aceleração, foi possível chegar a 170 km/h sem esforço nenhum. Pena que limitaram a rotação a 6.500 rpm, algo conservador para um motor desses, mas como é um carro de passeio, para "tiozão" que gosta de um pouco mais de emoção em família, tudo bem.
Porém, é preciso ficar atento ao comportamento dinâmico do veículo, que conta com suspensão independente nas quatro rodas, mas com sistemas simples, tipo pseudo McPherson na dianteira e travessa deformável na traseira. Poderia ser um multilink, que oferece mais estabilidade, porém deixaria o carro mais duro e com menor sensação de conforto. Assim, reafirmo: muito bom para tiozão que gosta de um pouco mais de emoção em família.
Em resumo, o 408 1.6 THP é um carro mais divertido do que os concorrentes aspirados e conta com um conjunto mecânico muito bom. O consumo médio de 8,5 km/litro na cidade e de 12 km/litro na estrada também são positivos.
Na próxima matéria, confira os dados de desempenho e também as considerações finais.
Galeria: Garagem CARPLACE: Peugeot 408 1.6 THP em detalhes, consumo e impressões ao dirigir