Lançado em setembro deste ano, o Nissan March chegou com o principal propósito de alavancar as vendas da marca japonesa no Brasil. “Com o March passaremos da segunda para a primeira divisão”, declarou o presidente da marca japonesa no Brasil, Christian Meunier. E é com esse entusiasmo que a marca quer estar entre as seis montadoras do país. O pequeno modelo japonês é fabricado no México, na planta de Aguascalientes e também é oferecido em outros mercados com o nome Micra.
Vendido em cinco versões, o March pretende conquistar o consumidor que buscam um carro compacto com desempenho relativamente esperto. O modelo tem preços que começam em R$ 27.790 na versão de entrada equipada com um motor 1.0 (modelo cedido para avaliação) e R$ 33.390 na versão 1.0S. Quando equipado com o motor 1.6 16V de 111 cv, os preços começam em R$ 35.890 para o 1.6 S, passando para R$ 37.990, no 1.6 SV e chegando a R$ 39.990 na topo de linha 1.6 SR.
Lançada em 2010, esta quarta geração do Nissan March é produzida atualmente na Tailândia, Índia, China e México. O compacto utiliza a nova plataforma V (de versátil) da Nissan, possui linhas arredondadas e expressivas. Há os que gostam e os que odeiam, opiniões essas, que puderam ser percebidas durante o teste.
Por fora, a dianteira chama a atenção com os faróis ovais, e a grade no centro do para-choque, que tem camada dupla integrada com grande abertura inferior. As laterais com para-lamas proeminentes dão a impressão de os amortecedores estarem no seu interior. A linha de cintura baixa permite visibilidade lateral suficiente para dar segurança. O teto parece que foi amassado em um portão de garagem, mas não se engane, o March recebeu desenho em formato “V” que lembram a forma de bumerangues, que segundo a Nissan “têm função importante, pois foram pensados para dar maior robustez ao carro e permitir a utilização de uma arquitetura mais fina da placa, sem comprometer a estrutura e a segurança”, além de diminuir os ruídos produzidos pelo impacto do vento. Outro detalhe é a extremidade traseira do teto levemente elevada para ajustar o fluxo de ar para os lados, deixando seu coeficiente de arrasto em 0,33 cx.
Por dentro, o March tem bastante espaço para quem vai à frente. Uma pessoa de mais de 1,85 m entrou no carro e dirigiu por um trajeto grande e se sentiu confortável ao volante. A única reclamação foi os pedais do acelerador de freio, que são bem juntos e em algumas situações, prendem o calçado. Para quem vai atrás, a situação é oposta, o espaço é reduzido e o banco da frente acaba roçando nos joelhos, comprometendo o conforto.
O March mede 1,53 m de altura, 1,66 m na largura, 3,78 m de comprimento e 2,45 m de distância entreeixos. O seu porta-malas comporta até 265 litros, volume apenas razoável, mas na média dos principais concorrentes. Os bancos são confortáveis, mas não transmitem muita segurança nas curvas. O ideal seria abas laterais maiores para apoiar melhor o corpo. Por outro lado, espuma é macia e o banco não cansa em viagens ou trajetos mais longos. Para encontrar a posição ideal para dirigir, o banco do motorista conta com o ajuste de altura que pode elevá-lo em 40 mm, item de série desde a versão de entrada. Um dos destaques do March é a direção elétrica progressiva, extremamente leve nas manobras.
Ainda por dentro, o March oferece uma boa ergonomia, painel de instrumentos de fácil leitura com velocímetro, conta-giros e computador de bordo. O volante de três raios com ajuste de altura tem excelente empunhadura, assim como os comandos do aquecimento, ar-condicionado e ventilação, de áudio e outros são de fácil manuseio. O modelo deixa a desejar no acabamento de plástico duro por todos os lados, apesar das peças possuírem encaixes perfeitos sem rebarbas.
Sob o capô o March avaliado carrega um motor 1.0 16V (998 cm³) bicombustível, desenvolvido pela Aliança Renault-Nissan, o mesmo do Clio, mas que segundo a marca, foi afinado para empurrar o pequeno modelo japonês. Os quatro cilindros em linha geram 74 cavalos de potência a 5.850 rpm e 10 kgfm de torque a 4.350 rpm, tanto com etanol como com gasolina. Segundo a montadora, sua aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 14,48 segundos com gasolina, e em 13,79 segundos com etanol. No teste, o propulsor se mostrou bem ágil no trânsito e com boa desenvoltura, porém deixou à desejar nas subidas mais íngremes, situação normal para os modelos de baixa cilindrada. Em conjunto está o câmbio manual de cinco velocidades, com engates precisos e curtos, mas que em certas situações acabam incomodando, principalmente nas trocas entre a segunda e a terceira marchas, que teimaram em arranhar.
Um dos pontos positivos do March é o conjunto da suspensão. Bem acertada, o modelo tem a suspensão dianteira independente, tipo McPherson, e a traseira tem eixo de torção que deixam o compacto japonês bem á vontade nas curvas mais fechadas, porém transmite todas as irregularidades do piso para dentro da cabine sem cerimônia. No teste, o consumo foi um dos pontos negativos. A Nissan informa o March faz 10 Km/l com etanol, mas o apurado rodando em trecho urbano e com ar-condicionado ligado durante todo o tempo, foi de apenas 6,5 km/litro.
O March traz itens de série bem interessantes em todas as versões, como: airbag duplo, espelhos externos reclináveis, travas elétricas sensíveis à velocidade, imobilizador, computador de bordo, porta-luvas com tampa e porta-cartões, desembaçador traseiro, cobertura de bagageiro desmontável, direção elétrica progressiva e encosto traseiro reclinável.
Quem comprar o Nissan March contará ainda o “Compromisso Nissan March”, um pacote de preços e serviços que o tornará mais competitivo no segmento também na manutenção. Entre estes serviços estão três anos de garantia e dois anos da assistência 24h do Nissan Way Assistance e preços fixos de revisão com mão de obra, que será o mesmo cobrado em todo o país. O March é vendido com as seguintes cores: Laranja Califórnia, Cinza Magnetic, Branco Aspen, Prata Classic, Azul Egeu, Vermelho Fuji e Preto Premium.
*FICHA TÉCNICA:Motor
Cilindrada: 998 cm3
Comando: fixo, SOHC 16V
Cilindros: 4 em linha
Diâmetro e curso: 69 x 66,8 mm
Posição: dianteiro, transversal
Taxa de compressão: 10:1
Potência a gasolina: 74 cv a 5850 rpm
Potência a etanol: 74 cv a 5850 rpm
Torque a gasolina: 10 kgfm a 4350 rpm
Torque a etanol: 10 kgfm a 4350 rpm
Transmissão
Tipo: manual de 5 marchas
Eixo dianteiro
Suspensão: independente, McPherson
Freios: disco ventilado
Diâmetro: 260 mm
Eixo traseiro
Suspensão: semi-independente, eixo de torção
Freios: tambor
Diâmetro: 203 mm
Rodas e pneus
Rodas: de aço
Aro 14 polegadas
Pneus: 165/70 R14
Dimensões, peso e capacidades
Peso: 925 kg
Tanque de combustível: 41 litros
Porta-malas: 265 litros
Comprimento: 3,78 m
Largura: 1,665 m
Altura: 1,528 m
Entre eixos: 2,45 m
Com gasolina
Velocidade máxima: 167 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h: 14,5 s
Consumo na cidade: 14,2 km/l
Consumo na estrada: 21,2 km/l
Com Etanol
Velocidade máxima: 167 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,8 s
Consumo na cidade: 9,5 km/l
Consumo na estrada: 13,7 km/l
* Dados de fábrica
Texto e Fotos: Marcus Lauria
Galeria de Fotos: Nissan March 1.0 16V Flex 2011
Galeria: Avaliação - Nissan March 1.0 16V Flex 2011