Na disputa ininterrupta das montadoras por um lugar ao sol no segmento dos sedans médios, não vão faltar novidades no mercado nacional este ano. Entre elas está o Renault Fluence, modelo avaliado pelo jornalista Marcus Lauria por uma semana. Com o Fluence, a Renault preferiu investir em um modelo com melhor custo/benefício e está otimista com as vendas.
O modelo que custa à partir de R$ 59.990, na versão Dynamique, já sai da linha de montagem com seis airbags, acendimento automático dos faróis, freios ABS com distribuição eletrônica da força de frenagem (EBD) e assistência a frenagem de emergência (AFU), faróis de neblina, sensor de chuva, ar condicionado digital de duas zonas, chave-cartão e rádio CD MP3, o preço sobre para R$ 64.900 com câmbio automático CVT. A versão avaliada foi a Privilège, a mais completa, com bancos revestidos em couro (na cor cinza claro), GPS (Carminat Tom Tom) integrado ao painel, controle eletrônico de estabilidade (ESP) e controle de tração (ASR), sensor de estacionamento traseiro, rodas de 17 polegadas, dois tons no acabamento interno, retrovisores rebatíveis automaticamente, piloto automático e sistema de som 3D, além do câmbio CVT de série. Com esses adereços extras o sedan custa R$ 75.990. Com faróis de xênon com regulagem de altura e lavador e teto solar elétrico, o preço sobe em R$ 4 mil, ficando em R$ 79.990.
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Com linhas suaves e marcantes, o Fluence chama a atenção por onde passa, mesmo considerando o fator novidade. O sedan tem faróis que avançam sobre o para-lama lateral, o losango da marca se destaca na dianteira, assim como a grade do radiador envolvida por uma borda cromada e os vincos nas extremidades do capô, formando uma imagem ousada. Visto de lateral suas linhas fluidas dão a sensação de movimento, com destaque para os dois vincos, um na parte inferior, em forma de borrachão (na cor do carro) e outro na altura da cintura, que vai subindo até a linha do porta-malas e as maçanetas, que são pintadas na cor prata, nesta versão avaliada. Visto de traseira o destaque fica por conta das lanternas de formato geométrico, que invadem as laterais e a tampa do porta-malas, formando um conjunto harmonioso. No centro da tampa está o losango da marca e o nome “Fluence” logo abaixo, que se junta ainda com uma régua cromada logo acima da placa. O para-choque tem linhas limpas com dois refletores na cor vermelha em sua extremidade. Os indicadores de direção estão embutidos nos retrovisores.
Por dentro, o carro mostra seu valor, o ambiente é aconchegante e agradável para quem anda na frente ou atrás. Não falta conforto para os ocupantes, como ar-condicionado digital duas zonas, vidros, travas, abertura do porta-malas e retrovisores elétricos. Para o motorista as facilidades estão todas à mão, como a direção hidráulica, que é bem leve, o volante revestido em couro tem ótima empunhadura e ainda oferece regulagem de altura e profundidade, que também acumula as funções do piloto automático e do rádio, tudo para dispersar o mínimo possível a atenção do motorista. Os bancos de couro são bem macios e fáceis de regular, fazendo com que a posição de dirigir seja fácil de achar, com todas as regulagens possíveis. Para quem não grava nomes de ruas e lugares, pode aproveitar o sistema de navegação GPS desenvolvido em parceria com a TomTom, sua tela de cinco polegadas colorida, chama a atenção e trás informações sobre a rota, horário, temperatura externa e do sistema de som, que pode ser utilizado por um pequeno controle remoto. Ainda na parte interna as duas tonalidades na cabine deixam o interior mais requintado, os materiais são de boa qualidade e agradáveis ao toque dos dedos, principalmente na parte superior do painel, que é bem macio. Detalhes pintados na cor cinza, imitando cromado também estão espalhados por toda área do habitáculo, como nas extremidades do volante, no rádio, no painel do ar-condicionado, nas saídas de ar do painel, no pomo da alavanca do câmbio automático e nas portas, um acabamento que merece destaque.
Sob o capô ronca o motor 2.0 de 16V Flex, que trabalha em parceria com o excelente câmbio CVT, o conjunto é o mesmo encontrado no Nissan Sentra. O propulsor entrega 90% dos 20,3 kgfm de torque a 2.000 rpm, que empurra tranqüilamente os 1.369 kg do Fluence, ao pisar no acelerador o motor se mostra bem disposto, o câmbio não dá trancos e as acelerações são lineares o tempo todo. Nas curvas as rodas de alumínio de 17 polegadas (de série nesta versão) calçadas com pneus 205/55 R17 seguram bem o sedan, que se comporta como se estivesse em trilhos, mesmo em situações bem críticas, como em algumas curvas feitas em velocidade mais rápida. Durante o teste o carro chegou a sair um pouco de traseira, mas nada que assustasse. O único inconveniente das rodas grandes é na hora de atravessar uma lombada ou passar pelas ruas esburacadas do Rio de Janeiro, durante toda a avaliação foram sentidas as batidas da suspensão dentro da cabine. Mas conforto é prioridade deste sedan da Renault, por dentro não se ouve nenhum barulho, deixando as viagens bem agradáveis. A suspensão é macia e equilibrada e transmitem segurança ao volante o tempo todo.
O sistema de abertura das portas por presença (basta estar com o cartão próximo da porta) e o acionamento do motor por um botão merecem destaque. O teto solar também é um dos atrativos que deve conquistar consumidores, item que falta ao New Civic e Corolla, por exemplo.
Entre os principais concorrentes está o New Civic, que é confortável, mas tem uma suspensão mais dura e oferece menos itens de conforto de série. Do outro lado o Toyota Corolla, que também é mais confortável e tem um motor mais disposto, mas que peca no preço e no câmbio automático de quatro marchas. O alvo a ser passado é o Chevrolet Vectra, que apesar de estar defasado em relação aos outros, tem muitos clientes fiéis à marca da gravata dourada. O Ford Focus Sedan, aclamado pela imprensa, não consegue emplacar e nem preocupa o modelo da Renault.
Todos os itens de série podem ser conferidos no site da marca (clique aqui para acessar).
Equipamentos de conforto, segurança e tecnologia o Fluence tem de sobra. O estilo é subjetivo, pois varia de pessoa para pessoa. O porte é de carro grande e o custo x benefício é disparado o melhor da categoria. Não é a toa que o modelo vem vencendo praticamente todos os comparativos feitos pelas revistas impressas. Agora é aguardar o mercado conhecer o modelo para ver se, diferente do antecessor Mégane, conseguirá um lugar entre os três mais vendidos.
Texto e Fotos: Marcus Lauria
Galeria: Avaliação: Renault Fluence 2.0 Privilège 2011