Chevrolet Montana ou Fiat Strada? Dono da picape líder opina sobre novidade
Na prática, como uma se destaca em relação a outra em suas versões topo de linha
Quando as primeiras unidades camufladas da nova Chevrolet Montana apareceram, muito se falou sobre uma anti-Toro. Mas basta analisar versões, porte, preços e a convivência para entender que, na verdade, sua mira foi para a Fiat Strada em suas versões com cabine dupla, principalmente a Volcano e Ranch com a Montana Premier.
Depois do nosso teste com a Chevrolet Montana Premier, a colocamos nas mãos do Guilherme Chagas, dono de uma Fiat Strada Ranch, com motor 1.3 e câmbio CVT, e um perfil de uso que vai diretamente ligado ao que a Chevrolet pensou com a Montana: urbano e familiar, mas com uso em algumas viagens de longa distância e que valoriza um bom conjunto de motor e câmbio.
Caçamba, acabamento e espaço interno
"Comprei a Strada pois minha filha estava para nascer e precisava de um carro fácil para carregar o carrinho, que não é pequeno", disse Guilherme logo que viu a Montana na garagem. Apesar da abertura amortecida, a primeira coisa que ele percebeu é que a tampa da Montana, para fechar, é mais pesada que a de sua Strada. Outro ponto que ele não gostou foi a prateleira, um acessório que a Chevrolet oferece e facilita a organização: "é util, mas a altura impede levar o carrinho, por exemplo, e pra tirar dá um certo trabalho".
Isso pois a prateleira é colocada com duas roldanas e exige um certo tempo. "Na minha Strada, coloquei um tapete que posso puxar e pegar o que está ao fundo, além de proteger os objetos quando chove, por exemplo". Em dimensões, não percebeu grande diferença, só um maior comprimento - a Montana tem 874 litros, versus os 844 litros da Strada Ranch. Não seria um ponto de decisão de compra pela diferença, segundo Guilherme.
Com uma filha recém-nascida, Guilherme ainda usa uma cadeira infantil grande para a segurança. "Na Strada, ela não cabe atrás dos bancos dianteiros, então acaba ficando no meio, o que não é recomendado. Fui ver a Montana na concessionária e, como na Strada, não coube na posição certa". O que ele percebeu foi um melhor espaço lateral, tanto na dianteira quanto na traseira, mas se acomodou bem em pernas da mesma forma em ambas.
Guilherme elogiou bastante o acabamento da Montana, superior ao de sua Strada Ranch. "O sistema de som é bem melhor, principalmente em volume, além da tela maior e com uma resolução também melhor". Em comum, ambas tem ar-condicionado automático e digital e o carregador por indução, que foram as primeiras coisas que ele procurou na Montana. A Chevrolet tem a partida por botão, coisa que a Strada Ranch não possui.
Motor, câmbio e suspensão
"Isso sim me faria trocar a Strada pela Montana". Ao volante da Montana, com o motor 1.2 turbo de até 133 cv e 21,4 kgfm de torque com câmbio automático de 6 marchas, Guilherme percebeu a maior diferença entre as duas picapes - a Strada Ranch tem o 1.3 aspirado de até 107 cv e 13,7 kgfm com câmbio CVT. "Eu piso, ela ganha velocidade sem reclamar. Minha Strada tem a simulação de marchas com borboletas, mas nunca usei...".
O dono da Strada destacou a velocidade de trocas da Montana, principalmente quando vai da Ré para Drive. "Ela responde na hora nessa situação de manobra, algo que a Strada pensa um pouco, além de responder ao acelerador mais rápido nas retomadas. Gostei bem mais". Questionei sobre a chegada da Strada com o 1.0 turbo: "Dependendo do preço trocaria a minha por essa nova, mas a Montana tem vantagens nessa troca".
Na suspensão, o fato da Montana usar molas helicoidais tradicionais dá maior estabilidade em curvas. "A Strada eu percebo que pula bem mais, algo que a Montana me lembra bem mais um carro tradicional". Como também é adepto de longas viagens, a Montana se destaca para o dono da Strada: "quando minha filha crescer, vou colocar uma barraca no teto e viajar. A Montana parece ter mais fôlego pra isso, além da tomada 12V para o banco traseiro para ligar uma geladeira, por exemplo".
Vale os R$ 14.500 a mais?
Guilherme comprou a Strada Ranch em novembro de 2022, quando a Montana ainda não estava nas lojas. "Comprei a Strada com certa urgência pelo nascimento da minha filha. Mas se fosse hoje, teria levado a Montana, mesmo custando a mais. Ficaria mais tempo com a Chevrolet que o que ficarei com minha Strada", disse ele já pensando na revenda quando a Fiat lançar a Strada com o motor 1.0 turbo.
No fim, é perceptível que a Chevrolet Montana será um problema para as versões mais caras da Strada. A chegada do 1.0 turbo será o primeiro movimento da líder, mas outros aspectos da novidade impactam bastante na decisão, como o maior porte, equipamentos a mais como o alerta de ponto-cego, e o preço que acaba competitivo dentro do segmento.
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