A Honda tem uma tradição em esportivos no Brasil, principalmente com o Civic. O famoso Civic VTi e as gerações do Si em nosso mercado sempre levaram um público mais entusiasta para as concessionárias. Para a alegria dos fãs da marca, a Honda já confirmou a chegada do Civic Type R oficialmente em 2023. Mas essa história já vem desde 1997.
A linhagem Type R, na verdade, vem desde 1992. São modelos preparados com boa redução de peso e maior desempenho com foco nas pistas. O NSX foi o primeiro Honda assinado pela Type R, que tradicionalmente usa a pintura Championship White, um tributo ao carro de Formula 1 campeão de 1965, além do logo com fundo vermelho. O Integra e o Accord também já receberam os toques Type R no passado.
O primeiro Civic Type R nasce em 1997, na sexta geração do modelo. Exclusivo para o Japão, era um hatch de 3 portas e chamou a atenção pela redução de peso conseguida pela Type R, de 1.143 kg para 1.050 kg e por uma importante mudança estrutural. Na produção, a soldagem contínua, não em pontos, aumentava a rigidez torcional da carroceria e colaborava no trabalho da suspensão e direção.
Seu motor era o B16B, o 1.6 aspirado que ficou conhecido pela maior potência específica da época, com 185 cv em um bloco de 1.595 cc. O torque era de 16,3 kgfm a 7.500 rpm, sendo que a potência chegava a 8.200 rpm, uma característica desse motor da Honda. A transmissão era manual de 5 marchas com diferencial de deslizamento limitado e relação mais curta.
Chegava aos 100 km/h em 6,7 segundos e a velocidade máxima de 225 km/h já chamava a atenção na época. Por dentro, marcou algo que ficou clássico dos Type R: bancos Recaro em vermelho, carpetes vermelhos, acabamentos de portas em vermelho, volante MOMO em couro e manopla de câmbio em titânio. Foram feitas 16.000 unidades até 2000.
A segunda geração do Type R, sétima do Civic, mudou bastante as coisas. Ganhou espaço na Europa, com produção na Inglaterra, e adotou o motor 2.0 aspirado (K20A), mas manteve alguns pontos como a solda contínua, câmbio com relação curta (mas agora com 6 marchas) e melhorias em freios. Para a Europa, perdeu o diferencial de deslizamento limitado e tinha 200 cv e 20 kgfm de torque.
Para o Japão, o Type R também era produzido na Inglaterra, mas recebia um motor mais potente, com 215 cv e 20,6 kgfm, além do diferencial de deslizamento limitado. O motor tinha coletor de admissão e escape especiais, comandos mais graduados, nova programação da ECU e novos pistões. A suspensão era ainda mais calibrada para as pistas. O europeu chegava aos 100 km/h em 6,5 segundos, enquanto o japonês, 5,8 segundos.
Em 2003, uma reestilização melhorou a parte de suspensão e direção, melhorando o comportamento, além da velocidade de respostas da direção e as respostas em baixas rotações do motor, com uma nova embreagem e novo volante de motor.
No Japão, o Civic Type R se torna um sedan, assim como foi o primeiro Civic Si produzido no Brasil. Foi uma grande evolução de base para o anterior, principalmente em dimensões que melhoraram a estabilidade em altas velocidades. O 2.0 aspirado chegou aos 225 cv e 21,9 kgfm de torque, com melhores respostas em rotações médias. A transmissão segue com o câmbio manual de 6 marchas com relação curta e diferencial de deslizamento limitado. Os freios são assinados pela Brembo.
O FD2 recebeu também a suspensão traseira independente, peças em alumínio e construção com adesivo no lugar de solda, uma redução de peso sem perder rigidez. O visual externo é exclusivo, mas o interior perde os bancos Recaro e o volante Momo, por um conjunto desenvolvido pela própria Honda.
Na Europa, é um hatch de 3 portas produzido no Reino Unido. A base é diferente, com suspensão traseira de eixo de torção, além do motor 2.0 aspirado ter 201 cv e 19,7 kgfm de torque. Está longe de ter o mesmo brilho do Type R japonês e de suas gerações anteriores.
A quarta geração do Civic Type R é a primeira a ser turbo. O 2.0 turbo (K20C1), com injeção direta de gasolina, é consideravelmente mais potente e com mais torque que os anteriores. Seguindo a tradição, o câmbio é manual de 6 marchas com diferencial de deslizamento limitado e acelera de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos. Curiosamente, o motor é produzido nos Estados Unidos e enviado para o Reino Unido.
Ele também volta a ser um produto único entre os mercados ao redor do mundo. O hatch de 5 portas chama a atenção pelo bodykit e, principalmente, pelo grande aerofólio na traseira, algo que se tornou uma marca nas gerações seguintes. Se destaca também pelos largos para-lamas dianteiros, com direito a saídas de ar.
Esta geração do Type R chegou ao Brasil de forma independente e criou um grande barulho nas redes sociais. Não a toa, já que seu visual segue sendo algo bem chamativo e deixando claro ser um verdadeiro esportivo assinado, bem diferente da primeira geração, extretamente discreta.
Ele mantém o 2.0 turbo com 310 cv, mas Europa e Japão recebem um upgrade para 320 cv e 40,8 kgfm de torque. Chega aos 272 km/h e junta a esportividade com elementos interessantes da décima geração do Civic, como interior moderno e uma plataforma com suspensão muito bem acertada, além do uso de bastante fibra de carbono.
Este é o carro que chegará oficialmente ao Brasil em 2023. A nova geração do Civic Type R foi revelada recentemente e trouxe uma grande evolução em design, aproveitando a nova geração do Civic. O motor 2.0 turbo se mantém no cofre, mas com mais potência que o anterior, chegando aos 330 cv.
A transmissão já foi confirmada como a manual de 6 marchas, mas mais detalhes serão dados nas próximas semanas. O que se sabe é que é uma evolução em suspensão e direção do anterior, um carro já bem elogiado.
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