Proconve L7: Os motores que deram adeus com as novas normas de emissões
Com as regras mais restritas, a melhor solução foi a aposentadoria para quem não se enquadrava
Em 1º de janeiro de 2022, entrou em vigor o Proconve L7, um novo conjunto de regras de emissões e consumo para veículos produzidos e importados a partir dessa data para o Brasil - existe um período para finalizar veículos que foram produzidos antes disso e fazer o faturamento, até 30 de junho. Nesse tempo, alguns modelos foram aposentados.
Junto com alguns modelos, motores também saíram de linha. Ou são motores de modelos que já estavam datados ou que foram substituídos por novos, mais modernos e eficientes. Em sua maioria, são motores aspirados que já estavam há bons anos em nosso mercado e, financeiramente, não compensavam o custo de recalibração ou ajustes para as normas do Proconve L7. Veja quais foram os motores que saíram de linha no Brasil.
1.0 aspirado de 4 cilindros da Chevrolet (Joy e Joy Plus)
A Chevrolet já estava produzido o Onix e Onix Plus com o novo motor 1.0 aspirado de 3 cilindros, mas ainda guardava o 1.0 de 4 cilindros para a linha Joy. Com baixo volume de vendas dessa versão do Onix anterior, os ajustes não compensavam e a aposentadoria veio. Ao mesmo tempo, a marca manteve o 1.8 aspirado em linha para a Spin, que recebeu melhorias e se enquadra nas novas normas, mesmo após tantos anos.
2.5 aspirado da Chevrolet (S10 flex)
O 2.5 aspirado da Chevrolet era um motor moderno, com injeção direta de combustível, duplo comando variável, gerando 197/206 cv e 26,3/27,3 kgfm de torque. Apesar disso, o baixo volume da S10 com essa motorização não justificou a recalibração e ajustes para as novas regras. O mercado de picapes média é praticamente todo para as versões turbodiesel.
1.6 8 válvulas da Volkswagen (Gol, Voyage e Saveiro)
O famoso EA111, em sua versão 1.6 com 8 válvulas, foi um dos afetados pelas novas normas. O aspirado que estava em Gol, Voyage e Saveiro, deu adeus ao mercado até por sua concepção bem antiga. No Gol e Voyage, não deixou substituto, enquanto na Saveiro será substituído em breve pelo 1.6 16V recalibrado - este, deixou de ser oferecido no Polo e Virtus e recebeu novo ajuste para a picape compacta.
2.0 turbodiesel da Volkswagen (Amarok)
Não é segredo que a VW Amarok favorita é a com o motor V6 turbodiesel. Com baixa nas vendas, o 2.0 turbodiesel não conseguiu justificar mudanças ou recalibração para as normas mais restritas de emissões. A marca até fará uma versão mais barata com o V6 para substituir a 2.0 turbodiesel na entrada da linha.
2.0 aspirado da Renault (Sandero R.S.)
Com o 2.0 aspirado, se foi o esportivo mais acessível do mercado brasileiro, o Sandero R.S. Era esperado, já que apenas o hatch o estava usando e os demais modelos, como Oroch e Captur, o substituíram pelo 1.3 turbo pouco tempo depois, bem mais moderno e eficiente. Um Sandero com esse novo motor não seria ruim...
1.8 aspirado da FCA (Jeep Renegade, Fiat Toro, Argo, Cronos)
Esse já era mais do que esperado seu fim. Desde que a Stellantis anunciou a chegada do 1.3 e 1.0 turbo, o 1.8 E.TorQ já via sua aposentadoria. Usando em ampla escala dentro dos modelos Fiat e Jeep, era baseado em um antigo motor utilizado pela BMW e Mini como 1.6. Recebeu evoluções, mas se viu defasado com a chegada dos turbo, mais eficientes e potentes.
1.5 aspirado da Caoa Chery (Tiggo 2)
Único motor aspirado da Caoa Chery, o 1.5 do Tiggo 2 não teve direito de renovação. No Tiggo 3x, já entrou um novo 1.0 turbo de 3 cilindros e seu fim era apenas questão de tempo, principalmente pelo câmbio automático de 4 marchas que estava pareado a ele. Agora, a empresa sino-brasileira usa apenas motores turbo, mesmo que nem todos com injeção direta.
1.5, 1.8 e 2.0 aspirados da Honda (Fit, City, HR-V e Civic)
A Honda foi a marca que mais tirou motores de produção. O novo 1.5 aspirado substituiu o antigo no novo City e City Hatch, e também fará isso com o 1.8 no novo HR-V a partir de agosto desse ano. O 2.0 do Civic, assim como o sedã, não tem nem substituto local, mas ao menos o 1.5 turbo será flex.
1.3 aspirado da Toyota (Yaris Hatch)
Apesar de ser da mesma família do 1.5 que foi atualizado, o 1.3 da Toyota não teve o mesmo destino. Produzido em Sorocaba, seu volume era baixo e não justificava as mudanças para as novas normas e era mais fácil (e rentável) substitui-lo pelo próprio 1.5 nas versões de entrada do Yaris, já que o Etios por completo saiu de linha antes mesmo.
2.7 aspirado flex da Toyota (Hilux e SW4)
Assim como a Chevrolet S10, a Toyota Hilux não conseguiu justificar seu motor flex. Além do alto consumo, a preferência do segmento pelo turbodiesel o tirou de linha, mesmo que a picape reestilizada o manteve por pouco tempo no catálogo com quase nenhuma venda no período.
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