Arpagral: a história esquecida do desembarque da Toyota no Brasil
Anos antes do jipe Bandeirante, um entusiasmado representante trouxe a marca japonesa ao país
O Brasil foi o primeiro país a ter uma fábrica da Toyota fora do Japão, em 1958. Antes disso, porém, a marca já tinha um representante exclusivo por aqui: era a Sociedade Comercial Arpagral Ltda., cujo principal negócio era importar chassis de veículos comerciais da Toyota e adaptá-los com motores a diesel Mercedes-Benz.
Assim, a primeira linha de montagem Toyota no Brasil, não é a da fábrica em São Bernardo do Campo, mas sim um galpão da Arpagral localizado na Rua do Manifesto, número 2.900, na cidade de São Paulo.
Após receber os chassis e adaptá-los ao motores diesel, o passo seguinte era mandá-los para encarroçadores que os transformavam em micro-ônibus e lotações. O mesmo importador também vendia aqui chassis da Isuzu — fábrica rival da Toyota no Japão.
A Arpagral trazia ainda os jipes Land Cruiser FJ-25 com motor de seis cilindros em linha a gasolina que a Toyota clonara dos Chevrolet. Os chassis podiam ser vestidos com carrocerias brasileiras ao gosto do cliente. Vieram até alguns carros de passeio Toyopet Crown. Na fachada da empresa, um letreiro anunciava toda a linha: "Automóvel, furgon, caminhonete, caminhão, ônibus, jeep e jipão etc".
Comandados por Ichiro Nishitani, um enérgico japonês naturalizado brasileiro, os negócios da Arpagral incluíam uma indústria de pesca na Ilha Grande (RJ), atividades gráficas e até a fabricação de meias e brinquedos.
Em 1º de novembro de 1955, o jornal O Globo publicou uma nota onde se lia que a Toyota estava interessada em montar uma fábrica de jipes em Santa Luzia (MG).
A ideia foi adiante — não em Minas, mas em São Paulo, quando, em abril de 1956, chegaram do Japão um vice-presidente da Toyota e um executivo que trabalharia com Nishitani na implantação de uma empresa de capital misto.
Galeria: Arpagral - A chegada da Toyota no Brasil
A produção do Land Cruiser começou em 1958. Em 1962, uma nova fábrica foi inaugurada em São Bernardo do Campo, o jipe ganhou motor Mercedes e foi rebatizado de Bandeirante.
Por causa de seus outros negócios, Nishitani (que chegou a ser diretor vice-presidente da Toyota do Brasil) faliu em 1967. Até morrer, em 2002, aos 85 anos, trabalhou na tentativa de se reerguer.
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