O tempo passa e já são quase cinco anos que a Volkswagen Kombi deixou de ser produzida no Brasil. Foram quase 60 anos ininterruptos em linha, sucesso que nem mesmo seu criador, o holandês Ben Pon, esperava quando esboçou num guardanapo aquele veículo versátil com motor traseiro refrigerado a ar.
Desenhada em 1947, a Kombi foi inspirada no Plattenwagen, um veículo com cabine posicionada na parte traseira tendo à frente uma pequena caçamba plana, o que originou seu nome e também nos futuristas Tropfenwagen e no Dymaxion Car. O primeiro Type 2, ou Kombi (nome derivado da abreviação de veículo combinado ou Kombinationsfahrzeug) foi produzido em 1948 e em 1950 ela ganhava escala comercial.
Por aqui ela chegou no mesmo ano, importada da Alemanha, sendo que em 1953 passou a ser montada no Brasil (CKD, quando o carro é enviado desmontado) e já em 1957 era nacionalizada. Foram muitas versões e boas histórias ao longo de seis décadas e abaixo listamos as dez Kombi mais raras do Brasil, entre versões que você pode comprar se tiver um bom dinheiro ou ainda modelos únicos de valor quase inestimável.
Foram só 50 unidades em comemoração aos 50 anos de fabricação da Kombi no Brasil. O motor era o mesmo 1.4 refrigerado a água das demais versões mas o visual tinha diversas diferenças. Era pintada na combinação de branco cristal e vermelho Bonanza, o tecido dos bancos Tear LE Fendy davam toque de carro de passeio, além das setas translúcidas e outros detalhes.
Foram apenas 200 unidades que marcaram a despedida do motor boxer refrigerado a ar. No visual, a cor escolhida era o Prata Light metálico. Os para-choques e aros de faróis vinham na cor cinza Cross, setas eram transparentes, os vidros eram verdes como nas antigas Kombi Luxo e havia o emblema “Kombi Serie Prata” na tampa do porta-malas e no nicho do painel.
De olho na forte concorrência com as vans asiáticas (Kia Besta e Asia Topic, citando as principais), a Kombi estreou importantes mudanças em 1997. As Kombi Carat tinham sete lugares, bancos em espuma injetada navalhada idêntica às versões mais caras do Santana da época, revestimento interno diferenciado, super calotas entre outros itens. Foi produzida até 1999 com entre 950 e 1050 unidades no período.
A polêmica “última série” da Kombi teria 600 unidades, mas a Volkswagen acabou dobrando a produção, o que gerou reclamações de alguns colecionadores. Tinha pintura exclusiva em azul pastel e branco, bancos em vinil azul, cortinas e vários itens exclusivos. O motor 1.4 flex de até 80 cv não tinha alterações.
Depois das versões mais raras, a lista continua com mais seis exemplares incríveis. Veja:
Esta curiosa Kombi customizada representa a primeira safra dos Volkswagen que chegaram ao porto de Santos em 1950. Na versão furgão, tinha motor 1.100 cc e parcos 26 cv. Só a partir de 1953 ela ganharia motor 1.200 cc com 30 cv. O exemplar da foto pertence ao colecionador André Takeda.
Nos anos 1960 eram comuns as versões especiais com kit para acampamento. A Kombi Westfalia alemã desta foto tem kit com móveis em madeira, geladeira, cama e teto expansível basculante. Algumas destas versões chegaram a ter câmbio automático na Europa.
Chegou em 1961 para atender a demanda dos taxistas, lembrando que a Kombi era o veículo preferido das famílias mais numerosas da época. A versão da foto tem 3 portas individuais de cada lado para facilitar o acesso bem como os estribos laterais, que eram opcionais. Foi fabricada até o final da década seguinte e na versão Clipper é ainda mais rara.
A Kombi exposta no Salão do Automóvel de 1960 era uma das mais caras configurações da perua Volkswagen. A unidade da foto pertenceu à família do colecionador Fábio Pagotto desde zero quilômetro, vendida em 2015 ao colecionador José Ricardo de Oliveira, que fez uma criteriosa restauração. Em 2016 ela voltou ao Salão do Automóvel e ficou exposta durante o evento. Agora o veículo compõe o acervo do Museu-Escola de Carros Antigos da Fundação Lia Maria Aguiar.
Uma das versões de sucesso da Kombi é a ambulância, especialmente nos anos 1970 quando substituiu antiquados veículos baseados em chassi de caminhão. Este exemplar é de 1974 e tem todos os acessórios originais como maca, balcão e equipamentos médicos.
A última Kombi na cor prata do mundo pertence ao colecionador Edivaldo Fernandes, funcionário da Volkswagen e entusiasta da velha senhora. Fabricada em 2013, ela tem os mesmos itens da Kombi standard comum, exceção da cor especial. Não há outra igual e seu proprietário nem pensa em vendê-la.
Na próxima terça feira, 09 de julho, o Auto Show Collection fará o primeiro “Dia da Kombi” em uma exposição no sambódromo do Anhembi a partir das 12h. Cerca de 500 modelos são esperados no evento.
Agradecimentos ao Helder Sobrêda (Kombi Clube do Brasil) que colaborou na validação da pesquisa, aos demais citados na matéria e também ao Sampa Kombi Clube, Fusca Clube do ABC e Fusca Clube de Mogi.
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