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Collection: 15 clássicos que se destacaram em Águas de Lindóia

Tradicional evento reuniu centenas de carros antigos durante o feriado

Clássicos - Águas de Lindóia

Quem gosta de carro antigo tem como referência o evento em Águas de Lindóia, que atrai público do país inteiro em torno desta pequena cidade no interior de São Paulo. O evento, que termina amanhã (23), é simplesmente a maior atração turística da cidade e que inspirou a organização de outros grandes eventos como BGT (Bubble Gun Treffen), Mopar Nationals, Air Cooled entre outros ao longo do tempo

O Encontro Brasileiro de Autos Antigos é organizado pela sexta vez, mas a tradição dos encontros de carros clássicos remonta mais de 30 anos na cidade, desde um tempo onde ter carro antigo era coisa para pouca gente e que quase não atraía público - a não ser os próprios colecionadores. Hoje o evento reúne até meio milhão de pessoas em quatro dias com suas áreas de exposição e premiação de veículos antigos, área de compra e venda de clássicos, espaço de alimentação e um amplo mercado de "pulgas" (peças para carros antigos) com ofertas de peças novas e usadas e todo tipo de produto ligado do antigomobilismo.

Selecionamos 15 carros antigos espalhados pela praça central da cidade e que merecem ser vistos de perto.

DKW Candango 4

O jipinho foi produzido pela Vemag sob licença da Auto Union alemã, marca que fez sucesso por aqui com o sedã Belcar e a perua Vemaguet. Como homenagem aos trabalhadores que construíram a capital federal, os candangos, o DKW tinha opção de tração integral ou 4x2. Quando lançado em 1958, tinha o tradicional motor dois tempos de 900 cc (depois passou a 1.000 cc em 1961). Pouco mais de 5,6 mil jipes como esse foram produzidos entre 1958 e 1963. A intenção da marca era vender o carro para uso nas Forças Armadas, o que não deu certo e o veículo saiu de linha em 1963.

Seat Fura Crono

Baseado no Fiat 127, que por sua vez deu origem ao nosso Fiat 147, o carrinho espanhol relembra o tempo em que a Seat tinha parceria com os italianos - mais tarde comprada pelo Grupo Volkswagen. A versão Fura tinha proposta esportiva com para-choques envolventes, típicos da época, e desenho com estilo duvidoso. O motor era 1.4 de 75 cv, que resultava em desempenho ágil apesar do câmbio impreciso.

Graham Paige 1929

Ter um automóvel no final dos anos 1920, especialmente um conversível (roadster, como se dizia na época), era para pouquíssimos. A marca lançada em 1927 tinha como proposta a exclusividade. Diferente de outras montadoras, a Graham Paige fabricava seus motores e carrocerias. O carro da foto é um Roadster com motor de seis cilindros em linha e fez sucesso.

Dodge Coronet 1968-70

O veículo é um destaque entre os Chrysler ao exibir a caracterização de viatura de polícia. Os brasileiros não conheceram este sedã musculoso além das cenas em que ele aparece nas antigas séries e filmes, especialmente nas cenas de perseguição. Tem motor V8 383 6.3 de aproximadamente 325 cv. Era uma das viaturas mais fortes da época e com o tempo foram substituídas pelos Ford Crown Victoria e Chevrolet Caprice.

Nash Rambler Country Club 1952

Era a última palavra em economia e design no princípio dos anos 1950. Um pouco estranho com desenho que parecia esconder as rodas sob a carroceria, tinha o apelo de ser um legítimo automóvel fabricado nos Estados Unidos, diferente de outros carros pequenos como o Fusca, de origem alemã. O Nash Rambler era vendido em várias versões, inclusive station wagon. Tinha motor 2.8 de seis cilindros e custava US$ 1.808,00 à época, bem menos que um carro médio. Mas a Nash ia mal financeiramente e anunciaria uma fusão com a marca Hudson formando a AMC (American Motors Corporation). Esta linha de veículos deixou de ser produzida em 1955.

Ford COE 1938

A sigla significa "cabine sobre motor" (cab over engine) e representa uma grande série de utilitários da linha Ford. Na cor branca, as rodas com aros vermelhos com largas faixas brancas parecem cair como uma luva para o estilo aerodinâmico da época. Vários modelos customizados se destacavam no evento.

Ford Tudor 1927

A ala dos Hot Rods tem modelos muito interessantes, mostrando a maturidade desse movimento que só cresce no Brasil. O modelo em questão é um legítimo Hot Rod montado sobre a carroceria de um Ford Tudor de 1927 (Tudor que vem de two doors, duas portas). O motor V8 posicionado na dianteira se destaca pelo tamanho e pela visível preparação e adequação da suspensão ao peso do veículo com dois carburadores, blower e peças superdimensionadas. Na frente, o personagem Rat Fink, que representou a contra-cultura dos automóveis nos anos 1960, é quase um abre alas. 

Hupmobile R 1925

O modelo Touring tinha proposta familiar na metade dos anos 1920 e se destacou pela qualidade da restauração e estado de conservação do carro. A marca Hupmobile foi fundada em 1908 por ex-profissionais de montadoras como Oldsmobile e Packard. O modelo Touring tem capacidade para cinco passageiros. O motor era um quatro cilindros 3.0 de 16,9 cv, considerado robusto para a época e tinha um dos melhores e mais modernos propulsores, em tempos onde segurança mecânica não era o forte dos automóveis que requeriam ajustes bem mais constantes.

Bugatti Type 35 Pur Sang (Réplica)

O lendário carro de corrida dos anos 1920 Type 35 foi recriado pela empresa Pur Sang na Argentina e fabrica o veículo de forma artesanal. O carro segue as especificações da época e tem carroceria de alumínio e um motor 2.3 de oito cilindros em linha que rende 150 cv, quase um jato para a época. A réplica custa cerca de R$ 600 mil e é desejada por colecionadores no mundo inteiro. Jay Leno (apresentador e um dos maiores colecionadores do mundo) tem duas unidades em sua garagem. Apesar da fidelidade à proposta, o Type 35 também pode receber customizações e um motor mais forte ao gosto do dono. 

Plymouth Fury 1959

A cor vermelha nos remete imediatamente clássico de Stephen King "Christine" (1983), embora o carro do filme seja um modelo 1957, quase idêntico ao da foto e da mesma geração que chegou um ano antes com desenho de Harley Earl. Apesar do nome, o Fury era um esportivo leve com motor V8 que não decolava tanto por conta do peso do veículo. Uma das versões levava o motor V8 5.9 com carburador de corpo quádruplo chamado de Golden Comando. A base do Fury foi amplamente usada pelos carros e marcas do grupo Chrysler ao longo dos anos 1950 e tinha como atrativo a boa relação entre custo e benefício.

Chevrolet Monza S/R

O modelo de proposta esportiva surgiu em 1986, ofuscado pelo sucesso do sedã. Embora tivesse o mesmo motor do Monza comum, ganhou um carburador de corpo duplo, câmbio de relações mais curtas, novo coletor de admissão, amortecedores mais rígidos e escapamento de maior diâmetro. Assim o motor rendia 106 cv, 10 cv a mais que a versão comum bebendo etanol. O visual era composto por bancos esportivos Recaro, painel com elementos na cor vermelha e até aerofólio. Também representou um dos últimos suspiros da versão hatch.

Concorde 1980

Lançado em 1976 no 10º Salão do Automóvel de São Paulo, o Concorde era uma criação do empresário João Storani, que buscava inspiração nos anos 1930, especialmente nos modelos Cord, Duesemberg, Buick e Cadillac da época. Tinha chassi e motor V8 do Ford Galaxie de 199 cv. Este exemplar é um dos últimos fabricados e consta que foi finalizado na própria garagem da casa de Storani.

DeLorean DMC

Clássicos - Águas de Lindóia

O carro que praticamente protagonizou a saga "De Volta para o Futuro" tinha a máquina do tempo instalada neste coupê. Usava um motor PRV V6 2.8s de 141 cv com suspensão esportiva SPAX e era alimentado por injeção eletrônica e que dispunha de novidades como ajuste de pressão dos amortecedores e sistema de escapamento com coletores dimensionados em Inox, Stage 1 da Delorean Industries. Há apenas cinco unidades do DeLorean no Brasil. 

Ford 1936

Passada a crise econômica deflagrada em 1929, as montadoras se recuperavam lentamente e apostavam em motores mais modernos. Símbolo dessa modernidade era o Ford conversível de 1936. Nesta carroceria era oferecido nas versões Club e Phaeton e tinha como novidade o motor V8 que conquistaria definitivamente os norteamericanos. 

Fusca 1600S

Conhecido como Bizorrão, esta é a versão que conquistou os jovens consumidores na década de 1970, especificamente entre 1974 e 1975, quando ele foi produzido. O visual tinha como destaque a tomada de ar preta com o emblema exclusivo e o escapamento lateral, mas era muito mais do que isso. Tinha o motor 1600 de dupla carburação e 65c, rodas da Brasília, volante Walrod, alavanca de câmbio mais curta, sem falar no painel com instrumentação completa. O carro até pode passar despercebido, mas é uma das versões mais divertidas do simpático Fusca, primeiro antigo de muita gente que busca um carro de coleção.

O AutoShow Collection acontece toda primeira terça-feira do mês (a não ser em julho, onde acontecerá toda semana) e reúne carros clássicos e modificados no Sambódromo do Anhembi. Saiba mais em www.autoshowcollection.com.br

Galeria: Clássicos - Águas de Lindóia

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