Os departamentos de marketing estão sempre pensando em uma série especial para aumentar as vendas de seus carros. E tem jeito melhor do que ligar um modelo ao esporte mais amado do país? A receita deu certo desde 1982, quando surgiu a primeira edição especial ligada à Copa do Mundo, e tornou-se uma tradição que segue até hoje. Veja quais foram as séries especiais comemorativas ao maior evento de futebol já lançadas no Brasil:
Quando lembramos desse tema, o primeiro carro citado foi o Volkswagen Gol Copa. É o nome mais famoso e o carro que começou a brincadeira. A marca alemã tinha lançado o Gol em 1980 e ele ainda ficava abaixo do Fusca nas vendas. Já que precisava de uma forcinha, foi o escolhido para virar a edição especial que marcou o patrocínio da VW para a Fifa. Trazia rodas de liga leve com pneus radiais, faróis auxiliares e carroceria pintada em um tom azul exclusivo. O emblema “Copa” era um adesivo no vidro traseiro. E o carro até que vendeu bem, registrando 3 mil unidades.
Como não tinha os direitos de usar o nome da Copa do Mundo, a General Motors deu um jeitinho para criar sua edição especial do Kadett. Como o evento seria na Itália, batizou o veículo como Kadett Turim, uma das cidades-sede dos jogos da seleção. Era uma mistura da versão SL/E com a esportiva GS, recebendo as saias laterais em preto fosco, bancos esportivos Recaro e spoiler na traseira, mas sem direção hidráulica.
A Volkswagen viu o barulho feito pelo Kadett Turim e decidiu retomar o Gol Copa, que acabou sendo a série especial de despedida do Gol "quadrado", que seria substituída pelo Gol "bolinha" em 1995. Tinha faróis auxiliares, como seu antecessor, e ainda recebeu retrovisores na mesma cor azul da carroceria, lavador e limpador para o vidro traseiro, volante esportivo e painel de instrumentos com relógio digital.
Novamente sem o direito da Copa do Mundo, a Chevrolet repetiu a fórmula do Kadett Turim, mas desta vez com o Monza, seu modelo mais vendido. Vinha com direção hidáulica, travas e vidros elétricos, rodas de alumínio, interior com tecidos exclusivos, pintura perolizada na cor vermelho Schumann e o motor 2.0 com injeção eletrônica, além de já adicionar os itens que seriam lançados na linha 1994 do carro: novo volante e painel com novo grafismo e cor. Tinha como opcional o ar-condicionado, freios a disco nas rodas traseiras, coluna de direção regulável e cinto de segurança traseiro de três pontos.
Enquanto a seleção brasileira sofria aquele apagão contra a França na final, a Chevrolet quis levar a brincadeira para outro nível, criando a série Champ. Desta vez, foram três modelos especiais: o hatch Corsa, o Corsa Pick Up e a picape média S10. Todos recebiam pintura azul ou verde escuro, com uma faixa amarela na porta, e rodas de liga leve.
Por algum motivo, a Volkswagen apostou em uma estratégia diferente. Ao invés de continuar com o Gol Copa, decidiu vir com o nome Gol Sport. Não tinha nada de esportivo, o nome era por causa do futebol mesmo. Vinha com emblemas nas laterais e na tampa do porta-malas, spoiler traseiro, lanternas escurecidas, faróis de neblina, rádio com CD Player, faróis com dupla parábola, banco do motorista com ajuste de altura e antena de teto. Tinha pacote opcional com airbags frontais, ar-condicionado e retrovisores com ajuste elétrico. Vinha pintado na cor amarelo solar e utilizava somente motor 1.0.
Pela terceira e última vez, a Volkswagen colocou o Gol Copa nas concessionárias. A última versão foi mais abrangente, disponível tanto com o motor 1.0 quanto 1.6. Só que marca colocou apenas "perfurmaria", com grade preta em forma de “V”, bancos com o logotipo da edição bordado e adesivos nas soleiras, portas e tampa do porta-malas. Os equipamentos eram os mesmos, com o 1.0 vindo com banco do motorista com ajuste de altura, conta-giros, desembaçador do vidro traseiro e porta-copos, enquanto o 1.6 recebia direção hidráulica e faróis de neblina.
Depois de tantos anos utilizando a Copa do Mundo como tema, em 2010 a fabricante alemã mudou de estratégia. Fechou patrocínio com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e tornou-se a patrocinadora oficial da Seleção Brasileira. Aproveitou isso para lançar o Gol Seleção. Desta vez, estava disponível somente com o motor 1.0. Trazia o emblema da CBF na lateral e nos bancos, o logotipo “Seleção” na tampa do porta-malas, roda de liga leve, direção hidráulica, faróis de neblina e rádio com mp3.
A Copa do Mundo no Brasil foi bem curiosa, pois tivemos três edições especiais brigando por espaço ao mesmo tempo. A Volkswagen continuou patrocinando a CBF e a Seleção Brasileira, então lançou novamente o Gol Seleção e ainda expandiu a ideia para o Fox e o Voyage. O consumidor podia escolher entre motor 1.0 ou 1.6, e câmbio manual ou automatizado. Todos traziam bancos com estofamento especial imitando os gomos de uma bola oficial e uma faixa de couro imitando a camisa da seleção, porta-copos com o logotipo da CBF em alto relevo, rodas de liga leve, e adesivos na tampa do porta-malas e nos para-lamas.
A Hyundai foi atrás da Fifa e patrocinou a Copa do Mundo, o que levou à criação da série especial HB20 Copa do Mundo, tanto para o hatch quanto para o sedã HB20S. Trazia central multimídia com TV digital, pintura Azul Sky exclusiva, bancos de couro com costuras vermelhas, rodas de 15” diamantadas, grade com acabamento preto brilhante e adesivos e bordados com o logotipo do campeonato. Estava disponível nas versões 1.0 e 1.6, com câmbio manual ou automático e com garantia estendida para seis anos, um a mais, em alusão ao possível hexacampeonato do Brasil - que não se concretizou com o massacre do 7x1. Quem comprasse o carro ainda ganhava a Brazuca, a bola oficial da Copa, e uma mochila da Adidas.
Sem poder patrocinar a Seleção Brasileira ou a Copa do Mundo, a Fiat teve de adotar a antiga estratégia da GM e criar uma versão especial que apenas invocasse a ideia de torcer para o Brasil no campeonato. Nascia o Uno Rua, com a ideia de ser o carro das “festas nas ruas” durante os jogos. A série tinha como base o Uno Vivace 1.0 e adicionava pintura amarela, bancos de tecido com detalhes em azul e amarelo, adesivos com o nome da versão na lateral e a bandeira do Brasil, além de tom azul para os botões do ar-condicionado e para os cintos. Vinha com ar-condicionado, direção hidráulica, faróis de neblina, volante de couro com ajuste de altura, vidros e travas elétricas.
Novamente patrocinadora oficial da Copa do Mundo, a Hyundai repetiu a fórmula e lançou o HB20 e HB20S Copa do Mundo FIFA 2018. Da mesma forma que a edição anterior, aposta na oferta da central multimídia com TV digital, para poder assistir aos jogos em qualquer lugar. Baseado na versão Comfort Plus, ganha grade frontal e retrovisores na cor Cinza Titnaium, rodas de liga aro 15” na cor grafite, logotipos nos para-lamas e bancos revestidos em couro com o logotipo do campeonato.
Não é exatamente Copa do Mundo, mas é ligado ao esporte - então vale citar. A Chevrolet patrocinou a Seleção Brasileira em 2015 e lançou o Onix Seleção durante o amistoso contra o México, em preparação para a Copa América. A versão 1.0 foi a escolhida, com câmbio manual de 5 marchas, faróis de máscara negra, lanternas escurecidas, retrovisores pintados de prata e o logotipo da CBF nos para-lamas dianteiros. Foi vendido nas cores branca, preta ou azul.
Fotos: divulgação
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