Comprar um carro usado é melhor negócio para quem não pode (ou não quer) financiar um zero km. Porém, a variedade é enorme não só para os modelos, mas também para o estado do veículo, pois depende do quanto o dono anterior cuidou do carro. Pode ter algum amassado ou risco na lataria, pode estar com a manutenção pendente, alguma documentação vencida ou com preço acima da tabela. Por isso, preparamos 10 dicas sobre como escolher o seu carro usado com cuidado para não cair em uma enrascada.
Não estamos falando nem de desvalorização. Algumas marcas que operavam no Brasil até a pouco tempo acabaram deixando o país, como aconteceu com a chinesa Geely (foto acima). Sem representação oficial, fica difícil (às vezes, impossível) encontrar peças para reparo. Outras fabricantes de menor expressão têm poucas concessionárias, atrapalhando o acesso a serviços. Leve em conta se a marca ainda trabalha no país e se tem lojas e/ou oficinas credenciadas na região em que mora.
Tem todo tipo de dono de carro usado. Aqueles que cuidam bem do veículo e fazem manutenção preventiva, tem os que arrumam só quando dá algum problema e tem os que vão empurrando todos os defeitos até o carro parar de vez. Como um veículo usado é uma caixinha de surpresas, tente ter o máximo de informações possíveis sobre o automóvel. Veja se tudo está funcionando, confira no manual se as revisões foram feitas na concessionária e verifique se há algum recall pendente.
Estando com o documento do veículo, é possível puxar o histórico do carro no site do Detran, para saber se há multas pendentes ou se tem algum registro de sinistro ou roubos. Também fique atento ao código de chassi, conferindo se não foi remarcado e se é o mesmo do motor e dos vidros. Por fim, faça a vistoria (obrigatória para transferência do veículo) para saber se o carro foi batido, teve repintura ou acidente grave.
Sempre dê uma volta no veículo. Se não estiver muito confiante da sua capacidade de encontrar problemas só ao dirigir, chame algum especialista para te acompanhar, como um mecânico de sua confiança. Fique atento a barulhos diferentes, as respostas dos pedais e do câmbio, e se a suspensão segura o carro sem bater.
Um truque conhecido é alterar a quilometragem do veículo para uma bem menor do que a real. Há alguns sinais que podem ser identificados por qualquer um, como o estado do acabamento interno (cor dos revestimentos, botões desgastados), marcação no manual das trocas de óleo e revisões, além da idade do veículo. Se ainda estiver desconfiado, é possível contratar uma empresa de vistoria para emitir um laudo.
Dependendo da idade do carro, ele pode estar ainda na garantia, desde que o dono anterior não tenha feito nada que esteja fora das regras. Confira no site da marca desde quando eles oferecem o prazo de validade para o modelo que quer comprar (pode ser que, na época, a garantia fosse menor), se realizou as revisões na concessionária e se não houve alterações que possam comprometer a garantia.
Ter o manual é um tipo de garantia da procedência do carro, pois toda revisão feita na concessionária é marcada nele. Além disso, vai te poupar problemas de procurar as especificações técnicas na internet na hora de comprar o óleo correto ou calibrar os pneus.
Analise bem o estado físico do carro. Amassados na lataria podem denunciar que já sofreu acidentes e pode ter algum dano que não foi consertado. Arranhados na tintura ou diferença de tom em alguns pontos da carroceria são motivos para baixar o preço. Veja também o interior, se o acabamento não está esfarelando ou descascando, se os bancos estão em bom estado e se tem todas as ferramentas. Não esqueça de testar também os comandos no painel e do rádio.Pesquise e negocie o preço
A tabela FIPE é usada como referência, mas nem sempre corresponde à realidade. Faça uma busca por outras plataformas online de usados para ter certeza de que não estão cobrando mais do que o valor real de mercado. E, já que olhou bem para o estado do carro, aproveite para servir de argumento para negociar um desconto, caso esteja com alguma multa ou manutenção por fazer.
A tentação para comprar um modelo importado usado pelo preço de um nacional zero km é forte. Mas não esqueça de pesquisar quanto custa a manutenção do modelo desejado. O preço de compra mais baixo não significa que o valor das peças também caiu. Dependendo da idade e marca, a manutenção pode ser tão cara quanto era quando o carro foi lançado. Procure a opinião de donos na internet e veja quanto eles gastam na “cesta básica” (amortecedores, freios, filtro de ar, filtro de combustível, faróis, lanternas, retrovisores, para-choques e jogo de velas) e alguns itens de troca periódica, como palhetas e pneus. Não esqueça de também de fazer uma cotação do seguro, outra variável que pode deixar um modelo inviável financeiramente.
Fotos: divulgação e arquivo Motor1.com
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