Teste rápido Hyundai HB20 Evolution 1.0T 2022: a boa escolha
Com motor 1.0 turbo e assistentes de condução, é a versão mais interessante do hatch
Quando a segunda geração do Hyundai HB20 surgiu em 2019, foi motivo de polêmica pelo seu visual cheio de vincos e recortes, caracterizado principalmente pela grade dianteira mais angular, faróis pontiagudos e lanternas arqueadas na traseira. Quase dois anos se passaram e podemos dizer que o design do hatch foi aceito pelo público, tanto que ocupa a parte de cima da tabela dos carros mais vendidos no Brasil.
E na chegada do HB20 Evolution 1.0 turbo 2022, a principal novidade (muito bem-vinda, por sinal) ficou por conta da inclusão de recursos de segurança como o alerta de colisão com frenagem automática e o alerta de saída de faixas entre os itens de série, que continuam exclusivos do hatch de Piracicaba entre os compactos à venda no Brasil.
Galeria: Hyundai HB20 Evolution 1.0T 2022
O que é?
Desde o lançamento da geração atual, o HB20 Evolution 1.0T sempre foi uma versão posicionada abaixo da topo de linha, ou seja, tinha boa lista de equipamentos mas dispensava itens como bancos em couro e os sistemas de frenagem automática de emergência e alerta de mudança de faixa, estes agora inclusos. Visualmente, inclui faróis com máscara negra, rodas de liga-leve aro 15" diamantadas e lanternas fumê.
Por seu visual polêmico, o HB20 não teve as vendas esperadas. Com o tempo, a Hyundai fez leves modificações, como a linha 2020 que trocou a grade dianteira por uma inteira em preto com desenho em colmeia. Parece pouco, já ajudou bastante a melhorar um dos principais pontos de discórdia do HB20.
Com 3,94 m de comprimento e 2,53 m de entre-eixos, o HB20 é um dos menores modelos à venda entre os hatches compactos. Para efeito de comparação, o líder Onix tem 4,16 m de comprimento, enquanto o Argo S-Design 1.3 testado mês passado tem 3,99 m. O HB20 é menor que ambos, mas tem 1 cm a mais de entre-eixos que o hatch da Fiat, mas perde para o da Chevrolet com 2 cm a menos. O porta-malas fica na média do segmento, com 300 litros de capacidade - mesmo do Argo, porém maior que o Chevrolet.
Na versão avaliada, o hatch traz motor 3-cilindros 1.0 TGDI turbo que rende até 120 cv e 17,5 kgfm de torque (entregue desde 1.500 rpm), o que por si só garante bastante agilidade ao compacto, que é bem leve: apenas 1.091 kg. O câmbio automático é sempre de 6 marchas. Até existe uma versão Evolution com transmissão manual de 5 velocidades, mas ela troca o 1.0 turbo pelo motor três cilindros 1.0 Kappa, este aspirado com até 80 cv e 10,2 kgfm - em breve, o HB20 terá o 1.0 turbo com câmbio manual.
Como é?
Um dos melhores pontos do HB20 Evolution é o motor 1.0 turbo, com injeção direta. Ao menor toque no acelerador, o hatch desenvolve boa velocidade logo cedo, tamanha a sua disposição desde baixas rotações. Há a sensação que o motor está sempre “sobrando”, principalmente ao rodar na cidade.
Menção honrosa para a bela calibração feita pela Hyundai ao câmbio automático, que troca as marchas de forma bastante suave. Aqui não existe aqueles pequenos trancos em reduzidas de 2ª para 1ª marcha como no VW Polo, por exemplo. O bom casamento entre motor e câmbio também refletiu no bom consumo: média de 8,8 km/litro na cidade com etanol em nossos testes. É importante falar também sobre a suspensão do HB20, que nesta 2ª geração ficou mais macia, mas isso sem sacrificar a boa dinâmica do modelo – que continua com ajuste firme, mas sem fazer sua coluna sentir o drama como o antigo ao passar por buracos e valetas.
Na estrada o HB20 passa segurança ao volante, principalmente em situações de ultrapassagens, respondendo prontamente quando o pedal da direita é pisado com mais força - isso mesmo com o carro carregado com quatro ocupantes a bordo. Bacana também que a transmissão de 6 marchas permite que o motor trabalhe em uma rotação mais baixa, com o hatch registrando 2.500 rpm a 120 km/h em uma rodovia.
Nesta situação, também percebemos como o isolamento acústico do hatch é bem trabalhado dentro de sua categoria, apesar de trazer a característica vibração do motor 3 cilindros. O consumo ficou em 13,2 km/l na estrada, chegando a atingir picos de 14 km/l em velocidades menores. É o downsizing mostrando a que veio.
Na hora de sentar ao volante, o HB20 também prova como é bem construído. O acabamento está entre os melhores do segmento, mesmo que todo interior seja dominado por plástico. O jogo de texturas diferentes e a faixa prata que atravessa o painel somam para aumentar a percepção de esmero, principalmente pelas peças bem alinhadas e sem rebarbas. Os bancos são de tecido e trazem costuras brancas com uma padronagem própria.
Lembra do entre-eixos de 2,53 metros? A Hyundai fez um bom trabalho e o espaço interno do HB20 é bem aproveitado, com uma pessoa de cerca de 1,80 m de altura se acomodando bem no banco de trás. A ressalva fica para a largura para os ombros, com 3 passageiros ficando mais apertados no banco traseiro. O culpado disso é o design do hatch, cuja parte acima da linha da cintura acaba afunilando em direção ao teto.
Já a central multimídia cumpre seu papel com o Android Auto e Apple CarPlay, apesar da tela de 8 polegadas já pedir por uma atualização com cores mais vivas e melhor resolução e o espelhamento sem fio. No console à frente da alavanca de câmbio há duas entradas USB, sendo uma delas para recarga do tipo rápida – bastante útil em tempos de smartphones. Embora tenha gráficos digitais, o ar-condicionado traz ajuste por barras em vez de exibir a temperatura do sistema.
Por fim, bem que os apoios de braço poderiam ter espuma mais densa como a do descansa braço central, pois bastou uma viagem de 200 km para o cotovelo ficar um pouco dolorido. A chave é canivete, com partida na ignição – por botão só na versão topo.
Quanto custa?
Bem equipado, o HB20 Evolution 1.0T 2022 traz entre os itens de série direção elétrica com coluna ajustável em altura e distância, vidros e retrovisores elétricos, banco do motorista com ajuste de altura, ar-condicionado digital, acendimento automático dos faróis, faróis de neblina, piloto automático e luzes de seta nos retrovisores.
No pacote de segurança soma 4 airbags, sistema de frenagem automática de emergência, alerta de colisão frontal, alerta de saída de faixa, controles de estabilidade e tração e assistente de partida em rampa. Multimídia com suporte a Apple CarPlay e Android Auto com tela de 8”, sensor de estacionamento e câmera de ré também estão inclusos. Seu preço é tabelado em R$ 86.290.
Como principais concorrentes com preço mais próximo, o HB20 Evolution 1.0T tem o Chevrolet Onix RS (R$ 85.350), Peugeot 208 Active 1.6 AT6 (R$ 89.990), Fiat Argo Trekking 1.8 AT6 (R$ 91.890) e Volkswagen Polo Comfortline (R$ 93.990).
Conclusão
O resumo da ópera é que hoje o Hyundai HB20 Evolution 1.0T é a melhor versão que você pode comprar dentro da gama do hatch sul-coreano, principalmente se você não faz questão de bancos de couro, paddle shifts atrás do volante ou chave presencial, disponíveis na versão mais cara. Tem motor turbo eficiente e de bom desempenho, além do exclusivo sistema de frenagem automática de emergência, o HB20 traz um pacote na medida. E se na sua lista de prioridades o prazer ao dirigir fica acima do quesito espaço interno, o hatch feito em Piracicaba vai cumprir suas expectativas como poucos.
PS: Essa versão avaliada se transformou na Platinum (R$ 83.390), que deixou de ter o sistema de frenagem automática de emergência e alerta de saída de faixa, mas ganhou o multimídia com sistema Bluelink e chave presencial. Somente a topo de linha, agora chamada de Platinum Plus (R$ 89.590), traz o sistema de segurança ativa e alerta de saída de faixa, além de bancos de couro, faróis com projetor e faróis de neblina.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
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Hyundai HB20 Evolution 1.0T
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