Após quase dois anos sem uma representante no segmento das scooters de entrada, a Honda lança a Elite 125, que chega para ocupar a vaga da antiga Lead 110. Bem acabada e de aspecto imponente, a Elite teve seu projeto desenvolvido na Tailândia. Em relação à antecessora, ela traz farol de LED, painel digital e um novo motor, além de algumas mudanças na ciclística. O porta objetos debaixo do assento ficou menor, mas foram mantidos os freios combinados e a útil trava de estacionamento. Participamos do evento de lançamento do modelo em Santos, no litoral paulista, e trazemos agora as primeiras impressões de pilotagem.
Avaliação: Honda Elite 125

O que é?

Uma das atrações da Elite é novo motor monocilíndrico de exatas 124,9 cc, que gera 9,3 cv de potência e 1,05 kgfm de torque. Com comando único (SOHC) roletado e sistema de balancins, o propulsor é compacto e seu bloco engloba a transmissão CVT e o monobraço da suspensão traseira. Arrefecido a ar, tem o bico injetor localizado bem próximo à válvula de admissão, e entrega 80% de sua força máxima entre 3 mil e 4 mil rpm. O sistema de exaustão é de aço inox, com catalisador de 300 células por pol.² (minúsculos canais por onde os gases escoam), atendendo com folga às normas Euro 4 e a nossa Promot 4 - motivo pelo qual a Lead 110 foi descontinuada no fim de 2016.
 
O chassi é do tipo underbone, com tubos de aço, redesenhado em relação ao da Lead para algumas mudanças: menor entre eixos (1.223 mm contra 1.274 mm), reposicionamento do amortecedor traseiro, maior altura de assento (772 mm contra 740 mm), maior altura do solo (133 mm contra 115 mm) e melhor distribuição de massas como o tanque de gasolina (embaixo do assento e embaixo do assoalho) e posição da bateria (embaixo do assoalho e embaixo do painel de instrumentos). Quanto às suspensões, freios, rodas e pneus, apenas o curso da traseira foi reduzido em 14 mm (70 mm na Elite, 84 mm na Lead) - as demais medidas permanecem.
Avaliação: Honda Elite 125
Avaliação: Honda Elite 125
Visualmente, a Elite chama a atenção pelo acabamento. As partes plásticas se encaixam corretamente, enquanto o assento possui duas texturas de tecido e costura dupla. As alças do garupa são em alumínio e, uma curiosidade, não existem pedaleiras para o passageiro - ele apoia os pés numa extensão do assoalho. A lanterna traseira e as luzes indicadoras de direção, ambas com lâmpadas comuns, estão bem dimensionadas, e como os faróis, se integram bem à carenagem. O porta-objetos debaixo do banco tem capacidade para 18 litros e 10 kg (cabe um capacete fechado, enquanto a Lead guardava dois). Além dele, existem dois nichos e um gancho na saia dianteira para pequenos objetos.
 
O painel de instrumentos é totalmente digital, com fundo preto e luzes azuis. Traz informações básicas de velocidade (com gráfico circular além dos dígitos), odômetro total, nível de combustível, relógio e luzes indicadores de seta, farol alto e injeção. Os comandos no guidão englobam a partida no lado direito e os comutadores de farol alto, setas e buzina no lado esquerdo.  

Como anda?

Rodamos cerca de 30 quilômetros pela cidade de Santos, em ambiente totalmente urbano. Compacta, leve e silenciosa, a Elite não tem aquela "preguiça" para partir, com aquela sensação de embreagem patinando, como acontece em algumas scooters. Pelo contrário, ela sai rápido e ganha velocidade facilmente. A posição de pilotagem é correta, com tronco reto, braços dobrados, assento confortável e assoalho plano. Parece estar bem dimensionada para uma ampla faixa de altura e peso dos pilotos.
Avaliação: Honda Elite 125
 
A leitura no painel é imediata, e permite monitorar a velocidade pelos números ou por um gráfico circular que, a 50 km/h, preenche metade do seu perímetro - ou, popularmente, a borda de meia pizza. Luzes independentes dos sinalizadores de direção na tela também favorecem uma condução segura. Outra vantagem em relação à Lead é a velocidade máxima na casa dos 100 km/h, que permite trafegar com mais tranquilidade em vias rápidas, como as Marginais de São Paulo, lembrando que a antecessora era limitada a 80 km/h. 
 
Durante o percurso, como sempre faço, procuro passar pelas irregularidades do asfalto - e o que não faltou foram bueiros no trajeto, além de trechos de paralelepípedo. Exceto por um barulho no painel de instrumentos, ou abaixo dele, a Elite se comportou adequadamente, sem dar fim de curso e com pouco "repasse" dos impactos (pulos). Já nas lombadas, devido a pequena distância entre eixos, há uma certa instabilidade. No geral, a Elite foi rápida, circulou facilmente entre os carros, desenvolveu velocidades compatíveis com o fluxo e freou com segurança, sendo que, por ter os freios combinados acionados pela manete esquerda, deixa a mão direita (e o cérebro) exclusivos para o acelerador, favorecendo a condução em baixas velocidades.
Avaliação: Honda Elite 125
Avaliação: Honda Elite 125
Por não haver indicador de consumo no painel, neste primeiro momento vamos ficar com a medição realizada pelo Instituto Mauá: 53,8 km/l nas condições do teste, o que, com os 6,4 litros de capacidade do tanque, deverá proporcionar uma autonomia acima dos 250 km.

Quanto custa?

Transporte urbano é o ponto forte de toda scooter pequena, e a Elite se insere muito bem neste contexto. A concorrente direta é somente a Yamaha Neo 125, já que a Suzuki Burgman deixou de ser vendida no país - ao menos temporariamente. 
Avaliação: Honda Elite 125
Quando a Honda mostrou a Elite 125 pela primeira vez, em novembro, havia apenas a expectativa de preço abaixo dos R$ 10 mil. Mas os R$ 8.250 da tabela oficial foram uma grata surpresa, pois a deixaram mais barata (R$ 50) inclusive que a rival da Yamaha, de projeto não tão atual. Como nas demais Honda, a garantia é 3 anos sem limite de quilometragem com sete trocas de óleo grátis nas revisões. 
 
Pelo produto e preço adequado, e a julgar pela atenção que atraiu em Santos, a Elite 125 tem tudo para desbancar a PCX 150 e se tornar a scooter mais vendida da Honda.   
 
Por Eduardo Silveira, em colaboração para o Motor1.com
Fotos: Caio Mattos/Divulgação
 

Honda Elite 125

MOTOR monocilíndrico, 124,9 cc, comando simples SOHC, refrigeração a ar, gasolina
POTÊNCIA/TORQUE 9,3 cv a 7.500 rpm / 1,05 kgfm a 6.000 rpm
TRANSMISSÃO câmbio automático CVT
SUSPENSÃO Garfo telescópico com 90 mm de curso na dianteira e monoamortecida com 70 mm de curso na traseira
RODAS E PNEUS aro 12" com pneu 90/90 na dianteira e aro 10" com pneu 100/90 na traseira 
FREIOS disco de 190 mm na dianteira e tambor de 130 mm na traseira, com CBS
PESO 104 kg (ordem de marcha)
DIMENSÕES E CAPACIDADES Comprimento 1.735 mm, largura 689 mm, altura 1.118 mm, altura do assento 772 mm, entre-eixos 1.223 mm; tanque 6,4 litros
QUADRO underbone com tubos de aço
PREÇO R$ 8.250
 

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