Especulada desde a virada da década, a ideia de transformar o Mustang em submarca própria formada por diferentes modelos parece cada vez mais ganhar forma dentro da Ford. De acordo com reportagem da agência Automotive News, o projeto foi recentemente apresentado pela marca durante conferência nos Estados Unidos e deixou os revendedores presentes no evento bastante entusiasmados.

Os detalhes seguem bem guardados, mas tudo indica que o objetivo é fazer um sedã com pegada esportiva e um modelo off-road com tração nas quatro rodas. Ambos, logicamente, baseados na plataforma e no design icônico do Mustang. Os dois serão equipados com motores tradicionais a gasolina, já que a Ford revisou profundamente seus planos sobre eletrificação total (a própria marca admitiu que foi 'ambiciosa demais' em suas metas).

Ainda segundo a Automotive News, os dos modelos foram apresentados ao revendedores presentes na cerimônia através de sketches e desenhos. O sedã vem sendo chamado internamente de "Mach 4", enquanto o modelo off-road ainda não recebeu batismo (sabe-se apenas que terá tração integral e pneus grandes). Para apresentar o projeto, a Ford escalou nomes de peso, incluindo o CEO Jim Farley e o presidente executivo Bill Ford.

Ford Mustang Sedan 2024 - Esboço oficial

Mustang Sedan - Esboço

Farley, inclusive, é um dos maiores apoiadores da criação da família Mustang. O executivo acredita que os novos modelos terão bons números de vendas e acabarão por captar clientes de outras marcas, como da Chevrolet, que está saindo do segmento de muscle cars. O mesmo vale para a Dodge, que matou o Challenger e hoje vende o Charger somente elétrico ou com motor de 6 cilindros (nada de V8!). 

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Também pesa a favor do projeto a alta rentabilidade esperada, levando em conta as margens de lucro e o potencial de vendas. A Ford precisa fazer dinheiro e diversificar suas fontes de renda para não depender unicamente de picapes e SUVs. Há também a necessidade de custeio dos planos de eletrificação, que mesmo agora revisados ainda continuam bastante dispendiosos.

A marca é a segunda maior fabricante de EVs dos EUA, atrás apenas da Tesla, mas não lucra absolutamente nada com o segmento. No primeiro trimestre deste ano, por exemplo, a empresa tomou prejuízo de US$ 100.000 por cada elétrico vendido.

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