A Stellantis confirma que, após anos seguidos de atividades, as operações da marca Jeep na China passarão por profundas modificações nos próximos meses. De acordo com o CEO do grupo, Carlos Tavares, a única fábrica mantida pela montadora no país será fechada e a produção local dos modelos Renegade, Compass, Cherokee e Grand Commander será encerrada.

Com isso, será desfeita a parceria de 12 anos com a estatal Guangzhou Automobile Group e o portfólio passará a ser formado por veículos importados. Segundo Tavares, a aliança estava estremecida e a GAC já não estava cumprindo com acordos pré-estabelecidos. "A confiança foi quebrada", disse. O executivo reclamou ainda das políticas econômicas do governo local, que favorecem fortemente as montadoras nacionais.

Além disso, a decisão foi motivada pelo aumento das tensões políticas da China com os Estados Unidos nas últimas semanas. "Temos visto nos últimos anos cada vez mais interferências políticas no mundo dos negócios na China", disse Tavares à Bloomberg. “Não queremos ser vítimas de sanções cruzadas, como tem sido o caso de outras empresas em outras regiões do mundo recentemente", continuou.

Tavares também admitiu que as operações da Jeep no mercado chinês acumulavam perdas e alertou para as dificuldades enfrentadas por montadoras estrangeiras. "Vemos que, para os fabricantes ocidentais, vender carros na China está se tornando cada vez mais difícil", disse. “Há uma mudança absolutamente importante acontecido no mercado chinês", completou.

2022 Jeep Cherokee Vista Frontal

De fato, grandes grupos como Volkswagen, General Motors e a própria Stellantis vêm perdendo espaço na China. Só no primeiro semestre deste ano, marcas alemãs e norte-americanas acumularam queda de um quinto nas vendas. Fabricantes japonesas também seguiram pelo menos caminho e recuaram na casa dos dois dígitos. Enquanto isso, marcas nacionais como BYD, Geely e Nio registraram crescimento.

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