Paris recua na proibição de motos a combustão na cidade

A França tomou várias medidas para reduzir as emissões de carbono nos últimos anos. Além disso, os franceses já fazem uso de radar de barulho e "câmeras de som" para reduzir a poluição sonora. Sua capital, Paris, tem implementado há anos uma Zona de Baixas Emissões (ZFE) cada vez mais estrita.

Em setembro de 2015, as autoridades locais aplicaram primeiro as restrições aos veículos comerciais, com ônibus e caminhões fabricados antes de 1º de outubro de 2001 sendo proibidos de circular na região. Até 2016, a regulamentação se estendeu aos carros produzidos antes de 1997 e motocicletas fabricadas antes de 2000. Paris aumentou as normas em 1º de junho de 2021, quando as motocicletas e scooters registradas antes de 2004 perderam o acesso à ZFE da cidade nos feriados públicos e dias úteis entre 8h e 20h.

Até julho de 2022, Paris deveria promulgar restrições ainda mais rígidas. Era a data escolhida para proibir qualquer veículo de passeio, incluindo motos, de circular na ZFE. Felizmente, para os proprietários dos veículos de duas rodas, a cidade precisará adiar essa medida por pelo menos seis meses. Esse adiamento levará a entrada em vigor das restrições para pelo menos 2023, mas, nesse tempo, a cidade apresentará novas formas de restrição aos veículos de combustão interna.

Semelhante ao programa nacional de câmeras da França, Paris instalará câmeras dedicadas à regulamentação das estradas francesas. As câmeras da cidade, no entanto, monitorarão os adesivos dos veículos exibidos pelas motocicletas e scooters que viajam através da capital do país.

Tais adesivos são uma espécie de comprovante de conformidade e de licenciamento em dia. As câmeras atuais capturam os adesivos dos automóveis, mas as novas câmeras identificarão automaticamente os adesivos atrasados ou de veículos que possuem restrição de circulação e multarão os proprietários e operadores. É algo muito similar aos radares com leitura de placa utilizados por São Paulo (SP) para multar quem desobedece o rodízio.

Paris também usará essa postergação de seis meses para garantir a aprovação de programas de incentivo destinados a convencer os moradores da cidade a fazer a transição para a mobilidade elétrica. Por outro lado, o plano original de Paris previa a proibição dos veículos pré-2000 já em 2024. Paris não declarou se vai adiar esses regulamentos, mas ainda planeja proibir a circulação de todos os modelos a combustão na cidade até 2030.

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