Conhecida justamente por seus sedãs, a Mercedes-Benz pode começar a se afastar deste tipo de carroceria, pelo menos se seguir o que disse Gorden Wagener, chefe de design da empresa alemã, em entrevista à revista Top Gear. Segundo o executivo, o processo de eletrificação acabará com os sedãs de três volumes por diversos motivos envolvendo tanto o formato do veículo quanto posicionar as baterias na carroceria sem estragar o visual.

“Aerodinâmica é um [motivo]. Em segundo lugar, com um conjunto de baterias de 15 cm, um sedã de três volumes simplesmente não parece bom, parece uma m****. Você tem que fazer algo que resolva visualmente a altura” explica Wagener. “É por isso que criamos o design ousado dos modelos EQ, porque parecem esticados, parecem estilosos. Então [a eletrificação] vai mudar a porporção dos carros. Temos que ter certeza que não pareçam todos iguais, mas este medo existe há 30 anos. Conseguimos fazer [antes] com que pareçam diferentes e estou confiante que faremos isso no futuro.”

Galeria: Mercedes-Benz EQE 350 2023

Wagener ainda deixa claro que não vê problema no fim dos sedãs dentro da Mercedes-Benz. A Top Gear perguntou se sentiria falta deste tipo de modelo e o designer nem pestanejou. “Na verdade, não [irei sentir falta]. O sedã de três volumes são, na verdade, o carro mais difícil de desenhar. Para fazer um realmente bonito é bem difícil. Um belo esportivo é tão fácil! Eu sempre gostei quando chega algo mais futurista. É por isso que a eletrificação é uma grande chance de mudar as coisas, e mudar sempre é bom.”

Este discurso ainda está alinhado com o posicionamento da Mercedes-Benz de reduzir a quantidade de veículos em sua linha, principalmente na parte de entrada. A marca já admitiu que exagerou e criou produtos demais em uma faixa de preços baixa, com Classe A, Classe A Sedan, CLA, CLA Shooting Brake, GLA e GLB. Variantes de Classe C, Classe E e Classe S também podem ser cortadas, como as versões conversível e cupê.

Outro ponto que Wagener destacou é que os carros não terão mais um desenho tão agressivo no futuro, por conta de algumas mudanças causadas pela eletrificação. “O que você vê com a eletrificação é que a grade dianteira está sumindo. Todos estes novos modelos não tem uma grade – eles não tem uma cara na frente, são um pouco anônimos. Eles todos são muito parecidos. Parecem agressivos? Não. Eles querem parecer mais com um supercomputador sobre rodas”, afirma Wagener.

Ouça o podcast do Motor1.com:

 

Siga o Motor1.com Brasil no Facebook

Siga o Motor1.com Brasil no Instagram

Envie seu flagra! flagra@motor1.com