A Honda Africa Twin não é a moto mais lembrada pelos compradores de grandes aventureiras no Brasil, o que se reflete numa performance baixa nas vendas em comparação com as alternativas da BMW e Triumph, representadas respectivamente pelas R 1250 GS e pela Tiger 1200.

Mesmo assim, a marca japonesa apresentou a nova geração do modelo para o mercado brasileiro nas versões CRF 1100L Africa Twin e CRF 1100L Africa Twin Adventure Sports ES. Ambas poderão ser equipadas com transmissão convencional ou de dupla embreagem.

Galeria: Honda CRF 1100L Africa Twin 2021

A nova geração da Honda Africa Twin foi apresentada na Europa ainda em 2019 e teve seu lançamento por aqui atrasado por conta da pandemia. Ela já havia sido prometida para o Brasil no ano passado, quando a Honda confirmou ainda as chegadas do scooter Forza 350 e da esportiva CBR 1000RR-R Fireblade renovada para 2021.

As mudanças

A principal alteração da Africa Twin repaginada ficou por conta da motorização. O propulsor permanece usando a configuração de 2 cilindros paralelos com arrefecimento a líquido, mas sua capacidade aumentou de 998 cm³ para 1.084 cm³. O escapamento recebeu ainda um novo abafador com uma válvula de controle (ECV), que varia a saída de escape para controlar tanto a entrega de potência quanto as emissões. Dessa forma, a performance aumentou, saindo de 95 cv de potência e 10 kgfm de torque para 99,3 cv a 7.500 rpm e 10,5 kgfm a 6.000 rpm.

O motor também recebeu novos componentes de alumínio na estrutura, utilizando o material nos cilindros, o que possibilitou uma redução de peso do conjunto na ordem de 2,5 kg. O sub-chassi também é de alumínio, mas, na nova geração da Africa Twin, ele é parafusado ao quadro principal ao invés de soldado. A balança traseira também passa a usar o material mais leve. A Honda declara um peso de 206 kg (a seco) com câmbio mecânico e 215 kg com o automatizado. A moto também conta com carenagens e rabeta revisadas.

Itens de série

Outra novidade é o quadro de instrumentos com tela digital de TFT de 6,5" para todas as versões. Ele permite o monitoramento dos modos de condução (Tour, Urban, Gravel, Off-Road e mais dois personalizáveis) e conectividade com dispositivos por meio de Android Auto e Apple Car Play. Outro incremento de tecnologia da Africa Twin ficou por conta da introdução de um sensor inercial de seis eixos, que permite uma atuação mais refinada dos sistemas de ABS e controle tração em curvas.

Desde a versão mais em conta, a nova Africa Twin traz ainda luzes diurnas de LED, parabrisa baixo e controle de cruzeiro. As rodas são raiadas de 21 polegadas na dianteira e de 18 polegadas na traseira. Na versão Adventure Sports ES, os pneus são do tipo sem câmara. O modelo mais caro também acrescenta uma série de outros itens.

Honda CRF 1100L Africa Twin 2021
Honda CRF 1100L Africa Twin 2021

A configuração mais completa soma à versão de entrada um parabrisa mais alto e com regulagem, sistema de iluminação em curvas, manoplas com aquecimento, suporte de bagageiro traseiro de alumínio e um protetor de motor maior. A principal diferença do modelo mais caro é a suspensão com ajuste eletrônico (Electronic Suspension), daí o ES no nome. Itens como cavalete central, bagageiros de alumínio e faróis de neblina podem ser adquiridos como acessório nas concessionárias.

Números e medidas

Com o aumento da cilindrada, o motor da nova Africa Twin foi instalado um pouco mais para frente no chassi. Isso possibilitou que o banco fosse instalado em posição mais baixa. Agora, a altura do assento em relação ao solo fica entre 850 mm e 870 mm, dependendo do ajuste utilizado pelo condutor.

O vão livre em relação ao solo é de 250 mm tanto na versão de entrada quanto na Adventure Sports ES, com suspensão eletrônica. O garfo dianteiro para ambas é do tipo invertido com 230 mm de curso, enquanto a traseira é monoamortecida com sistema Pro Link e tem 220 mm de curso. Para os freios, são utilizados dois discos de 310 mm e pinças de 4 pistões na frente, enquanto a traseira tem disco único de 256 mm. Na versão com câmbio automatizado, há uma segunda pinça na traseira que atua como uma espécie de freio de mão.

A roda dianteira tem 21 polegadas e usa pneu de medida 90/90, enquanto a traseira tem 18 polegadas com pneu 150/70. Ambos ganharam novo desenho. O tanque de combustível agora acomoda 18,8 litros de combustível na versão convencional e 24,8 litros na Adventure Sports ES.

Câmbio manual e automatizado

As duas versões da nova Honda Africa Twin serão comercializadas com as opções de câmbio mecânico de 6 velocidades ou automatizado de dupla embreagem também de 6 marchas (DCT). No primeiro caso, a embreagem ganhou função deslizante, para minimizar os trancos nas reduções. A diferença é que, quem optar pela transmissão convencional receberá uma moto montada em Manaus (AM), enquanto as versões DCT serão importadas do Japão. Em ambas, a transmissão final permanece sendo feita por corrente.

A Honda está fazendo uma forte aposta na transmissão automatizada, que vem crescendo em participação nas vendas da marca no continente europeu. Por lá, a empresa afirma que quase metade de todas as Africa Twin estão saindo das lojas do Velho Continente já equipadas com o câmbio DCT.

Preços, cores e versões

A Honda iniciará a pré-venda da nova CRF 1100L Africa Twin em 17 de maio. Os modelos nacionais chegarão às lojas em junho, enquanto as importadas devem começar a desembarcar no Brasil a partir de agosto. A questão é o preço, podendo haver aumento de mais de R$ 20 mil dependendo da versão.

A CRF 1100L Africa Twin manual custará R$ 70.490, contra R$ 61.214 da moto atual. Já versão Adventure Sports ES manual passou dos atuais R$ 68.603 para R$ 90.490, muito por conta da nova suspensão eletrônica. As novas versões DCT custarão R$ 76.804 na configuração de entrada e R$ 96.626 na Adventure Sports ES.

A CRF 1100L Africa Twin será oferecida nas cores vermelha sólida ou preta fosca, sendo que a DCT só conta com a primeira opção. Já Adventure Sports ES será pintada sempre de branco perolizado. A Honda oferece 3 anos de garantia para a novidade sem limite de quilometragem. A primeira revisão é feita aos 1.000 km, enquanto as demais ocorrem a cada 6.000 km. As trocas de óleo estão programadas para acontecer a cada 12.000 km.

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