A fusão entre Fiat-Chrysler e Grupo PSA continua a mexer nos planos das marcas da nova empresa. Antes confirmada oficialmente pelo grupo, a picape média da Ram acabou cancelada, como revela o site GM Authority. Era um desejo antigo da empresa, pois ajudaria a Ram a ter uma presença global com uma oferta com capacidade de 1 tonelada, enfrentando modelos como Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Ford Ranger.

O plano original da Fiat-Chrysler era simples: usar o chassi do Jeep Wrangler para montar duas picapes. Uma é a Jeep Gladiator, com uma oferta de lifestyle e uma caçamba menor, enquanto a Ram teria uma picape média para trabalho. A marca até iria retomar o uso do nome “Dakota”, que nomeou um modelo deste tipo até 2011. Porém, a Gladiator chegou ao mercado enquanto a Dakota ainda aguardava aprovação.

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A geração anterior da Ram Dakota, vendida até 2011

Agora o GM Authority afirma que fontes dentro da Stellantis confirmam que o projeto foi cancelado, embora sem dizer o motivo exato. Um deles deve ter sido o custo de produção. Apesar da ideia de usar a plataforma do Wrangler, informações de bastidores diziam que o custo de produção ainda estava alto demais para uma picape que precisa ter preço de briga.

Outra hipótese levantada pela publicação é o mercado das picapes médias nos EUA. A Jeep Gladiator tem um bom desempenho no mercado, sendo a quarta mais vendida do segmento. Junto com a Ranger, foram as únicas a mostrarem crescimento de vendas em 2020, enquanto todas as demais tiveram quedas significativas – por exemplo, a Colorado, versão da S10 para o país, recuou 21,3% ao longo do ano passado.

Se os rumores sobre o uso da arquitetura do Wrangler estivessem corretos, a nova Dakota teria os mesmos motores que a Gladiator. Ou seja, contaria com o 3.6 V6 a gasolina de 289 cv e 35,9 kgfm de torque, ou o 3.0 V6 turbodiesel de 264 cv e 61,2 kgfm. Em ambos os casos, a transmissão é uma automática de 8 marchas com conversor de torque e tração 4x4 com reduzida.

A notícia é um banho de água fria para quem queria ver uma picape abaixo da Ram 1500 no Brasil. Executivos da marca no país já haviam comentado que ela seria vendida por aqui, embora ainda precisasse discutir alguns detalhes – por exemplo, seria pela Ram ou pela Fiat? De acordo com o UOL, o plano era até produzi-la no Brasil. Sem ela, as opções continuarão a ser Strada e Toro para os modelos menores e a Ram 1500 beirando o limite de carga para CNH do tipo B.

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