O segmento dos subcompactos está perdendo cada vez mais espaço e tudo indica que o Grupo PSA será o próximo a abandoná-lo, com o fim da produção de Citroën C1 e Peugeot 108. Segundo a agência Reuters, citando três fontes diferentes, a empresa irá seguir a tendência do mercado europeu de eliminar os carros do segmento A, por conta dos custos tanto para que cumpram as normas de emissões quanto para receber os equipamentos de segurança exigidos.

Além disso, com a fusão da PSA com a Fiat-Chrysler cada vez mais próxima (ainda aguardando pela aprovação da União Europeia), a nova empresa chamada Stellantis terá mais dois modelos no segmento, com os Fiat 500 e Panda. Ambos já estão preparados para a eletrificação, fazendo mais sentido do que o C1 e o 108, que compartilham plataforma com o Toyota Aygo.

Galeria: Citroën C1 Urban Ride 2019

O dilema das emissões

As duas principais razões para o Grupo PSA abandonar o segmento A seriam a falta de lucro desta categoria, que ficou cada vez mais cara de se produzir; e o novo limite de emissões de poluentes na Europa de 95 g/km, mudança que acontecerá em 1º de janeiro de 2021.

Para atingir este objetivo e reduzir as emissões, o caminho seria a eletrificação. Só que isso é uma operação muito cara para um segmento que dá pouco lucro ou, para algumas marcas, nenhum retorno financeiro.  Outra indicação de que a PSA realmente irá abandonar C1 e 108 é a decisão de vender as ações de sua joint venture com a Toyota, que produz a dupla e o Toyota Aygo em uma fábrica na República Checa.

FCA irá preencher a lacuna

Outra explicação para a Peugeot e a Citroën deixarem de lado o segmento A está na fusão com a Fiat-Chrysler. A Stellantis, empresa que será criada com a união das fabricantes, irá manter o Fiat 500 e o Panda no mercado, como deu a entender o CEO da FCA, Mike Manley, por já serem modelos eletrificados.

O 500 acaba de ganhar uma nova geração totalmente elétrica, enquanto o Panda prepara uma mudança no futuro e já é vendido em uma variante com um sistema híbrido-leve. A próxima geração do Panda dará um passo ainda maior na eletrificação e ainda servirá de base para uma família de modelos, com quatro veículos.

Nos bastidores, é dito que a FCA ficará com o segmento A e os SUVs médios e grandes, enquanto a PSA cuidará dos segmentos B e parte do C, aproveitando os ucesso de Peugeot 208, Opel Corsa e Citroën C3 (e suas variantes crossovers). Há até boatos de que a Fiat aproveitaria a plataforma para reviver o Punto no futuro.

Oficialmente, a PSA não confirma o fim da dupla, declarando apenas que está revisando sua linha atual de produtos para atender melhor os consumidores no segmento A e atender às metas de emissões da Europa.

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