A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou nesta sexta-feira (7) o balanço de produção, vendas e exportações de veículos em julho. Os números são positivos quando comparados aos do mês passado, mas ainda com considerável queda se levados em consideração os dados de julho de 2019 - ainda como resultado dos três meses de paralisação por conta da pandemia, que a associação define como "tombo".

Os emplacamentos chegaram a 174,5 mil unidades, um crescimento de 31,4% na comparação com junho, mas ainda em queda de 28,4% na comparação com julho de 2019 - o pior volume para o mês desde 2006. A produção de 170,3 mil unidades significou aumento de 73% sobre junho, mas queda de 36,2% em relação ao mesmo período do ano passado e o pior resultado desde 2003. 

Quando falamos em exportações, o cenário é mais positivo: crescimento de 49,7% de mês pra mês, mas queda de 30,8% na comparação com julho/2019. Quando falamos em acumulado, 2020 está 48,3% menor que 2019 em produção, 43,7% nas exportações e 36,6% nos emplacamentos. “Além de um número maior de dias úteis, julho foi um mês no qual as montadoras e concessionárias fizeram um grande esforço para recompor o caixa prejudicado pela longa quarentena", disse Luiz Carlos Moraes, Presidente da Anfavea.

O executivo complementa: "Mas o ritmo de vendas diário foi apenas 20% superior ao de junho, o que demanda cautela na análise de como será a recuperação no segundo semestre. Ainda temos uma pandemia que não deu trégua, com casos crescentes de COVID-19 em estados importantes do país. É como se estivéssemos numa estrada sinuosa e com forte neblina, com grande dificuldade de enxergar o horizonte com clareza”.

Galeria: VW Nivus produção (fábrica Anchieta)

Ao mesmo tempo, a Anfavea defende o adiamento de 2 a 3 anos para as próximas fases de metas de emissões. Não apenas pelo desfalque financeiro que a pandemia trouxe aos cofres das fabricantes, mas também pela menor velocidade de pesquisas e desenvolvimentos, já que além do tempo parado, funcionários e processos estão mais lentos pela necessidade de proteção da saúde e vidas de colaboradores. 

“Uma crise dessa dimensão vem afetando todos os campos profissionais, e não é diferente com nossa indústria. Somos a favor das novas etapas de redução de emissões, cujo cronograma ajudamos a elaborar. Essa sugestão de breve adiamento não afeta nosso compromisso com o meio ambiente. Após todos os investimentos e esforços feitos desde a década de 1980, com resultados mensuráveis na ponta do escapamento e na qualidade do ar, chega a ser intelectualmente desonesto colocar o ônus da poluição das cidades nos veículos atualmente em produção, essencialmente limpos", completou Luiz Carlos. 

Fotos: divulgação

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