O escândalo que envolve a saída do brasileiro Carlos Ghosn do comando da Nissan ganha novos capítulos nesta semana com a revelação de uma série de emails. De acordo com reportagem da agência de notícias Bloomberg, o executivo - preso por suposta ocultação de bens e outros desvios de conduta - teria na verdade sofrido uma campanha de ataques por parte de altos executivos da montadora, que queriam tirá-lo do poder.

Até então guardadas sob sigilo, as mensagens mostram que o executivo Hari Nada, integrante altos quadros da empresa, chegou a sugerir que as ações de Ghosn deveriam ser “neutralizadas antes que fosse tarde demais”. Posteriormente, o próprio Nada teria fechado acordo com promotores japoneses para testemunhar contra o ex-chefão.

Galeria: Carlos Ghosn Renault Nissan

A motivação para o complô estaria diretamente relacionada aos planos de Ghosn para tentar ampliar a integração da Nissan com a parceira Renault - algo indesejado pelos japoneses. Diante disso, explica a publicação, foi criado um esforço por parte dos altos funcionários da Nissan para remover Ghosn e barrar a influência política da Renault na empresa. Coincidência ou não, depois da prisão do brasileiro os planos de fusão foram alterados.

Os emails mostram ainda que Hari Nada chegou a viajar ao Brasil e ao Líbano (países onde Ghosn tem cidadania) na tentativa de juntar provas contra o ex-chefão. Ghosn, como já dito, passou meses preso no Japão e escapou para o Líbano em uma fuga considerada cinematográfica.

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