A Aliança Renault-Nissan terá novos rumos a partir deste ano, com as duas marcas tomando atitudes drásticas para reduzir custos e evitar a falência. Ambas irão cooperar mais no desenvolvimento de veículos, inclusive trabalhando com uma plataforma única para modelos compactos no Brasil. A Nissan ainda anunciou um plano de corte de 20% de sua produção e fechamento de duas fábricas na Europa. Agora é a vez da Renault fazer o mesmo, revelando como irá reduzir os seus gastos.

A situação da Renault não é nada boa, tanto que o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, disse que a empresa poderia desaparecer sem a ajuda do governo francês. A marca tomará várias medidas drásticas para tentar economizar mais de 2 bilhões de euros (R$ 13,2 bilhões) nos próximos três anos, eliminando quase 4.600 empregos na França. No mercado global, a empresa planeja reduzir seu quadro de funcionários em mais de 10.000 pessoas.

Galeria: Alpine A110S 2019

Não irá parar nas demissões. Com menos gente trabalhando para a Renault, a marca pretende reduzir a produção anual de veículos, passando dos 4 milhões feitos em 2019 para 3,3 milhões em 2024. E isso pode afetar modelos de baixo volume e que custam muito, como o esportivo Alpine A110, pois a fábrica em Dieppe (França) será retrabalhada após o fim da produção do rival do Porsche Cayman.

Outras medidas para reduzir os gastos será trabalhar junto com a Nissan e a Mitsubishi no desenvolvimento e design dos veículos. Irão adotar a plataforma modular CMF em diversos tamanhos e cada marca terá um papel na pesquisa de novas tecnologias como veículos autônomos e motorizações eletrificadas.

Renault-Nissan - Planos para o Brasil

A fábrica em Marrocos e a linha de produção da Dacia na Romênia não receberão mais o aumento na capacidade de produção que estava previsto. Até a fábrica na Rússia está sendo analisada para uma redução da capacidade. A montagem de caixas de transmissão também será racionalizada para uso em toda a Aliança.

Outra linha de produção que será reorganizada é a fábrica em Flins (França), responsável pelo elétrico Zoe e o hatch Micra (que conhecemos como March), embora a empresa não tenha dado detalhes. O centro de desenvolvimento em Guyancourt também terá algumas mudanças nos próximos anos. Os complexos em Douai e Maubeuge irão ficar em veículos elétricos e comerciais.

Ao contrário de rumores, a Renault não pretende fazer nenhum corte em sua linha de produtos. Por enquanto, Scenic, Espace e Talisman, os modelos que eram cotados para saírem de linha continuarão no mercado. Mas isso não significa que as minivans e o sedã terão uma nova geração.

Embora a ideia do plano de reestruturação seja reduzir gastos e fazer a Renault economizar, ela terá que gastar muito para implementar as mudanças. A marca francesa acredita que terá que desembolsar cerca de 1,2 bilhão de euros (R$ 7,2 bilhões) para adotar a nova estratégia, entre custos com as demissões e para alterar as fábricas para produzirem as plataformas modulares.

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