• Em entrevista, diretor da divisão falou sobre mudanças nos processos das concessionárias
  • Novos produtos estão sendo desenvolvidos na Europa e Ásia
  • Clientes terão novos serviços disponíveis em breve

Em um cenário de vendas de automóveis novos em queda de cerca de 77%, novos formatos são necessários para evitar ainda mais prejuízos. Em entrevista (on-line), Luis Santamaria, diretor da Mopar (divisão de pós-vendas da FCA), falou sobre como a pandemia e o isolamento social mudaram os processos, as perspectivas e os planos para um futuro breve quando falamos em clientes, segurança e proteção aos concessionários. 

Para Santamaria, o pós-vendas terá um papel fundamental na recuperação dos concessionários após o isolamento social. Segundo ele, o volume de passagens pelas lojas Fiat e Jeep está voltando ao patamar médio de 8.500/mês, como era. Boa parte é de clientes que estão levando os veículos seja para a revisão em garantia, ou para alguma manutenção. Tudo isso veio acompanhado de novas cartilhas de comportamento dos funcionários, como distanciamento e uso de equipamentos como máscaras, até um processo mais rigoroso de limpeza e higienização tanto de locais quando de veículos, seja na área de vendas, seja no pós-vendas. 

FIat - concessionária digital

A Mopar aproveita o que foi observado e feito na Europa e Ásia para as medidas locais. Além do recomendado pela OMS, tomaram como base experiências dos locais que já foram afetados pelo Covid-19 para aplicar na América Latina. Dos mesmos mercados, estão vindos novos produtos, como filtros e higienizadores, e até mesmo um aparelho ultravioleta, eficiente contra os vírus e bactérias sem estragar as partes plásticas do carro. Há uma nova demanda de higienização e limpeza que será explorada. 

E-commerce e uma nova garantia

Com a maioria das lojas fechadas e as pessoas em casa, diversos setores investiram no e-commerce. A Mopar acelerou o processo de concessionárias virtuais para a venda de peças e acessórios. Segundo Santamaria, eram 33 concessionárias Jeep e 42 Fiat antes da pandemia, sendo que hoje já são 55 Jeep e 67 Fiat - em 60 dias, deverão ser 82 e 123, respectivamente. 

A Mopar também espera que as oficinas comecem a trabalhar mais nos próximos dias. O motivo é o represamento de veículos que ficaram parados em casa e voltam para revisão e manutenção. Para isso, Jeep e Fiat trabalham com agendamentos e até mesmo com o serviço "leva e traz" em diversas lojas. Tudo seguindo as normas da OMS (Organização Mundial de Saúde) quanto à cartilha desenvolvida pelo grupo. 

Com a tendência dos proprietários ficarem mais tempo com seus veículos em tempos de crise, a Mopar está para lançar um programa de revalidação de garantias. Se por algum motivo (seja por tempo ou falha na quilometragem para a revisão obrigatória) o veículo FCA perdeu a cobertura da garantia, serão oferecidos pacotes de revalidação. Ainda não há detalhes, mas envolverá desde uma revisão mais profunda até troca de componentes-chave. Isso ajuda tanto na manutenção quanto na valorização na revenda. 

Ajuda aos concessionários e abastecimento

Santamaria falou também sobre os efeitos econômicos da pandemia. Segundo ele, há um comitê que, em ligação com as associações de concessionários Jeep e Fiat, ajuda no momento de crise, desde financiamento em bancos até prazos de pagamentos de peças, e outras medidas. "Hoje trabalhamos com zero concessionárias fechadas definitivamente pela crise", disse. 

Quando questionado sobre o abastecimento de peças, o diretor afirmou que tudo está 100%, já que o cenário no exterior fez com que eles pudessem se preparar por aqui neste sentido. Ao mesmo tempo, as fábricas de Campo Largo (motores), Betim, Goiana e Córdoba, se já não voltaram a operar, voltam nas próximas semanas. 

Fotos: divulgação

Galeria: FIat - concessionária digital

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