A Volkswagen anuncia um plano global para retomar a produção em todas as suas fábricas a partir de 20 de abril, começando pelos complexos Zwickau (Alemanha) e Batislava (Eslováquia), passando para Espanha, Estados Unidos, Portugal e Rússia no dia 27. Em maio será a vez de África do Sul, Argentina, México e, o mais importante para nós, Brasil. As quatro fábricas em São Bernardo do Campo, São Carlos, São José dos Pinhais e Taubaté estão paradas desde 23 de março e voltarão a operar em maio, embora a data exata ainda não esteja definida.

Para que isso seja feito, a Volkswagen criou um plano com 100 pontos de proteção para evitar que os funcionários possam contrair o coronavírus. A empresa não detalhou quais são essas regras, mas uma entrevista do Automotive Business com Pablo Di Si, presidente e CEO da VW no Brasil e América Latina, revelou algumas das medidas, como medir a temperatura dos funcionários na entrada e adaptações na linha de montagem para manter uma distância entre os empregados.

Di Si ainda revela que o retorno será gradual, com apenas um turno de produção, com horário reduzido. Medidas semelhantes serão feitas na parte administrativa, que trabalhará com 50% do quadro de funcionários no escritório e a outra parte remotamente, fazendo um rodízio. Isso servirá até mesmo para membros da diretoria e o próprio presidente da marca no Brasil.

Porém, não há ainda uma data definida para retomar a produção das fábricas brasileiras:

“Não estou nem aí se vamos voltar a produzir no dia 1º de maio ou 30. Esta parte não é importante. O essencial é que a volta às atividades seja segura”, explica Di Si.

Além disso, a produção depende de fornecedores, sendo que alguns ainda não retornaram. Um dos motivos para a retomada gradual, além de arrumar a logística com os fornecedores e das normas de segurança das fábricas, é acompanhar a retomada da demanda e evitar que seja criado um estoque maior do que a demanda.

O retorno global da produção seguirá a estratégia que foi usada na China desde que o país voltou a produzir. No momento, 32 das 33 fábricas no país já estão funcionando, com um aumento crescente da capacidade diária. A esperança da Volkswagen é que a operação chinesa não reportou novos casos de coronavírus entre seus funcionários. Porém, a fabricante não descarta qualquer mudança nos planos caso a situação mude, inclusive no Brasil.

A paralisação da produção forçou a Volkswagen a congelar seu novo ciclo de investimento, que daria origem ao sucessor do Gol, à picape Tarok e mais produtos. Segundo Di Si, o custo para manter a empresa durante a quarentena é o mesmo de um investimento de 3 ou 4 anos e que, no momento, é mais importante garantir a sobrevivência não só da VW, como de toda a cadeia de fornecedores.

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