O Grupo Volkswagen é uma das maiores fabricantes do mundo, com diversas marcas, e isso significa que tem dinheiro o suficiente para investir muito na eletrificação sem deixar os motores a combustão de lado. Seus propulsores a gasolina agora são mais eficientes, enquanto os polêmicos diesel que levaram a bilhões de dólares em multas estão tão limpos quanto a tecnologia atual permite.

Pois bem, se algumas fabricantes dizem que o fim dos motores a combustão está próximo, o pessoal de Wolfsburg não pensa o mesmo. Em uma entrevista para a Autocar, o chefe de tecnologia da marca, Matthias Rabe, explicou que a marca acredita que o motor tradicional "terá um futuro mais longo do que algumas pessoas acreditam". Enquanto os combustíveis sintéticos estão longe de serem produzidos em massa para a indústria automotiva, ele acredita que faz sentido investir neles, pois os EVs ainda tem limitações em termos de autonomia, enquanto as baterias ainda são grandes e pesadas.

“Nós iremos usar os eFuels. "Se você olhar para a indústria da aviação, os eFuels estão em alta demanda porque [aviões] não serão elétricos, pois não conseguiriam cruzar o Atlântico. Nós levamos a sério nossas metas de CO2 e queremos ser um exemplo, mas isso não significa que iremos excluir o motor a combustão.”

Mesmo que os carros elétricos sejam a prioridade no momento, investimentos nos motores a combustão ainda estão no planejamento, para atualizar a vasta linha de motorizações a gasolina e diesel que a Volkswagen oferece em várias marcas ao redor do mundo. Além disso, alguns de seus carros - incluindo modelos-chave como Golf TGI, Skoda Octavia G-TEC, Audi A3/A4 G-Tron e SEAT Leon TGI - podem rodar usando gás natural comprimido, embora estes modelos CNG só estejam disponíveis em alguns mercados da Europa. Falando na Audi, ela está desenvolvendo eFuels desde 2013 e está trabalhando em uma e-gasolina e num e-diesel sintéticos para mostrar que há outra maneira de reduzir as emissões de CO2 além de usar apenas carros elétricos.

A BMW também acredita muito nos motores a combustão e que eles terão uma longa vida pela frente, como disse Klaus Froehlich, chefe de Pesquisa e desenvolvimento da marca. O executivo afirma que a BMW continuará a oferecer motores a combustão por, no mínimo, mais 30 anos. Alguns dos motores com baixa demanda ou que sejam caros demais para produzir irão sair de linha gradualmente, mas a fabricante promete vender carros a diesel por mais 20 anos, enquanto os abastecidos com gasolina continuarão por mais 30 anos.

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