O processo de eletrificação da Volkswagen não está restrito aos seus carros de passeio. Além de chegada do híbrido Golf GTE em novembro, a fabricante alemã apostará também em sistemas eletrificados para sua linha de caminhões e ônibus, criando o conceito e-Consórcio para compartilhar infraestrutura, desenvolvimento, montagem e gerenciamento de ciclo de vida de caminhões elétricos, como parte de um investimento de R$ 1,5 bilhão da fabricante no Brasil apenas para o segmento. Isso irá acelerar a produção do caminhão EV e-Delivery em Resende (RJ), previsto para chegar ao mercado em 2020.

Galeria: Traton Innovation Day 2019

“Nosso time construiu de forma pioneira configurações de tecnologia e de modelo de negócios que vão facilitar a introdução desses veículos elétricos no cenário do transporte mundial”, explica Roberto Cortes, CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, durante o Traton Innovation Day. O evento do grupo, do qual também fazem parte Man e Scania, acontece nesta semana em Södertäjle (Suécia).

O e-Consórcio é uma evolução do Consórcio Modular criado pela VWCO, no qual a fabricante divide a montagem dos veículos dentro da fábrica com sete fornecedores. O novo sistema traz mais empresas e prevê mais etapas do processo além da produção. A Siemens, por exemplo, fornecerá infraestrutura, carregadores e energia; CATL e Moura irão fornecer, gerenciar e fazer a manutenção das baterias; e Bosch, WEG e Semcon desenvolverão componentes específicos para os veículos eletrificados.

Volkswagen e-Delivery 11ton e 14ton
Volkswagen e-Delivery 4ton

Outra inovação apresentada pela Volkswagen é uma arquitetura modular para construção de veículos elétricos. No momento, a fabricante tem dois modelos com este conceito. O primeiro é o e-Delivery, caminhão desenvolvido no Brasil e que será fabricado em 2020. Está sendo testado no Brasil há um ano, em parceria com a Ambev, contabilizando mais de 15 mil quilômetros de testes.

O e-Delivery é equipado com um motor elétrico de 272 cv e 219 kgfm de torque, na versões de 11 e 14 toneladas. Agora a fabricante revela a variante de 4 toneladas, com um conjunto menos potente de 115 cv e 28,5 kgfm. Em todos os casos, o caminhão tem autonomia em torno de 200 km, sem contar a recuperação de energia através dos freios.

Já o segundo produto é o Volksbus e-Flex, ônibus que ainda está em fase de testes e que traz a ideia de uma motorização variável. Ele pode rodar por 200 km usando apenas a energia das baterias; e pode usar o motor a combustão (1.4 TSI flex ou a versão a gás natural 1.4 TGI) como gerador de energia para as baterias - como a BMW faz com o i3. Desde sua apresentação em 2018, a Volkswagen melhorou a recuperação de energia em frenagens, alcançando os 40% de regeneração.

Por Nicolas Tavares, de Södertäjle (Suécia)

Viagem a convite da Volkswagen Caminhões e Ônibus

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