O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia ainda levará anos para começar a funcionar. Ainda assim, tem gente que já está de olho no que irá acontecer e até comemora a decisão. Cristiano Rattazzi, presidente da Fiat-Chrysler Argentina, deu uma entrevista ao jornal La Nación e disse que o acordo será melhor para a Argentina do que para o Brasil.

Fábrica FCA - Goiana (PE)

Rattazzi não poupou críticas ao Brasil, comemorando que o acordo com a União Europeia irá abrir as portas para que a fábrica na Argentina possa produzir veículos para o mundo todo. “Na FCA, temos uma fábrica na Sérvia que vende carros para todo o mundo. O mesmo acontece na Turquia, Itália, México, Estados Unidos e Canadá. A Argentina, em comparação, ao invés de ter uma fábrica global, só produz para exportar ao Brasil. Seria melhor e menos arriscado fabricar carros para o mundo todo. Obviamente que haverá um período de alguns anos onde teremos que trabalhar para ser mais competitivos”, disse o executivo.

E ainda continuou falando sobre como a Argentina irá se beneficiar com a chegada dos carros europeus: “Hoje temos uma invasão de veículos brasileiros. Então é melhor ter uma invasão de carros europeus, que são melhores, têm uma qualidade maior e ainda podem ser mais baratos. Não precisaremos viver novamente por conta própria”.

Fábrica FCA - Goiana (PE)

Embora tenha dito que a Argentina tem mais a ganhar com o acordo por exportar para outros países ao invés de apenas o Brasil, o mesmo irá acontecer também com a indústria brasileira. A maior parte dos presidentes e CEOs de fabricantes instaladas no país reclama da falta de competitividade em relação ao resto do mundo e que o carro brasileiro também exporta os altos impostos cobrados aqui, o que faz com que seja mais caro do que um feito em outro país.

Além disso, com a possibilidade de enviar carros para a Europa, o setor não irá depender tanto da Argentina nas exportações. Desde o início da crise econômica que atinge o país vizinho, a quantidade de exportações recuou 41,5% no 1º semestre do ano e a Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê que o ano fechará com queda de 28,5% na quantidade de carros enviados para fora do Brasil.

Foto: Argentina Autoblog
Fonte: La Nación via Argentina Autoblog

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