Ao mesmo tempo em que grandes montadoras desembarcam pela primeira vez na Índia, como Kia e Citroën, outras fabricantes de renome têm deixado o país depois de fracassar na tentativa de se estabelecer de forma competitiva no mercado local. A lista de desistentes já inclui gigantes como Chevrolet e Fiat, e poderá ganhar a companhia da Ford dentro de pouco tempo. Conforme relata a agência de notícias Reuters, a empresa avalia seriamente a possibilidade de criar uma inédita joint-venture e, dessa forma, deixar de atuar de maneira independente no país. Detalhes sobre os planos ainda são limitados, mas a Mahindra vem sendo apontada como possível parceira no negócio.

Galeria: Mahindra XUV500

Segundo informado, essa nova empresa teria participação de 49% da Ford e 51% da Mahindra e absorveria toda operação indiana da primeira, incluindo ativos e força de trabalho. O acordo deverá ser fechado dentro de no máximo 90 dia e, na prática, representaria uma espécie de saída parcial da Ford da Índia. Oficialmente, nenhuma das marcas comenta abertamente sobre o caso, mas a norte-americana admite que "trabalha para desenvolver vias de cooperação estratégica com foco no alcance de eficiências comerciais, de fabricação e de negócios". Por sua vez, a indiana diz que "anunciará novos acordos definitivos à medida os negócios se desenvolverem".

Ford Figo Aspire Ka+
Ford Figo Aspire Ka+

A Ford investiu mais de US$ 2 bilhões na Índia nos últimos 20 anos, mas detém apenas 3% de participação no mercado local. Para efeito de comparação, foram vendidas apenas 93.000 unidades no país em 2018, contra impressionantes 1,7 milhão da Maruti Suzuki, que domina nada menos que 51% do mercado. O portfólio é restrito e composto basicamente pelos modelos Figo, Aspire (versões locais do Ka e Ka Sedan), EcoSport, Mustang e Endeavour (SUV da Ranger), enquanto a concorrência conta com linhas bem mais amplas, baratas e diversificadas. A Hyundai também exerce forte domínio e divide a liderança com a Suzuki.

A relação próxima com a Mahindra não é novidade, já que em 2017 ambas firmaram acordo para o desenvolvimento conjunto de um novo SUV com base na próxima geração do XUV500. A especulada joint-venture de agora poderia representar o estreitamento dessa relação.

Fonte: Reuters

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