Se depender de Sergio Marchionne, o comandante da Fiat-Chrysler Automobiles, a empresa já tem com quem fazer uma fusão. Segundo fontes do Asia Times, o executivo quer que se unir ao poderoso Hyundai Motor Group, e o possível interesse da chinesa Great Wall não passaria de uma tentativa de esconder a intenção de fechar negócio com os coreanos.

A FCA teria começado a olhar com mais cuidado para a Hyundai em junho, depois de tanto a General Motors quanto a Volkswagen recusarem qualquer conversa para uma possível fusão. E negociar com os chineses é uma má ideia. Uma fonte do Asia Times revela que o Comitê de Investimentos Estrangeiros dos Estados Unidos iria bloquear a união com qualquer grupo chinês, seguindo as diretrizes do governo Trump. E Marchionne, claro, já teria conhecimento disso.

“A noção de uma empresa chinesa colocar as mãos em um ícone americano como a Jeep arrepia os cabelos não só da administração Trump, como de quase todos os membros do congresso em Michigan”, disse um advogado do órgão de regulamentação de fusões e aquisições, em Washington. “O Comitê é bem opaco e facilmente influenciado por sentimentos políticos.”

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Por isso os rumores de negócio com a Great Wall seriam bons para a FCA. A ideia do grupo se unir aos chineses serviria para amolecer qualquer político que seja contra a união do grupo com os coreanos da Hyundai-Kia. Os coreanos ganhariam com o uso da rede de distribuição da Chrysler e da Jeep, enquanto a Fiat-Chrysler teria mais recursos. E ambas as marcas não teriam problemas de fábricas nas mesmas regiões ou produtos parecidos nos mesmos mercados.

A proximidade entre os EUA e a Coreia do Sul, principalmente agora com a situação tensa com a Coreia do Norte, facilitaria qualquer negociação entre as duas empresas. “Não quero parecer cínico, mas tudo o que Chung Mong-Koo (CEO da Hyundai) precisa fazer é anunciar alguns bilhões de dólares em novas fábricas e milhares de empregos, e ele irá conquistar Trump”, disse uma fonte ligada ao governo. Terão problemas para fazer a fusão dar certo por causa da Europa, apenas. Alemanha e Itália podem sofrer pelo fechamento de fábricas que se tornariam redundantes.

De qualquer forma, a missão de Marchionne antes de deixar o comando da Fiat-Chrysler é conseguir uma fusão salvadora para o Grupo. O executivo é pressionado pelas famílias italianas que controlam a empresa, os Elkanns e os Agnellis.

Fonte: Asia Times

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